“O eSports vai virar algo como o futebol”, diz gerente da HyperX – Entrevista

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Durante a Brasil Game Show deste ano, conversamos com diversas pessoas importantes para o cenário de games e eSports do Brasil. Dentre estas pessoas falamos com Fábio Bottallo, Gerente de Marketing no Brasil. Falamos sobre a importância da marca para o cenário brasileiro, sobre os times que a HyperX patrocina e muito mais!

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Uma das coisas mais interessantes foi a comparação com o futebol, principalmente após o “Preparando Campeões” que a CNB e HyperX proporcionaram para o Brasil, com 15 mil jogadores inscritos e 10 selecionados para formar um time de base de League of Legends, de uma forma semelhante ao que ocorre no futebol. Confira a entrevista na íntegra abaixo e entenda essa comparação:

Combo Infinito: A ligação da marca HyperX com o eSports é muito forte, como isso começou?

Fábio Bottalo: Começou quando a HyperX passou a patrocinar os times, há 3 anos. Nós patrocinamos três times: dois da Kaboon e a CNB. A CNB já faz três anos e a Kaboon tem 2 anos. Patrocinamos os times sempre em League of Legends, de forma financeira com produtos, assessoria e uma série de outras coisas que vão surgindo no dia a dia.

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Fabio Bottello, o cara.

Qual o papel da HyperX dentro do cenário de eSport brasileiro?

Na verdade, foi um caminho natural. A HyperX é uma divisão da Kingston, uma divisão de produtos de alta performance que já existe há 12 anos. De uns anos pra cá, com a demanda crescente na área de games, existiu a necessidade de focarmos ainda mais nessa indústria e começar a desenvolver produtos adequados para os jogadores. Por exemplo, nas memórias começamos a nos preocupar com a questão do design, da cor. Evidentemente que toda a questão técnica é preservada e melhorada, porque nosso objetivo é sempre melhorar e aperfeiçoar a tecnologia. Mas a gente começou também a trabalhar toda a parte estética e do apelo visual.

Nesse momento, criamos muito valor com a marca HyperX nos componentes. Não tínhamos nenhuma linha de produto do tipo, a não ser os componentes normais que servia para os games. A primeira experiência que fizemos foi na BGS 2012 e naquela época percebemos que a indústria tinha a necessidade do que a gente fabricava. Por outro lado, tínhamos a necessidade de nos aproximarmos do jogador, e nada melhor do que o jogador profissional pra ser o nosso porta voz, não só pra ele divulgar a marca, mas também porque ele usa o produto. Ele pode falar sobre o produto e ele divulga com outro valor para os fãs, para os usuários. Não é só porque uma marca patrocina um time que o produto é bom, mas no nosso caso a gente acredita que o produto é realmente bom e a experiência dos jogadores ajuda a transmitir isso pro mercado também.

Além disso, o eSport é uma tendência de mercado, uma tendência mundial. Eu me lembro que, quando a gente começou com o eSport e a CNB no Brasil, a estrutura era precária, não existia nada e os torneios não eram organizados, a Riot ainda não estava no Brasil como está hoje. Foi uma aposta e acabamos dando muita sorte, porque o pessoal da CNB é extremamente profissional, eles trabalham muito bem. Evidentemente que há altos e baixos, como todos os times, mas na questão de estrutura e do que eles entregam e prometem para os fãs, eles são um modelo pro mercado. E também a Kaboom que é super profissional, com uma estrutura muito forte. Então, para nós, estarmos no eSport é parte do nosso business em games. Vamos continuar apostando e apoiando esses dois times, com LOL. Também estamos de olho em outros jogos, porque nossos produtos não são somente pra quem joga LOL. A partir disso, no ano passado, a gente entrou com outros componentes como os headsets e os mousepads, todos com alta qualidade e que levam muito tempo pra se desenvolver, pois são desenhados e desenvolvidos para jogadores. É um headset que qualquer um pode usar, um amador, um cara que ouve música ou assiste um filme, mas foi desenhado para o jogador por causa do conforto que eles proporcionam. Além disso, funcionam nos consoles também.

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O primeiro Cloud já prezava pelo conforto e desempenho.

Nós fizemos uma análise do primeiro Cloud (Headset) e ele tinha fio. Qual a razão de ainda não haver uma versão wireless?

Como o produto é pensado para o jogador profissional, o wireless às vezes falha, dá muita interferência, então não é ainda nosso foco ter uma linha “life style”. O que a gente busca é o desempenho, conforto e quando você olha a série seguinte, o Cloud 2, são todos com áudio 7.1. Então se você não tem um headset com todo esse desempenho, que lhe mostre quando um inimigo está se aproximando, então você perde muito da experiência.

