Ghost of Tsushima peca no básico, mas BRILHA no diferencial | Análise

Ghost of Tsushima

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Ghost of Tsushima é um dos grandes exclusivos que a Sony Playstation lança em 2020. O game é produzido pela Sucker Punch, desenvolvedores da famigerada franquia Infamous. O desafio dos caras agora é trazer o universo complexo e bélico dos Samurais, na época da primeira invasão mongol.

O jogo é do gênero ação-aventura em um mundo aberto, que se passa na ilha de Tsushima, um dos pontos estratégicos para que os mongóis pudessem estabelecer uma base para invadir o Japão. Entretanto, o que eles não contavam é que haveria uma resistência poderosa e imprevisível no local. Veja o trailer oficial de lançemento do game!

Ghost of Tsushima – Contexto histórico

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Na ilha de Tsushima, um pequeno espaço de terra do mar que fica entre Coreia e Japão, viviam samurais que tinham suas leis e códigos de honra muito fortes. Isso não quer dizer que existia paz, muito pelo contrário, rebeliões e brigas por terras e comando político aconteciam constantemente. Contudo, todos tinham noção de como os seus adversários, até então outros samurais, pensavam, agiam e lutavam.

Quando surgiu a primeira invasão Mongol, o primeiro impacto foi imediato. Os samurais sofreram uma baixa considerável e terrível, pois além do número de soldados mongóis ser gigante, tinham maneiras desonrosas, na visão japonesa, de agir. Tomaram a ilha sem dificuldade e se instalaram por todos os locais montando acampamentos, fortificações e até se apropriando dos próprios nativos para se manterem.

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O game começa depois dessa primeira investida, que nos coloca na pele de Jin Sakai, um personagem clássico que sobreviveu quase que milagrosamente. Jin é um samurai tradicional e que possui todas aquelas virtudes de herói, mas que com o tempo vai sofrendo as consequências da situação em que está envolvido.

Samurai x Ghost

O game se chama Ghost of Tsushima, ou seja, em tradução literal, o Fantasma de Tsushima. Isso fica claro no gameplay, pois você tem técnicas de abordagem de luta que são muito distintas de um enfrentamento “honroso”. Ser um samurai não é apenas ter uma espada e ser versado em artes marciais. Ser um samurai é ter um estilo de vida, é viver sob um código de conduta. Portanto é totalmente contraditório da proposição de ser um fantasma e o game brinca justamente com essa dualidade.

Como você se sentiria lutando com honra contra alguém que não a tem? Você estaria em completa desvantagem, pois seu inimigo não se importa que você tenha gestos, rituais e um código de respeito pelo adversário. Logo, o game te entrega esse dilema e você tem ambas as opções optando por aquela que mais se adequa na sua maneira de jogar. Ambas as estratégias funcionam em quase todo o game, salvo quando é proposto a obrigatoriedade de ser stealth, ou de encarar de frente a frente. A narrativa impulsiona ainda mais essa reflexão e é quando o game te faz entender seu propósito.

O Combate de Ghost of Tsushima é o grande diferencial

Nas apresentações do game, a Sucker Punch e Sony mostraram bastante a mecânica de Stealth. Isso levou os espectadores e jogadores a ligarem com Assassin’s Creed. Realmente, o jogo utiliza mecânicas semelhantes para fazer uso da furtividade, mas consegue se distanciar plenamente por ter um combate tão encorpado e fluido. Esse é o elemento que faz o jogo brilhar em todos os momentos e que motiva o jogador a, muitas vezes, ignorar a mecânica de ghost e ir pra cima de peito aberto. Pois bem, há 3 estilos de combate que o jogo apresenta e os 3 são GENIAIS.

1 – A primeira mecânica é o confronto.

Em vários momentos, o jogo te permite desafiar seus inimigos para um confronto franco de saque de espadas. É interessante demais e talvez uma das maneiras mais legais de enfrentar seus oponentes. É tudo questão de timing e de concentração. Você precisa aguardar seu inimigo fazer o movimento de ataque para assim funcionar sua investida. Dependendo do seu equipamento e evolução, você poderá eliminar até 5 inimigos de uma vez.

2 – O segundo combate proposto é o mais frequente no jogo, o enfrentamento.

