Project Cars 3 tenta ser um arcade e acaba se perdendo | Análise

Project Cars 3

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A franquia Project Cars nasceu com a premissa de um simulador de carros. Esta utopia que viria a concorrer com os grandes do gênero como Forza Motorsport, Gran Turismo, Assetto Corsa, entre outros, por exemplo,  chamou a atenção dos amantes do gênero e aos poucos foi conquistando seu espaço. Dito isso, após seu segundo título, lançado em 2017, a  Slightly Mad Studios, novamente, aparece com o terceiro título de sua franquia automobilística. No entanto, desta vez, a franquia apostou em uma segmento atípico de sua gênese como simulador. Project Cars 3 vem com uma pegada mais arcade ao consagrado segmento simulador – que consagrou a franquia anteriormente. Estaria a Slightly Mad Studios sendo ingrata – por deixar de lado um conceito que a consagrou anteriormente – ou inovadora?

Enfim, eu me chamo João Antônio e me acompanhe em mais uma análise do Combo Infinito e descubra o que eu achei.

Um Project Cars de cara nova
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A franquia Project Cars nasceu no berço simulador, a qual se tornou conhecida e querida. Ao longo desse 5 anos de existência, a franquia foi considerada uma grande concorrente das gigantes do gênero. De fato, um grande feito para uma série recém-nascida. Pois bem, agora, a terceira entrada desta franquia veio com a proposta mais acessível e acolhedora optando por um segmento arcade em troca do seletivo e complexo segmento de simulador.

Esta decisão, certamente, será um divisor de águas para os fãs onde os mesmos podem ver esta postura como uma ingratidão da série com os mesmos que depositaram um grande apoio quando a franquia tentava conquistar seu lugar como simulador. Assim, a nova estrutura de título ressignifica suas mecânicas trazendo o “BA AB” dos arcades. Filtros coloridos, Tuning, corridas abertas, progressão facilitada e corridas rápidas são as marcas que Project Cars 3 irá carregar. Deste modo, estes conceitos bastantes conhecidos dos arcades fizeram o título se distanciar do simulador e se aproximar dos arcades. Mas afinal, conseguiu?

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O que presenciamos é um produto sem identidade

A decisão de mudar de rumo poderia inovar ou condenar a série. Nesta ocasião, PC 3 não se decide em qual segmento quer ser. Sua abordagem voltada para o arcade nos deu a entender que esta seria a nova aposta da série, porém o título não se desvincula do simulador que sempre foi. Assim, essa crise de identidade é a grande protagonista do game, pois não sabemos com o que estamos experimentando. As corridas, toda a estrutura de progressão é de um arcade, mas ao mesmo tempo o estigma de simulador continua perceptível.

Embora com esta indecisão conceitual, uma coisa é certa: a escolha de levar a franquia para uma experiência arcade fez de PC 3 um produto sem identidade que se perde a cada curva, principalmente na busca de ser um arcade e continuar sendo um simulador. Na verdade, Project Cars 3 não é nem um e nem outro. O que experimentamos é uma mescla do que vimos na franquia Forza Horizon com a série GRID. Essa dualidade incomoda, pois não sabemos o que o game quer nos propor do início ao fim. Contudo, trazer aspectos arcades, de fato, tirou toda a magia de um simulador que a série foi um dia.

Uma experiência menos desafiadora

Se a intenção era se desvincular das corridas fechadas e de todo o senso desfiador e sério de um simulador, era preciso ser mais acessível. PC 3 oferece 5 tipos de dificuldade, embora a dificuldade personalizada dê mais liberdade ao jogador de escolher como quer jogar. Eu joguei na dificuldade Experiente (dificuldade HARD se assim posso dizer) e minha experiência não se equipara a que vivenciei nos títulos anteriores.

Primordialmente começando pela a IA que ainda não recebeu o devido detalhe. Project Cars 2 foi ótimo, mas sua falha se manteve em uma IA nada convincente. Já neste título, os veículos são facilmente alcançados e possuem regalias. Sim, regalias. Uma das minhas maiores frustrações em PC 3 é que ele te obriga, como todo simulador, a ser perito na curvas te fazendo ter um bom equilíbrio entre frear e acelerar numa curva e um autocontrole em pistas molhadas. No entanto, este mesmo desafio não é visto na IA dos adversário onde os veículos não freiam em curvas e/ou não deslizam em pistas com chuva.

Outro detalhe pecaminoso é quando sofremos penalidades por sairmos da pista. Como punição, nosso veículo fica invisível e perde velocidade. Assim, os carros que estão atrás passam por dentro do nosso veículo e isso é de uma falta de realismo tamanha. Assim tirando toda a credibilidade de um produto realístico e de uma imersão em uma experiência automobilística. Quanto ao road map de nossa progressão dentro game, temos as conhecidas categorias e seus respectivos eventos lotados por corridas. Estas categorias podem ser alcançadas concluindo os eventos ou comprando o acesso à essas categorias seguintes com o dinheiro que você adquiriu ganhando as corridas. Deste modo, essa facilitação o fará avançar rapidamente no game, mas, também, pode gerar consequências.

No final, Project Cars 3 tenta algo novo e acaba não mostrando para o que veio

Com todas as minhas sinceras opiniões expressas, se há uma palavra que melhor resume minha experiência em PC 3, essa palavra seria: indecisão. Toda a minha jogatina dentro do game nas corridas, na estrutura de progressão não me convenceu para o que título veio. Sobretudo, o que ele quis ser. Se é pra ser arcade que seja, mas se é pra ser ser simulador que, também, seja. O que não “cola” é tentar ser os dois e no final não ser um nem outro e acabar perdendo uma identidade que a franquia conquistou, anteriormente, como muito êxito.

Embora em meio a esta crise de identidade constante, a magia gráfica da franquia permanece com um visual incrível. Seja no visual dos veículos, seja nas inúmeras pistas disponibilizadas em diversos locais pelo o mundo. De fato, esse detalhe é único, porém não esconde o grande erro cometido pela a Slightly Mad Studios em mudar o feeling da série e acabar não se encontrando.

Em suma, Project Cars 3 tenta inovar buscando novos ares para a franquia e acaba se perdendo em uma crise existencial onde tentar ser um arcade acabou trazendo ao título uma confusão de qual segmento ser. Assim, temos um produto que tenta ser um arcade, mas não consegue. Mas, também, um produto que não se desvincula do simulador que é , mas que não tem a mesma experiência dos títulos anteriores. De fato, esta mudança irá trazer grandes consequências a franquia e um descontentamento para os fãs que esperavam uma experiência constante e mais refinada da série. De todo modo, o que aprendemos com o título é que nem sempre apostar em uma tendência pode ser o certo. Mas, manter a fórmula e refinar parâmetros, e agradar seu público, na maioria das vezes, é o mais benéfico.

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Uma resposta

  1. cara quanta bosta você falou, tanto o 2 quanto o 3 se pode alterar para deixar no mod “arcade” ou no modo simulador, aposto que nem pegou 1h de jogo.

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