A gente sabe que a HyperX é muito forte no cenário de League of Legends. Existe algum planejamento para começar a trabalhar com jogos de FPS, como Call of Duty?

Por enquanto não. Pode parecer estranho, mas a gente faz as coisas devagar, porque queremos fazer bem feito. Existem muitos estudos e essa mudança para a área de games e entrando no eSport foi muito importante dentro de uma companhia que tinha negócios bem definidos, com bastante retorno e de repente você vai para uma área onde os profissionais tem que se ajustar também a isso, com uma marca nova, já que hoje a HyperX é uma divisão. É uma marca que pertence a Kingston, mas ela é independente. Então, essa questão de ir para outros jogos não é uma coisa que será decidida a curto prazo. É lógico que a gente sempre está olhando possibilidades e estudando, vendo potencial nos outros jogos, mas como investimos para ter retorno para a marca, precisamos entender onde teremos maior exposição e maior retorno, para que os dois lados ganhem. Eu particularmente ainda acho que esse cenário de games tem tanto pra crescer e com um potencial tão grande que tudo tem que ser planejado.

Como exemplo, temos o Preparando Campeões, que a CNB patrocinou agora, que tivemos 15 mil inscritos para formar um time de base de League of Legends.

Como surgiu a ideia do Preparando Campeões?

A ideia foi da CNB e por isso que eu digo que eles são uma escola no Brasil. São muito generosos, não escondem as coisas e dividem muito com o mercado. Eles primeiro fizeram uma peneira que deu muito certo, mas não foi um número tão grande como esse. Na segunda eu disse: “Não vai buscar patrocínio, eu vou bancar como patrocinador principal”, tanto que o nome é Preparando Campeões Powered by HyperX e eu acredito que isso vai dar muito certo, porque eu sabia que a estrutura que eles criaram propícia isso. Então, 15 mil pessoas inscritas, onde eles fizeram todas as eliminatórias e tiraram 10 jogadores que tem potencial para participar do time, se profissionalizar. A ideia é continuar fazendo esse tipo de atividade no futuro. Não posso responder pela CNB, mas se eles fizerem isso novamente continuaremos apoiando.

Essa ideia deve acabar se proliferando para os outros times não?

Com certeza, porque na verdade os jogadores amadores veem uma chance, igual uma escolinha de futebol. Na verdade, isso vai acabar virando algo como o futebol.

É tudo muito parecido não é, com atletas, preparação…

Nos Estados Unidos por exemplo, se não me engano, o visto de um jogador de eSports é considerado de atleta.

Engraçado que outro dia nos perguntaram se quando um time tá perdendo, caindo, vocês vão continuar patrocinando esse time? Eu dizia que a gente não patrocina um resultado ou uma temporada, patrocinamos o time, o que ele traz em termo de desempenho, como equipe, como eles conduzem o negócio. Eles estão levando nossa marca, a parte do meu marketing e do que eu faço eles estão administrando. Minha imagem, minha marca, se eles fizerem alguma coisa errada a gente que se dá mal. Então, eu tenho muita confiança na CNB e na Kaboom, eu sei que existem altos e baixos, que tem gente que sai, entra, que perde e ganha, mas a curto prazo a ideia é continuar com os times.

Porque não formar o próprio time da HyperX?

Porque você precisa conhecer muito desse gerenciamento dos times, ter o recurso humano e financeiro muito forte. Não é a nossa praia ainda, não quer dizer que a gente não vá chegar lá, mas por enquanto nós não temos a ideia de criar nenhum time.

O stand de vocês esse ano está muito bonito, qual a importância da Brasil Game Show para a marca HyperX?

Serei bem sincero com você: eu normalmente não faço muito investimento em mídia massiva, já que queremos conversar com os gamers, que é um público de nicho. Mas uma das coisas que mais nos ajudam a divulgar a marca é a presença na BGS e o patrocínio dos times, além da mídia social em que a gente conversa com a imprensa. A gente divulga os produtos e trabalhamos com diversos deles que possuem grande visibilidade, mas eu acho que a participação na feira é fundamental pra mim. Não penso em nenhum momento de tirar do nosso calendário de atividades no Brasil.

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Agradecemos ao Fábio Bottello pela entrevista, onde batemos um papo bastante solto e gostamos bastante, principalmente de como o Fábio nos recebeu. Além de um ótimo profissional, conhecedor do assunto, é uma grande pessoa. Que a Kingston, a HyperX e toda a equipe tenham muito sucesso!

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