Prince of Persia: The Lost Crown é criativo, carismático e um retorno em grande estilo da franquia – Análise | Review

Prince of Persia

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Já se passou mais de uma década desde o último jogo da franquia Prince of Persia, lançado em 2010. De uma série que inspirou Assassin’s Creed até seu esquecimento, a trajetória de Prince of Persia nos videogames é lamentável. Ao longo de sua hegemonia, a série entregou uma trilogia marcante, mas seu declínio tornou-se iminente com títulos saturados para a sétima geração de consoles.

Agora, mais 10 anos depois, um novo jogo da franquia está programado para ser lançado em 18 de janeiro nas plataformas PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One, Switch e PC, prometendo revitalizar a série outrora prestigiada da Ubisoft.

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Dessa vez, com uma abordagem minimalista e flertando com o estilo 2.5D em um formato metroidvania, Prince of Persia: The Lost Crown representa um retorno excelente à franquia, sem a necessidade de replicar exatamente os elementos dos jogos clássicos.

Sem as Areias do Tempo desta vez

prince of persia

A trilogia original de Prince of Persia explorou as Areias do Tempo como elemento crucial de sua narrativa. Em The Lost Crown, a Ubisoft Montpellier optou por não utilizar as Areias do Tempo, mas conseguiu, de maneira criativa, incorporar contexto e elementos que fazem referência aos jogos anteriores.

Ambientado em uma outra era ou realidade (possivelmente), Prince of Persia: The Lost Crown conta a jornada de Sargon, um dos membros dos Imortais, um grupo composto por outros seis guerreiros. Juntos, os Imortais salvam a Pérsia de uma invasão. Após o sucesso e a vitória de Sargon sobre o líder do exército invasor, ele recebe todas as honrarias por seu feito e a eterna gratidão do príncipe da Pérsia, agora nomeado Ghassan, um personagem real e não apenas uma menção.

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No entanto, o momento de celebração de Sargon é interrompido quando Ghassan é sequestrado, levando os Imortais, liderados por Vahram, a partirem em busca do príncipe desaparecido.

A partir dessa introdução, The Lost Crown se desenrola, e sem entrar em muitos detalhes sobre a narrativa para evitar spoilers, a aventura de Sargon é cativante, impulsionada pelos personagens secundários, NPCs e o carisma do próprio Sargon.

Apesar da temática persa, nosso protagonista incorpora aspectos modernos em seu estilo. Durante as cinemáticas, especialmente nas cenas de ação, Sargon exibe carisma, golpes estilosos e poses que destacam sua habilidade como guerreiro.

Além disso, The Lost Crown apresenta reviravoltas que deixarão o jogador cheio de especulações e expectativas. A trama de Sargon permanece irresoluta até o momento final do jogo, proporcionando uma experiência envolvente e cheia de surpresas.

Sem as Areias do Tempo desta vez, A Coroa Perdida revela-se muito mais complexa do que inicialmente se pode imaginar.

Rayman’s encontra Prince of Persia

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Desenvolvido pela Ubisoft Montpellier (conhecida pela criativa e amada franquia Rayman), Prince of Persia: The Lost Crown é um metroidvania que soube usar bem o subgênero. Como todo título que busca uma experiência metroidvania, The Lost Crown não inventa a forma, mas soube encaixá-la bem na temática que a franquia Prince of Persia é.

Conhecida por ser uma franquia de ação em plataforma e puzzle, The Lost Crown herda este aspecto e maximiza o senso desafiador que a franquia sempre proporcionou para os jogadores. Todo nosso progresso se passa por locais desafiadores com inúmeras plataformas que colocarão à prova a agilidade de nosso protagonista, como também nossa habilidade como jogador, nos exigindo precisão na hora de realizar os saltos.

Além disso, a criatividade demonstrada pela Ubisoft Montpellier ao desenvolver cada level design como um complemento para os poderes que Sargon adquire ao longo de sua jornada é notável. Como em todo metroidvania, a expectativa é não explorar tudo de uma única vez.

Falando em exploração, a sensação de descoberta proporcionada pelo título é uma das experiências mais envolventes e viciantes no jogo. Com a opção de jogar de forma guiada (com ícones de objetivo no mapa) ou não, optei por não ser guiado por ícones de missão, uma escolha que se revelou a melhor. Explorei cada canto do Monte Qaf, surpreendendo-me com o nível de recompensa que cada ambiente inexplorado proporcionava.

