Pacific Drive – Review

Pacific Drive

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Um jogo de sobrevivência no controle de uma perua

Minha experiência com jogos de carros foi moldada por franquias como Gran Turismo e Need For Speed. Ao longo dos anos, novas séries surgiram, como Forza, Project Cars e os simuladores de direção.

Todas essas experiências visavam colocar o jogador o mais próximo possível de estar no comando de uma máquina de quatro rodas. Mas e se você assumisse o controle de uma perua em um mundo pós-apocalíptico? Pacific Drive chega ao mercado com a proposta de oferecer ao jogador uma nova faceta de pilotar um veículo de quatro rodas.

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Com estreia marcada para o dia 22 de fevereiro de 2024 nas plataformas do PS5 e PC, a Iroowood Studios proporciona uma experiência de sobrevivência em que você e seu veículo são peças fundamentais desta jornada.

Pacific Drive é meticuloso como um simulador de direção, mas como experiência de sobrevivência, peca por não ser intuitivo.

Um mundo estranho

Tudo começa quando você e seu veículo são direcionados para explorar o noroeste do Pacífico e enfrentar os perigos sobrenaturais da Zona de Exclusão Olímpica. Em um mundo pós-apocalíptico, sua função é descobrir as causas por trás dos eventos que presencia e tentar entender as diversas anomalias naturais presentes nos locais.

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A narrativa de Pacific Drive é misteriosa e intrigante, repleta de termos científicos. Parte da história é transmitida por meio de transmissões de rádio, onde personagens exploram os eventos ocorridos e buscam entender como lidar com eles.

A narrativa do jogo desperta um grande interesse, pois é sutil, e os elementos presentes no mundo aumentam ainda mais a curiosidade do jogador, enquanto as respostas permanecem distantes. Tudo é envolto em mistério, e eu me vi profundamente envolvido em tentar compreender o nevoeiro que permeia os eventos que revelarão a verdade sobre o mundo.

Ademais, o sentimento de solidão e abandono com a presença da tecnologia e seres robóticos lembra muito o filme ‘Guerra dos Mundos’ (2005). Os humanos, por sua vez, foram transformados em estátuas que explodem quando em contato.

Portanto, todos esses elementos remanescentes no local despertam uma curiosidade sem fim sobre o que aconteceu de tão bizarro com o mundo e de onde tudo isso surgiu.

Em resumo, a narrativa de Pacific Drive é o ponto alto do jogo, enquanto o mundo assume o papel de protagonista durante a ação. Minha ressalva está na ausência de localização em português do Brasil e na falta de animações, mas acredito que a ausência de cinemáticas seja uma escolha para manter o mistério do enredo ou devido a restrições orçamentárias. Afinal, Pacific Drive é um jogo Double-A.

O medo do desconhecido

Pacific Drive

Enquanto a narrativa se mantém sutil, o mundo do jogo é um perseguidor implacável durante nossa jornada de exploração e busca por respostas. Sons estranhos, presença de máquinas voadoras e anomalias sobrenaturais ao longo do caminho transformam a Zona de Exclusão Olímpica em um ambiente desafiador e assustador.

A sensação de ser observado e a falta de compreensão do que está nos cercando são aspectos impressionantes que Pacific Drive proporciona enquanto controlamos um veículo de quatro rodas de forma extremamente realista.

Ao adentrar locais repletos de árvores e pistas envoltas por nevoeiro durante incursões noturnas na Zona de Exclusão Olímpica, somos transportados para uma versão de Silent Hill que esconde todos os perigos possíveis.

A solidão do local e os perigos iminentes me lembraram de como Death Stranding utilizou seu mundo aberto. Tudo aqui está abandonado e nossa única companhia é o rádio, repleto de músicas cativantes que grudam na mente como chiclete.

Particularmente, preferiria que Pacific Drive fosse em terceira pessoa para oferecer mais visibilidade a esse ambiente devastado e destacar todas as anomalias presentes. Contudo, reconheço que estar dentro do carro torna tudo ainda mais desconhecido e distante de nossos olhos. Isso nos leva ao cerne do jogo: proporcionar a experiência mais imersiva e realista possível no controle de um veículo.

Visualmente, o título não é excepcional, com a presença de cenários e objetos carentes de detalhes, como terrenos e vegetações com texturas simplificadas.

