Tales of Arise é encantador e competente, mas há espaço para evoluir ainda mais

Tales of Arise

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Tales of Arise é o mais novo jogo da série lendária de RPG. O jogo desenvolvido pela Bandai Namco Studios renova nossas crenças na franquia que tanto conquistou o público do gênero.

Vale destacar que o jogo terá versões para as gerações anteriores, portanto  TOA chega para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC. A série teve seu início nos anos 90 e desde então vem angariando uma legião de fãs. Jogos da série Tales of, como o nome propõe, costumam ter histórias contundentes com temas contemporâneos, mesmo que se passe em eras medievais ou tecnológicas. Com Arise não seria diferente.

Tales of Arise tem uma história complexa e cativante

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Tales of

Começamos com pouquíssimo informação. Quase sem saber o que está havendo, jogado num mundo dividido entre Dahnos e Rehnanos. A primeira é uma “raça” subjugada, condenada há mais de 300 anos a ser escrava e ter uma vida laboriosa e sem sentido. A segunda uma raça que se diz superior, dominante e dotada de poder mágico (ARS), o qual utilizam para conquistar seus objetivos, muitas vezes escusos. Pois bem, essa é a ordem do mundo que vive o Homem da Máscara de Ferro (Não é o Leo Di Caprio, mas é o herói do jogo) que além de não aceitar a situação atual não tem a menor lembrança de qualquer coisa de seu passado.

É sabido que os tempos atuais, a organização política se dividiu em 5 grandes Lordes que comandam regiões diferentes. Essas regiões foram divididas de acordo com o Elemental que o local oferece tipo água, fogo, vento, terra e luz. Para modificar alguma coisa nesse universo, esses pilares precisam cair.

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Porém, em Tales of Arise muita coisa pode não ser o que aparenta. Na jornada que segue muitas coisas acontecem que te fazem ou entender o que revelaram no início ou mudar completamente de conceito. Esse poder de encaminhar seu pensamento para uma resolução específica e depois te fazer pensar da forma oposta ocorre muitas vezes. Isso faz o jogador se interessar muito pela narrativa, por mais que em certo momento ela seja um pouco confusa.

O Combate de Tales of Arise é quase perfeito

NVIDIA -  Tales of Arise

Tales of Arise tem um combate extremamente competente. Possui uma complexidade na medida, ao passo que requer uma coordenação e estratégia. É importante você entender bem o seu personagem e o que ele pode fazer, para que componha uma equipe variada e eficaz. Assim sendo, devemos usar estratégia para eliminar os inimigos certos primeiro, impedir ataques poderosos, escapar de grandes investidas e usar os itens e golpes que usam barra de ação (BA) no momento certo.

Em Tales of Arise você controla apenas um personagem por completo no combate. Entretanto, você comanda algumas ações da equipe como investidas e poderes especiais. Isso faz toda a diferença no dinamismo que uma batalha toma e principalmente no domínio de uma luta difícil.

Outro ponto importante relacionado ao combate são os atordoamentos e as finalizações. Os inimigos corriqueiros tem uma barra de Stun (atordoamento) comum. Nela, quanto mais hits você conseguir de maneira sequencial, mais rápido ela enche. Caso o inimigo consiga interromper sua sequência, a barra zera. Por isso é importante sempre se concentrar na barra e ficar de olho se algum companheiro pode ajudar na sequencia. E se a barra encher, aí é que vem o grande ponto, pois você libera um especial combinado que devasta seu inimigo, podendo, em alguns casos, refletir nos inimigos adjacentes. Os chefes mais poderosos só te dão uma ou duas oportunidades pontuais para esses especiais.

Por último, há o poder de superação (ARS Mística), que ativa quando o inimigo causa um alto dano. Quando esse é acionado, um tempo decrescente começa e num curto espaço de tempo você pode usar goles de BA a vontade e no fim usar um especial diferente.

Há outros pormenores como gameplay de cada heróis e muitas outras coisas que contribuem pro combate ser QUASE perfeito.

