Narrador de Overwatch, R6 e Gwent fala sobre o impacto do eSport no público conservador

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Petar Neto conversou um pouco sobre sua visão e expectativas no e-sport!

O esporte eletrônico vem sendo um dos aspectos mais importantes no mundo dos games. Pois o conceito abriu espaço no público esportivo aos games e jogadores profissionais. Um sonho para muitos, poder ganhar a vida jogando seu game favorito profissionalmente. O eSport não só mudou o mercado de jogos eletrônicos como também abriu novas categorias de profissões. Entre elas os narradores, comentaristas e apresentadores de esporte eletrônico. E para conhecer melhor esta profissão e a visão dos profissionais capacitados para essa recente área, conversamos com Petar Neto. Narrador de campeonatos de Overwatch, Gwent: The Witcher Card Game, Rainbow Six: Siege e com certeza muitos outros futuramente. Petar hoje também é um dos âncoras de um programa sobre eSport na ESPN Brasil.

Combo: Como uma pessoa que fluente e que convive o dia-a-dia acompanhando o cenário de e-sport, qual sua visão sobre esse conceito? Qual sua previsão do e-sport na sociedade daqui alguns anos?
Petar: É difícil traçar uma previsão até porque o cenário de e-sports depende de uma série de fatores inclusive sócio-econômicos, eu diria que é mais uma expectativa o que vou dizer. No Brasil o cenário tem crescido e sido notado por diversas marcas e empresas não-endêmicas que por sua vez trazer o consumidor tradicional de outros mercados para o nosso. Uma vez que o trabalho dos envolvidos no cenário for bem feito o investimento será inevitável por parte das empresas.
 
Combo: O Brasil está crescendo aos poucos no cenário de e-sport, porém sabemos é preciso melhorar muito em alguns aspectos. Na sua opinião, o que o Brasil precisa para evoluir ainda mais?
Petar: O Brasil não está crescendo aos poucos, estamos em um ritmo muito acelerado. Atualmente somos o país que mais consome conteúdo de games no MUNDO, de acordo com o próprio Youtube. Isso sem contar com o top3 no ranking global de audiência na TwitchTV. Além disso, já temos as 2 maiores forças do futebol nacional e Latino Americano no eSport (Corinthians e Flamengo). Acho que precisa de investimento em estrutura e principalmente informação para o público. A luta pela desmitificação dos eSports é contínua.
 
Combo: Dos jogos que você trabalha no cenário competitivo, qual deles você acha ser o mais evoluído? E por qual motivo?
Petar Neto (à esquerda). Reprodução: ESPN Brasil.
Petar: Dos jogos que estou mais próximo, atualmente vejo o Rainbow Six Siege. Porém com uma menção honrosa ao Gwent que vem investindo muito e com grande foco em e-sports para o Brasil. Temos nessa paralela também o Overwatch que possui muito espaço e uma grande comunidade pronta para abraçar e evoluir o jogo a partir da OWL.
Obs* Lembrando que outros jogos como LoL e CS eu não tenho envolvimento.
Tive o prazer de estar nas finais da Pro-League em São Paulo e ver de perto uma arena completamente lotada por fãs de e-sport gritando e comemorando e chorando pelos seus times. O motivo de ser evoluído é simples existe múltiplo investimento na franquia visando o público no Brasil. Existem campeonatos recorrentes com temporadas, premiação, transmissão e assim cria-se o ecossistema para o crescimento do público.
Combo: Atualmente vemos que Counter-Strike, Rainbow Six Siege (R6) e League of Legends domina o cenário competitivo brasileiro, quais outros jogos você espera crescer?
Petar: Eu aposto no Gwent e no PUBG! São duas grandes potencias em ascensão no e-sport hoje. A CDPR está investindo e fazendo parcerias , a BGS desse ano foi um exemplo com a GPCUP, e as expectativas são de muitas novidades para os jogadores, torcedores, patrocinadores e pessoas do meio. Já o PUBG tem se mostrado um imã de público e jogadores e cresce de uma forma jamais vista, com certeza a BluHole acertou na mão e com pequenos ajustes poderá em alguns anos ser o maior do mundo.
 