Dirija e cuide do seu veículo

Pacific Drive transmite muito bem a ideia de simular o ritual sagrado que as autoescolas nos ensinam ao tirar nossa carteira de habilitação para carros da categoria B. Assim como na vida real, tudo é sistemático, o que proporciona uma imersão que inicialmente pode parecer tediosa, mas que se torna natural ao longo de nossa jornada cada vez que entramos no carro.

Portanto, apertar o R1 para abrir a porta e entrar, engatar a marcha, ligar a chave, interagir com o mapa dentro do carro, ligar os faróis e acionar o para-brisa em momentos de chuva são apenas algumas das tarefas que contribuem para tornar essa rotina mais imersiva. Todo esse cuidado com os detalhes é uma característica comum em muitos simuladores, e Pacific Drive não fica para trás nesse aspecto. Além disso, não basta apenas dirigir; é preciso cuidar do seu meio de locomoção.

Você estará constantemente envolvido em reparos em seu veículo, trocando pneus, mudando o óleo do motor, verificando a bateria e realizando outras manutenções. Para isso, é necessário coletar recursos para criar novas peças e expandir sua garagem com novas funcionalidades.

Embora transmita em grande parte a sensação de um simulador, Pacific Drive também se dedica a ser um jogo de sobrevivência com grande ênfase na exploração e na coleta de recursos, o que resulta em um ciclo de criação constante. No entanto, essa abordagem peca ao oferecer uma exploração pouco atrativa, com poucos locais interessantes para explorar. Isso afeta o design geral do jogo.

Nossa função em Pacific Drive é simplesmente explorar as áreas do mapa, coletar recursos e escapar de uma tempestade que pode colocar tudo que coletamos em risco. Escapar da tempestade radioativa não é desafiador apenas por sua dificuldade, mas também pela perspectiva limitada que temos dentro do veículo. Um exemplo disso é o uso do mapa, que acessamos dentro do próprio carro e que nos priva da visão do ambiente enquanto o consultamos para marcar pontos de interesse.

Em resumo, Pacific Drive não é muito intuitivo em sua proposta de jogo. Falta um certo direcionamento ou motivação para avançar na progressão. Enquanto exploramos áreas, coletamos recursos e melhoramos nosso veículo de forma mecânica, a narrativa fica em segundo plano, recebendo atenção de forma despretensiosa e sem grande interesse.

Nada como dirigir ouvindo boa uma música

Mediante ao gameplay enfadonho e sem perspectiva de Pacific Drive, a trilha sonora presente no rádio de seu carro é uma brisa de ar fresco. Cada uma das trilhas sonoras presentes são envolventes e ficam presas em sua mente rapidinho. Assim, de tantas coisas que temos para fazer no controle de nosso veículo, ouvir música é a mais empolgante que você terá dentro da proposta que o ame apresenta em seu gameplay.

Enquanto a trilha sonora nos salva da exploração sem sentido de Pacific Drive, o design de áudio é impressionante quando relacionado às anomalias presentes no cenário. No entanto, quando se trata do impacto do veículo, o exagero é desnecessário. As batidas do carro em objetos pouco resistentes, como plantas no cenário, causam danos consideráveis ​​ao veículo e produzem um som exagerado de colisão crítica em um objeto de tamanho pequeno.

Mas afinal, Pacific Drive é tudo isso mesmo?

Pacific Drive oferece uma nova visão para os games de sobrevivência, onde vai te colocar no controle de um carro. Ao adotar uma abordagem de simulador de direção, o gameplay consiste em explorar um ambiente desolado em busca de recursos, mas falha em tornar essa dinâmica empolgante.

O jogo não fornece motivos claros para avançar na história, mesmo com uma narrativa intrigante. Assim como na vida real, a música se destaca como uma excelente companhia durante nossas viagens, e em Pacific Drive, ela salva os jogadores desse tedioso passeio pós-apocalíptico.

Pacific Drive: Pacific Drive oferece uma nova visão para os games de sobrevivência, onde vai te colocar no controle de um carro. Ao adotar uma abordagem de simulador de direção, o gameplay consiste em explorar um ambiente desolado em busca de recursos, mas falha em tornar essa dinâmica empolgante. O jogo não fornece motivos claros para avançar na história, mesmo com uma narrativa intrigante. Assim como na vida real, a música se destaca como uma excelente companhia durante nossas viagens, e em Pacific Drive, ela salva os jogadores desse tedioso passeio pós-apocalíptico. Jão

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von 10
2024-02-20T19:28:28-0300

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