Reboot de Saints Row parece um jogo de PS3 / XBOX 360 | Análise

Saints Row

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Quando o primeiro Saints Row foi lançado em 2006, a Volition trouxe diversos elementos aos games do gênero sandbox, como GTA, que foram divisores de água. Embora fosse uma série estreante, conseguiu influenciar os futuros jogos deste tipo. Assim, as sequências foram bebendo da mesma fonte e as comparações com GTA foram aumentando.

Contudo, enquanto GTA foi evoluindo, Saints Row teve ligeiras mudanças, mantendo o seu cerne sarcástico – talvez quase que uma paródia do que são jogos de ação com uso de carros e muitos estilos diferentes de jogabilidade. Desde 2013 não temos um jogo novo, havendo apenas algumas remasterizações. Então, quando a Deep Silver e a Volition anunciaram o reboot da franquia, a sensação que ficou é que algo novo estaria por vir.

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Recebemos o novo Saints Row de forma antecipada e passei muitos dias me aventurando pela cidade de Santo Ileso. Joguei a versão de PC, rodando na GeForce RTX 3080Ti. Portanto, todas as suas perguntas sobre o game serão respondidas neste review.

Uma nova história de Saints Row

Embora seja um reboot, Saints Row de 2022 segue muitas coisas que os jogos anteriores da franquia fizeram. Jogamos com um personagem que pode ser criado do zero. No entanto, ainda que existam personagens pré-construídos, é possível alterar tudo no personagem e deixar do jeito que você quer, inclusive a voz. Eu decidi jogar com a personagem que vimos em todos os trailers do jogo até agora. 

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Chamada de “The Boss”, ela vive com três amigos insanos que possuem seus próprios costumes. São eles: Neenah, que é uma das melhores motoristas da região e entende tudo de carros e artes. Eli, um rapaz que manja muito de negócios e marketing. E por fim Kevin, que possui muitos contatos, entende tudo de festas e não deixa de ser um grande aliado em combate.

Cada um deles possui conexões com alguns dos grupos que dominam as regiões de Santo Ileso. E, após alguns eventos para lá de exagerados, o grupo se vê na obrigação de tentar formar a sua própria história em meio aos negócios sujos da cidade. Assim nascem os “The Saints”.

Carisma escondido atrás de um marketing “meia boca” de Saints Row

Desde o primeiro momento que Saints Row foi anunciado, era impossível se conectar com os personagens. Os trailers não eram bons, não cativaram e cada um dos personagens pareciam mal construídos. A ideia de que podemos criar qualquer aparência e qualquer voz para o protagonista em um jogo do gênero, parecia não gerar um elo entre nós jogadores e o “The Boss”.

No entanto, consegui contornar esse problema (ou diminuí-lo) testando cada uma das vozes e a “voz número 2 feminina” foi a melhor escolha pra mim. Trouxe carisma e interpretação muito melhores do que qualquer outra  – lembrando que a customização do personagem te dá uma liberdade extrema. Enfim, com minha personagem principal de acordo com o que eu esperava, comecei a jogar, mas ainda sentindo que eu não iria curtir os personagens, inclusive os vilões.

Felizmente, tudo foi mudando conforme eu avançava na história e, ainda que não sejam brilhantes, os “Saints” conseguiram minha atenção. Então, se você estava com receio de o jogo ser tão genérico ao ponto de não ser divertido, fique tranquilo que isso não acontece e, aos poucos o carisma, aparece. Contudo, entenda que o novo Saints Row está longe de ser incrível como um GTA. 

Santo Ileso – A nova cidade de Saints Row

Saints Row

Um dos personagens centrais de um sandbox é a cidade. Santo Ileso é uma localidade fictícia que fica no Sudoeste dos Estados Unidos, ou seja, tem fronteira com o México. Então há uma grande influência latina em várias regiões do jogo. Não chega a ser o tema central, mas está lá. Porém, a Volition conseguiu tornar Santo Ileso uma representação geral do que seria o sudoeste americano de uma forma resumida. Temos cassinos, praias, desertos, bairros, cidade grande e muito mais. 

Graficamente Saints Row não é magnífico, e até traz problemas graves de construção de objetos muito nítidos ao jogador. Vindo de uma empresa com tanta experiência no gênero, é algo decepcionante. Porém, mesmo assim, o visual acaba não atrapalhando a experiência geral – assim como também dificilmente vai te impressionar. O modelo de personagens vai de bom até muito esquisito. Contudo, quem já jogou games da empresa, como os demais Saints Row ou Agents of Mayhem, já sabe o que encontrar.

A cidade de Santo Ileso está lotada de habitantes, mas quase nenhum deles se diferencia em suas atividades. O voice acting (as vozes em inglês) são boas para os demais personagens (além do The Boss que você precisa escolher e só achei a “voz 2” boa). Os diálogos são legais, muitas vezes com tiradas inteligentes da metade do jogo para frente. No entanto, no começo tudo parece meio forçado, talvez por não conhecermos tanto os personagens. 

Importante destacar: Não há dublagem e o jogo está legendado em português.