 

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Combo: Com o surgimento do conceito de e-sports, tivemos a origem/criação de novas profissões como jogadores profissionais e até mesmo quem trabalha na parte organizacional como você. Em foco da profissão de comentarista, como é para você, ser um dos primeiros a ter destaque na área e qual sua visão e sentimento a profissão?
Petar: É uma coisa incrível, a figura do jogador profissional é a principal no jogo, porém no show como um todo os narradores/comentaristas/apresentadores comunicam entre jogo e público e é o papel deles fazer a ligação (bem feita) desses elementos para que o show esteja completo. Eu fico muito feliz de poder participar desse crescimento na área, o sentimento de passar a emoção através de uma narração para o público é quase que dizer como você está se sentindo em nuances de entonação, ondas e emissão da sua voz. Existem diversas referências no mercado pra mim de narradores que foram pioneiros no e-sport, Octávio Neto, Bernardo “Bida”, André “Meligeni”, “Toboco”, “Gruntar” são caras que vieram antes de mim e busco sempre aprender cada vez olhando o trabalho deles, de todos esses me inspiro no trabalho de 3 pessoas: Octávio Neto, André “Meligeni” e Rômulo Mendonça (narrador de Futebol/NFL da ESPN). Meu sentimento se resume a pensar assim: faça seu trabalho com alegria sempre e ele não será “apenas um trabalho”.
Combo: Grandes meios de comunicação e mídia relacionada aos “esportes tradicionais”, estão mudando sua postura em relação ao e-sport. Emissoras como SportTV, Esporte Interativo e até mesmo a ESPN. Qual o impacto que isso causará na sociedade e diante ao público conservador? Isso poderá ajudar o público a aceitar o conceito? Ou você acredita que ainda teremos a divisão de “apoiadores” e “não-apoiadores” do e-sport?
Petar: É uma quebra de paradigma! O público da TV aos poucos está conhecendo o e-sport e vendo que somos organizados, que temos uma estrutura e pessoas capacitadas trabalhando nisso. O impacto maior é a desmitificação, como mencionei antes. Infelizmente ainda precisamos explicar “o que é e-sport” e como funciona. Dizer que o prêmio de um mundial de DOTA2 paga mais que a Libertadores da América. Estamos nessa luta diária e com a entrada de canais como a ESPN com a abrangência, capacidade e qualificação da equipe envolvida com certeza mostraremos a esse novo público que existem e-sports é um entretenimento atrativo e lucrativo para todos. 
Combo: Entre os jogos que você trabalha, qual você mais joga atualmente? E qual gostaria de jogar mais? 
Petar: Atualmente jogo bastante Gwent, R6-Siege, PUBG e os lançamentos que surgem como Destiny 2 e COD WW2. Eu gostaria de conseguir jogar mais jogos de puzzle dos anos 90. Sou muito fã desse tipo de jogo e marcou muito minha infância, “Full Throttle”, “The Dig”, “Monkey Island” são jogos divertidos e leves.
Combo: Quais foram seus maiores obstáculos para se tornar um comentarista de esporte eletrônico?
Petar: O desafio de trocar uma carreira bem sucedida na área de T.I por “começar do zero” uma carreira de narrador em um mercado totalmente diferente da minha expertise onde era necessário me qualificar para me destacar, mas principalmente a fase que eu chamo de “fase de transição” onde você trabalha no seu 1o emprego (T.I) e atua no seu 2o emprego (e-sport), no meu caso além disso eu faço streams na Twitch então temos 3 empregos simultâneos todos os dias da semana. Não há corpo humano que aguente. Mas eu resisti o máximo que consegui. Por 2 anos eu paralelizei, dentro do possível, tudo isso até completar a transição.
Combo: Para aos que querem ingressar na área e se tornar um futuro comentarista no cenário e-sport, quais conselhos e dicas você dá?
Petar: Estude, se qualifique, tenha 100% de certeza do que você está fazendo e o mais importante: não desista! Se você realmente acredita no seu potencial e nas suas habilidades siga em frente, até porque atrás vem gente né.
Você pode acompanhar o trabalho do Petar através de seu canal oficial no Twitch e Facebook.

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Uma resposta

  1. Quando se falou em impacto do E-sports ao público conservador imaginei que se tratava do gamer conservador; aquele que ainda espera um produto completo, com conteúdo e que funcione offline ao pagar 60 dólares por ele.

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