Nessa semana um fatídico caso aconteceu, quando um garoto de 13 anos supostamente matou todas as pessoas de sua família atirando a queima roupa em cada uma delas. Mas este é um site de games, e não vamos tratar do caso em si, mas sim do fato de que mais uma vez o sensacionalismo toma conta deste país, onde tirar a atenção do que é importante é a desculpa para o descaso e falta de comprometimento que nossos governantes dão para a insegurança e educação que nossas crianças recebem. Afinal, o que faria um menino de 13 anos matar todas as pessoas de sua família se não fossem os maus exemplos?
Mas estes maus exemplos não partem de um game como Assassin’s Creed, como estão acusando o jogo, apenas pelo menino ter mudado sua foto de perfil para a do Ezio no facebook. Ok, pode parecer bastante conveniente e na verdade pode até acontecer do game ter influenciado a cabeça da criança, que se realmente fez o que dizem ter feito, no mínimo tinha algum problema psicológico, mas novamente este não é o caso. O mau exemplo parte da própria mídia sensacionalista, que a partir das 18 horas em todos os televisores do país, mostra através de novelas, programas policiais, reality shows o quanto nosso país é atolado de informações porcas e sem conteúdo algum. Uma discrepância, já que a mesma mídia cobra dos games um tipo de conteúdo que eles mesmos desconhecem.
E dentro deste balaio todo, pode entrar a Ubisoft, uma das companhias mais ativas no momento no mercado de games, com jogos e séries que atendem a expectativa da maioria de nosso público, principalmente pelo contexto histórico, que mesmo na série Assassin’s Creed que contém fatos verídicos e inventados, agrega demais na vida de qualquer pessoa. Mas claro que num caso desses, apenas o fato da imagem ser do assassino Ézio é o que conta. E isso tem apenas um significado: alguém precisa levar a culpa, e não pode ser quem aponta o dedo (os donos dos maus exemplos), e numa busca ridícula para encontrar o que levou esta criança a cometer este ato (algo que eu particularmente duvido bastante que tenha acontecido), viram mais uma vez em nossos games, que estão quietos e sofrendo com este imposto absurdo e mesmo assim sobrevivemos firmes em meio a este cenário, o elo mais fraco e mais fácil de deixar de lado os verdadeiros problemas e culpados.
E após algumas cobranças, a Ubisoft Brasil se viu obrigada a falar do assunto, e soltou a seguinte nota:
“Em resposta aos pedidos de posicionamento da Ubisoft sobre o caso da família Pesseghini, trata-se de uma tragédia e nossos pensamentos e orações vão para a família e os amigos das vítimas. Nessa hora de consternação de toda a sociedade, é natural a busca por respostas.
No entanto, em nenhum estudo até agora realizado há consenso sobre a associação entre a violência e obras de ficção, incluindo livros, séries de televisão, filmes e jogos. É uma falácia associar um objeto de entretenimento de milhões de pessoas, todos os dias, em todo o mundo, com ações individuais e que ainda estão sendo esclarecidas. Novamente, isso é uma tragédia sem sentido e os nossos pensamentos e orações estão com a família e amigos das vítimas.
Agradecemos aos fãs da série que manifestaram apoio contra mensagens sensacionalistas associando o jogo à tragédia e convidamos a todos a se solidarizarem com a família e os amigos das vitimas.” – Ubisoft do Brasil.
É triste viver em um mundo onde os cegos são criados por canais, que deveriam abrir os olhos de quem não consegue ver além de seu próprio nariz. As pessoas ligam suas televisões ou seus rádios, e até mesmo sua internet em busca de informações que agreguem e que causem algum efeito positivo, pois não são todos que acham que a internet é apenas diversão barata, muitos encontram nela o principal canal de conhecimento. Entretanto o que mais conseguimos ver e perceber é que estes veículos informativos descobriram que o sensacionalismo é a resposta para tudo, e que informar e gerar cidadãos melhores são meros detalhes sem importância. Quanto mais exagerada a notícia, maior é a audiência, seja importante ou não o que está sendo discutido.
Portanto meus amigos, espero que isso não venha a ser um problema para nós gamers, como a proibição da venda de alguns títulos no território nacional, que está ganhando cada vez mais peso no mercado mundial de games, e que os culpados por esta atrocidade apareçam, e que se realmente possa ter havido uma influência negativa dos games, que outros possíveis casos possam ser tratados a tempo, levando em consideração que o problema não está na obra de ficção, mas sim na cabeça da pessoa que não consegue filtrar o que é importante e se divertir com histórias inventadas para divertir. Lembrando que a influência pode ser de games, filmes, séries, desenhos, novelas, big brothers, fazendas, pânicos, legendários, programas de domingo, da rua, do vizinho, da família e tantos outros exemplos, ou seja, do mundo.