Assim, essa combinação de desafio e exploração constitui os pilares da experiência metroidvania oferecida por Prince of Persia: The Lost Crown. A cada momento de exploração, somos desafiados pelo ambiente, induzidos a investigar os segredos desses locais por suas recompensas, ao mesmo tempo em que celebramos ao superar uma plataforma espinhosa ou encontrar um ponto de salvamento.

As duas espadas retornaram, mas desta vez, com o parry

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As duas espadas (aspecto característico do protagonista da trilogia original) retornaram em The Lost Crown. Sargon é detentor de duas lâminas, onde o “parry” (repelir o ataque) se tornou parte integrante de seu moveset que possui diversas variações de golpes. Além disso, Sargon possui habilidades que podem ser usadas durante os combates. Esta combinação proporciona momentos de muita ação e repletos de acrobacias com efeitos visuais para cada habilidade.

Não somente o “parry”, mas o dash pode ser uma alternativa para os jogadores que não conseguirem pegar o tempo de bloqueio. No geral, o combate de The Lost Crown possui muitas vertentes onde você pode usar sua espada, seu arco, suas habilidades e até mesmo os elementos do cenário, por exemplo.

Ademais, para agregar ao belo e versátil combate, há os amuletos. Os amuletos (que podem ser encontrados pelo cenário enquanto se explora) são responsáveis por influenciar em certos aspectos do gameplay, seja no combate (como a possibilidade de reviver após morrer), seja na exploração (com a diminuição do dano do cenário). Essa combinação traz uma versatilidade ao gameplay, onde o jogador pode criar inúmeras combinações para cada ocasião.

Por fim, não posso deixar de comentar sobre as lutas contra os chefes presentes no game – que são bem carismáticas, por sinal. Cada encontro reserva uma dinâmica diferente de confronto que irá lhe desafiar – apesar de uma introdução bem cafona, porém é legal presenciar esse minimalismo.

Uma direção de arte impecável

Se a criação de um level design que se complementa com as habilidades do personagem é incrível e criativa, a direção de arte de The Lost Crown foi o ponto alto da minha experiência.

Cada novo cenário que visitei e os vários planos em movimento eram dignos de um quadro. Destaque especial para o cenário do Mar Revolto, que é um espetáculo visual à parte. Um detalhe: cada level possui sua temática e inimigos específicos. Dificilmente vemos inimigos serem reciclados. Essa experiência visual é intensificada pela trilha sonora, que reage ao ambiente em certas ocasiões.

Além disso, o jogo flerta muitas vezes com o 2.5D com a presença de objetos além dos eixos X e Y, oferecendo uma visão de profundidade acessível ao quebrar jarros ou abrir baús. Apesar da perspectiva 2D, ainda estamos diante de um jogo de Prince of Persia. A essência da franquia foi mantida e homenageada em certos cenários do mapa, com um level design que remete aos jogos anteriores.

No entanto, The Lost Crown, ao respeitar o legado da saga, também traça seu próprio caminho em uma abordagem que parece ter vindo para ficar. A decisão de levar a franquia para o estilo Metroidvania em uma perspectiva 2.5D é a novidade que Prince of Persia precisava. A Ubisoft não precisa se preocupar em criar algo em 3D, como veremos no remake de The Sands of Time. A simplicidade e a criatividade falaram mais alto. Prince of Persia encontrou seu lugar, e estou animado para o futuro da franquia.

Mas afinal, Prince of Persia: The Lost Crown é tudo isso mesmo?

Prince of Persia: The Lost Crown é uma joia no meio do deserto da monotonia em que muitas franquias da Ubisoft se encontram atualmente. A Ubisoft Montpellier trouxe de volta a magia da era de ouro da Ubisoft, reminiscente de jogos como Rayman. E The Lost Crown carrega esse DNA criativo.

Ao apresentar uma nova história repleta de mistérios e expandindo sua temática, a Ubisoft estabeleceu um novo rumo para uma franquia que ficou anos em hiato. Exploração, desafios de plataforma e um combate empolgante se unem para criar um metroidvania viciante, repleto de momentos marcantes.

Em resumo, Prince of Persia: The Lost Crown marca o retorno triunfante da franquia Prince of Persia, trazendo consigo um estilo renovado e cativante.

NOTA: 10

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