O visual ora é lindo ora é duvidoso

Tales of Arise

Tales of Arise é um jogo que sai pra geração anterior, logo você imagina que o avanço tecnológico não seria tão grande. Até aí tudo certo, contudo, o jogo sofre um pouco com o excesso de limitação de alguns elementos.

A estética, ou seja, direção de arte no geral, composição de cena, cenários, escolha de imagens, cores e estilo é espetacular. Entretanto o gráfico não é nem de perto algo notável. As texturas em vários momentos não tem uma boa definição, o Draw Distance está lamentável e quanto temos um close nos personagens, vemos a simplicidade em muitos modelos.

Não entendam errado, Tales of Arise é muito na linha do que um fã de RPG raiz gostaria de jogar. Porém, o game está repleto de paredes invisíveis, inimigos repetidos que mudam de cor dependendo da localidade e há um detalhe no combate que poderia ser melhor construído.

Detalhando

Paredes invisíveis: É normal um game de escopo gigante, principalmente os de mundos não-abertos, terem delimitações de locais de exploração e existem várias maneiras de “mascarar” esse limite. Porém em Tales of Arise tem coisas absurdas. Escadas abertas, campos, florestas, muitos locais que não há qualquer distinção do cenário atual e que você não pode acessar.

Inimigos repetidos: Isso também é um recurso muito utilizado em jogos de RPG, mas acho que Tales of Arise abusa dessa ideia. Sejam inimigos corriqueis, sejam chefes, as mesmas carinhas conhecidas estão lá pra te dar uma coça, o que muda são as cores e, em alguns casos, os elementais, mas os goles são iguais.

Combate: Esse quesito só não é perfeito por um pontinho pequeno apenas. Exemplo: No meio da treta fervendo, você utiliza uma cura em área, caso o seu companheiro utilize uma Ars Mística, ou seja, um especial com animação, a posição do inimigo e a sua ação anterior são ignoradas.

Tempo de jogo, side quests e …

Tales of

Jogamos Tales of Arise no Playstation 5. A performance não é surpreendente, mas não compromete. O game tem uma quantidade excessiva de loadings (cada porta e cada mudança de cenário), mas eles não são tão demorados. As viagens rápidas estão presentes em vários locais, facilitando assim a locomoção. Há um mini game de pesca que acredito ser um dos melhores desse estilo que já experienciei. Uma verdadeira batalha contra peixes raros, os quais você precisa ter a isca mais indicada para capturá-los.

Eu comecei a jogar no Hard, por isso o tempo de jogo durou cerca de 70 horas. No normal será menos. Há muitas side-quests e em sua grande maioria são batalhas contra chefes e, diga-se de passagem, fazem parte das melhores batalhas do jogo.

Há também o sistema de habilidades. Cada evento ou missão específica pontual do jogo você libera um título. Os títulos te dão a possibilidade de conquistar novas habilidades como novos golpes, mais barra de ataque, mais dano, esquiva melhor executada, enfim, há uma série de títulos para cada personagem.

Vale destacar que o jogo está legendado em português, tem algumas animações (animes) muito boas e as músicas do jogo são espetaculares.

Concluindo

Tales of Arise é um RPG raiz que contém aquilo que realmente vai agradar ao seu público, ou seja, uma boa história e uma mecânica excelente de combate. Entretanto tropeça em limitações que, por mais que entendamos que o jogo carrega um estilo, uma bandeira, que não seja característico da série ter amplitude ou variação (não é o caso de querer ser um mundo aberto ou ter cada personagem/inimigo muito diferentes uns dos outros, mas abusaram um pouco) eu acho que já está na hora de partirem de uma vez para um pouco mais de liberdade e ousadia.

Não entendam errado, o jogo é muito bom, encantador, tem uma história cativante, cheia de reviravoltas, combate delicioso, momentos memoráveis, mas o momento atual do gênero requer uma exigência um pouco maior. De qualquer maneira, para aqueles que gostam de RPG ou da série Tales Of, esse game é obrigatório, contudo, se você não é muito fã de RPG, jogo com uma história densa, muito diálogo, muito texto, Tales of Arise não é o mais indicado.

NOTA: 8,5

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