14 respostas
Marcelo
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Bom, excelente texto.
Jogo video game desde que me lembro por gente. sempre tive jogos de tiro, de carro e de tudo mais. E, nunca, nunca nada disso me fez algum mal . Mto pelo contrário. Tenho a agradecer por alguns jogos aliás. Aprendi mto do inglês com eles(isso ninguém fala neh ?). Nao sou fluente, mas devo mto aos games em relação a isso. Se tiverem que falar mal da influência dos games, que falem mal também das novelas e de programas como cidade alerta. Cauê Moura disse no último giro de quinta : ” Será mesmo que o povo que matou e está na cadeia jogou assassin’s Creed?” . E acho que ele tá certo. Vc quer seu filho assistindo Cidade Alerta que muitas vezes é mais sangrento que muitos jogos juntos ou quer ele onde seus olhos possam ver e saber que aquilo ali é totalmente ficticio ? abraços!
É uma palhaçada mesmo Marcelo. Esta influência do inglês também aconteceu comigo, e devo muito à todos os longos textos de Final Fantasy e Chrono Cross, que na ânsia de saber do que se tratava o texto, eu pegava um dicionário e com toda a paciência do mundo ia traduzindo as palavras, até que não foi mais necessário. A sensação até hoje é fantástica. Devemos lutar contra esse monte de lixo que está a solta no Brasil. Ninguém consegue perceber que quando se é um formador de opinião, sua opinião precisa ter no mínimo bom senso?
Abraços meu velho, obrigado por estar nos acompanhando e comentando sempre que possível!
Ótimo texto! Eu jogo Mário Kart a vida inteira e nem por isso saio dirigindo que nem louca jogando bananas e cascos de tartaruga nos outros carros! hahahaha 🙂 beijos
Ahhhhhhhhhhh agora eu entendo porque você é tão esquentada no voltante uhauahuauha!
Valeu Cris xD!
É como meu irmão fala, influenciar, influencia sim, mas quem tem problemas mentais, e ainda, tudo influencia, não só jogo mas também novelas, reality show’s e outras coisas desprezíveis que a própria record, a que mais foi sensacionalista, transmitem diariamente, e outra, canal aberto. Sejamos idiotas e assumamos que os jogos realmente influenciam mal, não é possível que um jovem com mais de 18 anos seja influenciado. Aí você diz, mas ele não tinha 18 anos, aí está, o que um garoto de 13 anos fazia jogando um jogo de classificação +18? E para finalizar, em Assassin’s Creed não aprendemos a dirigir ou a atirar, essas coisas ele aprendeu com os pais, as vítimas.
Muito bem colocado Eleonardo, principalmente sobre dirigir. Apesar de ainda não ser certo de que foi ele. Mas é um problema acusarem um video game, e não verem realmente o que importa. A Classificação etária existe justamente pra isso, pra limitar quem pode e quem não pode jogar. A culpa nunca será do jogo ou da obra em si. Perfeito cara, obrigado pelo teu comentário!
E como em outras vezes a mídia vem querer dar a entender que jogos eletrônicos podem influenciar negativamente as pessoas! Claro, é muito fácil e bem conveniente julgar um produto que desvia a audiência da tv (para eles, quanto menos pessoas jogarem, melhor)! Porque eles não falam nada sobre as novelas, programas indecentes e jornalismos sensacionalistas que se tem aos montes? Agora, ultimamente surgiram alguns casos de crianças que tiveram ações ‘heróicas’, como no caso de uma garota que em um acidente com capotamento retirou a família do carro porque ela se lembrou que em GTA os carros explodiam depois de capotarem, e o garoto que assumiu o controle do carro, quando sua avó desmaiou, e disse que ‘aprendeu o controle do volante’ graças ao Mario Kart… Sem falar na já conhecida habilidade dos jogos de nos ensinar outros idiomas (inglês principalmente)! Coisas desse tipo, a mídia nunca irá mostrar, pois seria como entregar ‘seu posto’ para outras formas de entretenimento (e do jeito que a tv aberta está, não seria difícil perder audiência para os jogos!)
Dori mais uma vez arrebentando nos comentários, muito bom cara! Teus exemplos apenas demonstram como os games são importantes para uma cabeça boa, principalmente quando se há um filtro do que é bom e não é. Com certeza o foco é tirar a garotada dos games, pra justamente ficarem abitolados na frente da TV, vendo malhação, novela das 6, 7, 8, 10, série especial, todos com o mesmo conceito e nada a adicionar. Precisamos ficar atentos contra este tipo de mídia que tenta engolir aquilo que é ameaçador para eles. Nós gamers nunca ficaremos calados.