Preenchendo a cidade de Santo Ileso em Saints Row

Saints Row

Embora não faça parte diretamente da história principal do jogo, há uma mecânica divertida em Saints Row que constrói novos negócios na cidade para aumentar o domínio dos Saints.

Toda vez que você alcança os requisitos, você pode construir novos negócios e escolher onde eles serão construídos. Você não precisa de material, mas sim de dinheiro para fazer isso. Ao construir os negócios, eles passam a gerar renda por hora para o jogador. São diversos tipos de atividades, como encontrar carros valiosos, caminhões com materiais radioativos, food trucks que podem ser usados para circular as drogas na cidade e muito mais. 

Além disso, existem colecionáveis no mapa que você pode pegar. E então temos os bicos, que são atividades diferentes que podem render uma boa grana para o jogador. Um “farm” de dinheiro no novo Saints Row. Tudo isso aumenta drasticamente a vida útil do jogo. 

Jogo novo, a mesma inteligência artificial que Saints Row já tinha

Saints Row

Ainda que eu tenha me divertido com o gameplay de Saints Row, – que é bem básico se compararmos com outros jogos do gênero – é impossível não se incomodar com a inteligência artificial arcaica que o jogo possui, que vão desde os inimigos até nossos companheiros. 

Assim que começamos o jogo, somos colocados num tiroteio e a sensação que temos, tanto no gameplay, quanto na forma que os inimigos se comportam, é que estamos jogando um Saints Row lançado para PS3/Xbox 360. Eu joguei Agents of Mayhem, que é o jogo mais recente do estúdio, e não houve nada de evolução. A gente percebe que os inimigos seguem um script muito ruim, se colocam em risco toda hora e o desafio fica por conta da quantidade de personagens que estão te atacando. 

Então eu pergunto: como pensaram que seria uma boa ideia fazer um reboot e usar mecânicas tão antigas? Difícil responder diante de tantos adiamentos que o novo Saints Row sofreu. Além disso, durante todo o gameplay é possível perceber erros de física em diversos aspectos. Não é como se eu quisesse que um jogo “zueiro” fosse ter uma física apurada, mas o pouco que ele tenta fazer deixa tudo estranho, lembrando um jogo bem mais velho do que ele é. 

Enfim, chegamos também aos problemas que passei. No jogo , me deparei com um bug de menu que não fechava (na versão PC, além da visão estranhíssima do helicóptero que deixava tudo em um zoom absurdamente enorme, que me incapacitava de enxergar os objetos e o ambiente em si. Felizmente, porém, o jogo passou por um update hoje (22) e em meus testes não percebi esses problemas novamente.

Outros bugs também ocorreram, mas foram mais engraçados do que problemáticos. Carros que sumiam, outros que surgiam do nada, pessoas que flutuavam e vozes do além são exemplos. Contudo, acho que são problemas fáceis de se ajustar com updates.

Muitas armas para brincarmos e missões bem divertidas no novo Sants Row

Embora tenha problemas graves, o novo Saints Row também acerta. A customização do personagem, no que diz respeito a roupas e skins, dá uma enorme liberdade ao jogador de escolher o que quiser, como mostrado nos trailers. Contudo, não fiquei com vontade de ir muito a fundo. Não há incentivo, talvez. Além disso, as armas também podem ser alteradas, mas não perdi tempo com elas. Por fim, os veículos e as rádios são  interessantes, mas nada de grande destaque.

Contudo, experimentar todas as armas e parafernalhas loucas utilizadas nos combates é uma das coisas mais recompensadoras do jogo. O sistema de tiro não é excelente, mas cumpre seu papel. Então, conforme você vai se acostumando com as armas e evoluindo-às, tudo vai ficando mais divertido. 

E, entre as missões paralelas (que são as atividades de negócios ilícitos extras) e algumas da própria história, existem excelentes ideias que ficaram presas no gameplay antiquado de Saints Row. Porém, os acontecimentos insanos e as piadas (que não poderiam deixar de ter) deixam toda a experiência divertida, valendo a pena jogar. 

Para se ter uma ideia, existem missões com Role Playing com altas referências a Dark Souls. Assim, entender estas referências e o que eles estão falando em diálogos rápidos se torna um dos chamativos do novo Saints Row. 

Conclusão – Saints Row é tudo isso mesmo?

Saints Row

Quando pensamos em Reboot, pensamos em evolução ou coisas realmente novas. Desta forma, Saints Row não alcança seu objetivo, apesar de reiniciar a franquia e abrir portas para mais ideias diferentes. Mas os erros gráficos, de combate e de inteligência artificial ferem gravemente a qualidade do projeto que, no fim das contas, parece um jogo sem a alma esperada para um jogo da franquia. A Volition parece ter boas ideias. Contudo, não conseguiu criar algo que realmente se destaque.

Assim, Saints Row é um jogo divertido que vale a pena ser jogado se você comprar em uma promoção. O jogo tem boas horas de duração (devo ter fechado com 40% do mapa concluído com por volta de 30h). Porém, ele só consegue chamar um pouco de atenção daqueles que sentem falta de um novo GTA ou novos jogos do gênero. O que faz dele um jogo apenas “ok”. O que é uma pena.

Saints Row tem seu lançamento marcado para o dia 23 de agosto, quando chegará para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC.

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