Ou seja, você vai invadir o acampamento mongol, ou encontra bandidos pela rua e encara de maneira franca. Sendo assim, você tem a sua disposição muitas técnicas e acessórios para usar a seu favor. Esse combate promove grandes e épicos momentos de batalha. Você, ao longo do jogo, conquista 4 posturas diferentes. São elas: Pedra, Água, Vento e Lua. Cada postura tem um significado e serve para enfrentar determinados tipos de inimigos. Muitas vezes você deverá utilizar de sua estratégia para trocar a postura na hora certa para enfrentar um oponente que utiliza uma lança e obter uma vantagem, mas já ficando esperto pois há um outro que vem com um escudo e tem uma guarda muito bem feita. Isso vai te dando uma gama de opções e deixa o combate como uma bela dança de espadas.

3 – Por último e não menos importante são os Duelos.

Para quem gosta de filmes de samurai, principalmente Akira Kurosawa, vai amar esse estilo de combate. Você enfrenta inimigos especiais como chefes, generais e outros personagens importantes para a trama. Dessa maneira, o jogo se torna quase que um game de luta à la Soul Calibur, mas, obviamente, com o gameplay do combate de Ghost of Tsushima. Sendo assim, você está em uma arena e deverá eliminar seu oponente, que nesses casos, são samurais ou mongóis muito fortes e cheio de recursos.

Bônus: Defesas estratégicas

Jin Sakai tem também 3 maneiras de se defender de um golpe. Você pode defender normalmente, você pode aparar o golpe e assim abre uma janela para contra ataque, ou você pode desviar, podendo também abrir uma janela de ataque, ou apenas escapando de investidas poderosas que não tem defesa.

O Fantasma de Ghost of Tsushima

O herói principal do jogo é um samurai que tem habilidades incríveis e assim sendo, luta arduamente para libertar a ilha de seus invasores. Logo, Jin pode utilizar de estratégias de stealth para elimina-los sem ser notado, ou, em alguns casos, causa pavor nos oponentes.

Ao longo da jornada de Sakai, você encontra ferramentes e evolui técnicas para aprimorar essa mecânica. Roupas especiais, amuletos, arco e flecha e vários outros itens, são essenciais para confundir os mongóis e encará-los de um jeito que irá supreende-los. O jogo te deixa claro que quando você os enfrenta de peito aberto, a vantagem é deles, mas quando você é furtivo, o domínio é teu.

Isso já nos remete a história do game. Ghost of Tsushima, como dissemos antes, se trata da invasão do império Mongol ao Japão. Khotun Khan chega e devasta a ilha de uma maneira assustadora. Vários diálogos durante a jornada mostram o Modus Operandi desses bárbaros e o que você precisa fazer para impedi-los. Isso gera conforto e desconforto em inúmeros personagens, fazendo você tomar decisões MUITO, mas MUITO difíceis.

Vale destacar que a história é muito interessante, entretanto é previsível. Isso, certamente, não é bem um demérito, pois há cenas icônicas e que só fazem sentido se forem daquele jeito.

A Ilha de Tsushima e seu mundo aberto

Ghost of Tsushima gráfico

A ilha de Tsushima é retratada de uma maneira peculiar. Uma natureza deslumbrante com os arrozais de um lado, cerejeiras de outro, campos floridos, montanhas, enfim, fazem desse um cenário muito bonito. Isso contrasta ferozmente com o rastro de terror que o império mongol deixa, com corpos empalados, casas e florestas inteiras queimadas e desespero nos cidadãos. Vale lembrar que um jogo de mundo aberto, os gráficos não são um primor, mas em GOT foi feito um bom trabalho.

Também a cultura japonesa e mongol está super presente seja na narrativa, como nos itens do cenários, nos colecionáveis (que tem uma quantidade absurda para coletar, diga-se de passagem) e principalmente num dos elementos mais bem produzidos no jogo, a trilha sonora. Esta impacta de maneira perfeita dentro do universo e te posiciona no contexto histórico com aqueles instrumentos lendários japoneses e mongóis.

A ilha em si é enorme em comprimento e te oferece alguns biomas diferentes. Não há uma vida constante, mas a natureza tem um papel importantíssimo. A exploração te faz não apenas crescer as habilidades de seu personagem e sua vida, mas também te dá muitas opções de cosméticos para transformar seu personagem de várias maneiras. As viagens rápidas facilitam demais a locomoção, pois há uma a cada esquina. Entretanto nunca descarte a possibilidade de percorrer longas distâncias a cavalo, pois conhecerá novos lugares importantes para sua trajetória.

