“O Grito” fracassa no terror e se torna um reboot previsível, confuso e desnecessário | Crítica

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Quando o cineasta japonês Takashi Shimizu criou o Ju-On: The Grudge (O Grito) em 2002, é duvidoso que ele previsse a longa vida que a franquia teria nas telonas. Além de várias sequências, o filme também gerou um remake americano que, por sua vez, produziu duas sequências próprias. Portanto, não é de surpreender que a iteração mais recente deste ano – que foi anunciada como um reboot – tenha um pouco do que os fãs de terror não tenham visto antes nesta ou em outras franquias semelhantes.

A história
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Com direção do novato Nicolas Pesce (Os olhos da minha mãe), apesar de manter a tradição da famosa casa amaldiçoada, o diretor optou por trazer uma narrativa diferente e embaralhada. Desta vez, a ideia é mostrar quatro histórias simultâneas, onde os personagens estão todos conectados, mas em uma linha temporal diferente. 

Assim, seguimos observando a trama de uma investigadora interpretada por Andrea Riseborough (Birdman), uma jovem viúva que tenta recomeçar o cotidiano ao lado do filho. Além de Fiona Landers, que trouxe consigo um perigo iminente, e os policiais secundários que centralizam a história, há ainda um casal de idosos (Lin Shaye, do Sobrenatural, e Frankie Faison) buscando a ajuda de uma “cuidadora” (Jacki Weaver), e um casal mais jovem (John Cho e Betty Gilpin) que lutam com uma escolha difícil na gravidez. 

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Mas e o terror?

Todas as histórias paralelas estão repletas de tristeza e perda, contribuindo para a seriedade do filme (embora haja alguns momentos engraçados que aliviam a tensão). De fato, O Grito, de Pesce, ganha muito com o espetáculo perturbador do sofrimento, talvez melhor encapsulado graças a atuação perturbadora e incômoda da lenda do horror Lin Shaye. Há sustos de chuveiro, banheira e pia, lembrando imagens do auge do filme original de meados dos anos 2002.

Contudo, pouca coisa faz sentido no roteiro. Talvez em busca de uma história mais “complexa”, o filme só consegue gerar confusão e um sentimento maçante para o telespectador, escorregando para o ridículo. Esse teor entediante se repete nas cenas de horror, onde os sustos foram feitos quase que totalmente a base de jump scares previsíveis. Algumas até conseguem provocar alguns sustos, mas são deprimentes no geral.

Um reboot totalmente desnecessário

Mesmo repleto de tantas abominações, o longa ao menos conta com um impressionante trabalho de maquiagem, justificando sua elevada classificação indicativa. A trilha sonora, por sua vez, assinada pela dupla The Newton Brothers, traz ainda um trabalho de composição também dedicado; onde conseguem climatizar a narrativa com alguns toques intimidantes. Ademais, não poderia faltar aplausos para a cinematografia de Zachary Galler, que usou muita sensibilidade luz e sombras, que fez representar ameaças constantes no filme (mesmo que não houvese nenhuma). 

Desta forma, deve-se reconhecer que os primeiros filmes de Takashi Shimizu, mesmo lançados anos atrás, ainda continuam bons, pois marcaram uma época do horror. A chegada de O Grito no cinema mainstream foi um acontecimento, tendo como irmão o longa “O chamado”. Porém, a “americanização” dessa nova trama descaracteriza bastante a franquia, que antes possuía a vibe macabra do terror oriental e agora não faz nada além de ser uma história genérica.

Infelizmente, Nicolas Pesce, apesar de ter alguns truques na manga, se mostrou um ilusionista de poucas habilidades neste filme. A edição desastrada, que prejudica o ritmo e a compreensão do longa, junto com os sustos intermitentes que enfraquece a experiência, afastam essa nova versão de um lugar muito promissor, desperdiçando criações criativas do que poderia ter sido um projeto diferente do gênero.

O Grito estreou nos cinemas brasileiros no dia 13 de fevereiro. Em seguida, não se esqueça de se inscrever em nosso canal do YouTube e seguir o Combo Infinito nas redes sociais para mais notícias – FacebookTwitterInstagram.

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