Excelente texto Ariel, lavou a alma de muitos gamers (principalmente a minha rsrsrsrs).
Excelente Texto.
Queria também deixar o meu apoio aos games e gamers.
Eu sou um gamer. Tenho orgulho em dizer isso.
Os jogos sempre me acompanharam durante as fases da minha vida . me ajudaram na minha carreira e no lado pessoal.
Hoje, sou Analista de Sistemas, pelo Banco do Brasil Tecnologia e Serviços e também sou tradutor.
TUDO QUE TENHO HOJE SE DEVE AOS JOGOS.
Quando joguei meu primeiro jogo de RPG do Master Sistem… eu era um garoto… tinha lá pelos meus 12 anos,
Fiquei
frustrado no início porque o jogo era em inglês e eu não sabia jogá-lo.
Daquele dia em diante, prometi que iria aprender inglês só para jogar. E
foi o que aconteceu… me formei em lingua inglesa por causa da
inflência dos jogos…Hoje ajudo meus sobrinhos em jogos, principalmente
em enigmas e para entender a estória.
Também, a
busca por conhecimento dos componentes de um jogo, arte, animações e
ilustrações me chamaram muito a atenção. O que me fez estudar e me
formar em Análise e Desenvolvimento de Sistemas… e posteriormente,
passei em concurso publico…
Aprendi a desenhar.. por influência dos games também.
Fiz
minha primeira viagem para o Exterior, fui para Moscou, Rússia…
conhecer outra cultura, me virar e interagir com outras pessoas como
espírito desbravador e aventureiro.. inspirados nos fabulosos e
maravilhosos RPGs. Experiência obtida… LEVEL UP!
E
essa cultura de jogos consegui passar para meus sobrinhos. Tenho
orgulho em saber e em provar à todos que é ótimo jogar vídeo game.
JOGUEM BASTANTE.. há vários gêneros…
junte sua família e amigos e se divirtam. na segurança do seus lares.
Agora
os jogos podem te ajudar a perder peso e manter a saúde… ajudam a
aprender um novo idioma e uma nova cultura… reúnem membros da família
que antes não jogavam como os pais e os avós.
Só coisa boa.
Então fica aqui registrado as maravilhas que os jogos fizeram na minha vida. Inspiram, ensinam, divertem.
Video Games forever.
Leonardo, excelente depoimento, e obrigado pelos elogios. Eu tb entendo muito de mais coisas como o inglês graças aos games. De que se hoje as coisas não dão certo é porque faz parte da evolução, e servirá de experiência. É como UPAR em um RPG.
Perfeito tudo que você falou, parabéns!
Excelente texto Ariel.
É muito mais fácil colocar a
culpa nos nossos games do que achar um motivo concreto desta tragédia. A
mídia coloca besteiras na cabeça das pessoas que foram moldadas ao
longo do tempo, hoje a internet nos mostra que nossos pais estavam
ficando cegos por culpa da mídia televisiva por exemplo, não tendo
nenhum meio pra acordar a não ser alguém percebendo tudo aquilo e
abrindo seus olhos, hoje a internet faz isso pra quem quero despertar.
Por
isso o que eles falam hoje a maioria das pessoas acreditam, acreditam
que foi um jogo que fez um menino matar todos de sua família, que na
verdade se fosse ele influenciado pelo jogo ia fazer totalmente ao
contrário.
Parabéns Ariel.
edufigueiredos da Alvanista.
Se eles ao menos soubessem a história do Ezio, que teve a família morta em sua frente e em praça pública, saberiam que o personagem dava valor em sua família. É um hipocrisia sem tamanho.
Essa questão de nossos pais serem moldados pela mídia lhe dou total razão. Mesmo com TV a cabo, meus pais insistem em ver Balança alguma coisa que passa a tarde na Record, ao invés de assistir algum programa que agregue alguma coisa. E olha que este programa é sensacionalista ao limite! O que precisamos fazer é usar nossos canais de informação, como é o Combo Infinito, e nos defender desse tipo de mídia.
Valeu por nos acompanhar cara, como sempre!
Isso que você falou é muito importante, usar a Internet pra nós informar como o Combo Infinito faz, porque na TV só algumas coisas valem a pena ser visto, mas não é o que as pessoas que gostam de TV querem assistir.
Que isso Combo Infinito, eu que agradeço este excelente site de informações. Abraço e sucesso.