As evoluções do personagem

Ghost of Tsushima evolução

As evoluções do personagem podem ser feitas de inúmeras maneiras. O jogo te dá uma gama enorme de técnicas e golpes para detonar seus inimigos. Também te dá possibilidades de melhorias estratégicas, aumentar barra de vida, melhorar armas e ter mais determinação. Para isso, há certamente, várias maneiras de conseguir esses upgrades. Na ilha estão espalhados diversos locais que servem para determinadas situações e logo você aprende que quanto mais explora, mais forte fica. E talvez esse seja um dos principais erros do jogo: Você fica forte muito rápido. Mas a gente vai chegar lá.

Durante essa conquista por melhorias para Jin Sakai, dois “minigames” chamam bastante a atenção. Um é o corte de bambu, que sequencias combinadas cortam as madeiras te dando possibilidade de subir sua determinação (uma espécie de mana do game). E o outro, o melhor de todos, é escalar o santuário xintoísta. Nela, lembra um pouco as escaladas de Uncharted e Tomb Raider para encontrar o verdadeiro caminho para a sua recompensa. Os outros elementos de evolução não são tão divertidos de fazer e se tornam cada vez mais dispensáveis.

Existem missões fracas, boas e espetaculares

Uma das minhas grandes curiosidades antes de jogar Ghost of Tsushima eram justamente as sidequests. O game as trata como “contos”, seja as missões principais ou as paralelas. Elas, normalmente, são divididas em capítulos, para assim deixar o jogador livre sem precisar parar no meio da missão, e ir explorar outros pedaços do mapa.

As mais interessantes revelam histórias incríveis de personagens que você encontra durante sua jornada, o que traz um carisma único para os habitantes daquela terra em caos. Outro ”tipo” de missão/conto é chamado de Contos Míticos. Nele você encontrará as melhores missões do jogo e oferecerá as melhores recompensas. Infelizmente são poucos os contos Míticos, que nada mais são do que uma alusão ao folclore Japonês, entretanto te revela batalhas épicas e ações únicas no jogo.

Erros acontecem e não são pequenos

Todo mundo aberto sofre com algumas coisas como: repetição, gráficos não tão detalhados e bugs. Tudo isso ocorre, em menor escala, mas ocorre. Porém, nada disso é tão grave comparado ao problema da inteligência artificial. Como de costume, a minha primeira jogatina é no modo Normal, mas os inimigos se comportam de um jeito muito estúpido, facilitando demais a vida do herói. Como podem acompanhar na imagemacima, o inimigo ficou longos minutos encarando a mandeira sem nenhum sentido, pronto para ser abatido; e foram várias vezes que isso aconteceu. Logo que percebi essa facilidade, nem com 30% de jogo, já mudei para o Hard e melhorou bem, entretanto ainda existiram algumas dessas coisas, mas o jogo ganhou muito mais corpo.

Outro ponto importante a ressaltar é a falta de balanceamento. A Curva de aprendizado acaba sendo prejudicada, pois você fica extremamente forte logo no primeiro quarto do game, diminuindo assim um potencial desafio que poderia ser gradativo.

Vale destacar que a câmera tambem sofre um pouco. Não é recorrente, mas em alguns momentos a câmera fica posicionada de uma maneira em que você não consegue visualizar seu personagem. Em momentos de batalha e de confronto, se algo entra na frente quando está travada, não tem como visualizar o que está acontecendo. Talvez o ideal seria dimiuir a opacidade dos objetos que obstruem a visibilidade.

Modo Kurosawa

Ghost of Tsushima kurosawa

Não é segredo pra ninguém que Ghost of Tsushima é uma Ode aos filmes de samurais, principalmente do lendário Akira Kurosawa. Assim sendo, a Sucker Punch criou um modo em que sua tela se torna um filme dos anos 50. Um visual todo em PB com aqueles chuviscos característicos da época e com um som mais abafado, de menor qualidade, para simular exatamente um filme antigo. Isso é uma verdadeira homenagem ao cara que trouxe a cultura japonesa e os samurais para um outro patamar.

Conclusão

Ghost of Tsushima, infelizmente, escorrega em coisas básicas, mas faz um trabalho tão primoroso em seu diferencial, que enaltece e nos faz relevar alguns defeitos. É um jogo que retrata um contexto histórico pesado, violento, com muito respeito e realidade. Mostra uma cultura asiática de maneira honesta e trata as artes japonesas com muito esmero. Possui um ótimo combate, tem um “vastidão” de terra pra explorar e entrega uma narrativa previsível, mas que condiz com o resultado de uma linha de raciocínio feita pelo jogo. Um ponto importante que não pode ficar de fora é que o jogo tem load “quase inexistente”.

Não deixe de conferir a nossa análise em vídeo no canal do Combo Infinito.

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