The Batman é brutal, sombrio e o melhor Batman já feito | Crítica

Finalmente tive a oportunidade ver a visão de Matt Reeves para o Batman. Pois bem, por cerca de 3 horas Matt Reeves me apresentou toda suas peças do tabuleiro com um Batman iniciando seus dias como vigilante e buscando a confiança de Gotham; uma Mulher-Gato com toda sua sexualidade em busca de vingança; um Alfred mais esperto do que as versões anteriores; Jim Gordon como o grande parceiro de Batman; Charada brilhando com seus enigmas; e, por fim, um Pinguim iniciado sua vida na máfia de Gotham City. Dito isso, com todos os peões, os reis e rainhas posto no xadrez de Gotham City, The Batman se provou ser a melhor versão do Cavaleiro das Trevas, bem como ser uma gênese para todos os participantes deste jogo de xadrez criado por Matt Reeves, que nos leva para o Ano 2 de Bruce Wayne como Batman.

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Assim como nos trailers, The Batman se mantém fiel em levar ao público a origem, os primeiros passos de Batman em uma Gotham City que começa a criar suas gangues e que esconde uma rede de corrupção muito bem interligada e encoberta. Neste contexto, Bruce Wayne, motivado por vingança pela morte de seus pais, busca pistas para achar o paradeiro de quem ceifou seus laços maternos e paternos quando criança. Enquanto o homem-morcego habita nas sombras trazendo justiça aos injustiçados em Gotham, Charada inicia seu plano maquiavélico e calculista para desmascarar o segredo por trás da criação Gotham, bem como confrontar Bruce Wayne/Batman sobre sua verdades que, talvez, não são tão verdades assim. Ademais, em segundo plano, presenciamos um Jim Gordon trabalhando arduamente e confiantemente com Batman, bem como Mulher-Gato iniciando sua carreira como a ladra fatale e um Pinguim nos primeiros degraus como chefe do tráfico em Gotham.

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Dado este breve contexto, Matt Reeves foi capaz de fazer tudo dentro do filme enaltecer a soberania do homem-morcego, seja na trilha sonora estrondosa, seja na simbologia que traduz a onipotência de Batman dentro das ruas e vielas de Gotham City. Assim, é incrível como tudo culmina para fazer de Batman a grande estrela de seu filme. Entretanto, Reeves também deu a este ser de preto, que habita nas sombras e é temido sempre que sua marca ocupa os céus poluídos da Gotham, fragilidade e insegurança. Essa dualidade de sentimentos, que ao mesmo tempo dá um contraste para o herói, nos dá uma versão do Batman nunca vista antes. Mas, a que também pedimos há muito tempo para Hollywood.

Assim, The Batman é brutal, sombrio e simplesmente o melhor Batman já feito. E não haverá outro. O que Matt Reeves construiu nesta jornada inicial de Bruce Wayne como Batman não será mais vista.

The Batman é mais do que uma adaptação é uma obra de arte

A produção de Matt Reeves conseguiu elevar o status de adaptação. Se analisarmos todas as adaptações feitas pela DC levadas para o cinema, é ridículo o cuidado e o escopo se comparadas com The Batman. O longa é detentor de uma direção de fotografia exuberante, que a todo momento nos traz a obscuridade e a poluição de Gotham. A maquiagem, principalmente de Colin Farrell, como Pinguim, é algo sensacional, que conseguiu desfigurar por completo a aparência real do ator. Ademais, o figurino dos personagens trazem bastante de suas personalidades, que mesmo não falando, seus trajes conseguem se comunicar de alguma forma. Por fim, dar dramaticidade e realismo para o Batman é o estopim de tudo que esta adaptação conseguiu transmitir.

Como citei acima, tudo culmina para o engrandecimento do nome e do simbolismo de “Batman”, mas também esta  “entidade” dentro de Gotham é de carne e osso, e totalmente vulnerável, coisa que Matt Reeves fez questão de aprofundar. Portanto, dar ao herói o peso de ser mais Bruce Wayne dentro de Batman é a magia que faz desta versão do herói a mais crível, realista e inédita nos cinemas. Sobretudo, a melhor.

Mas que elenco!!!

Batman é o grande nome da produção de Matt Reeves, porém Reeves soube dar profundidade a cada um do elenco principal em The Batman, a começar por Charada. Paul Dano carrega todo filme com seus enigmas e sua presença persuasiva, que ganha muita força ao longo do desenrolar da trama. Suas falas e sua desenvoltura quando em ação transmitiu de forma crível e assustadora o poder que Charada tem dentro de Gotham. Em seguida, Zöe Kravitz trouxe a sensualidade dos quadrinhos para o cinema. Durante três décadas com a presença da Mulher-Gato em filmes de Batman e um filme solo, Zöe trouxe o charme, o sensualismo e a persuasão que Selina tem para os cinemas. Assim, de longe, esta versão da gatuna é a melhor dentro de Hollywood e não me vejo vendo uma Mulher-Gato sem o rosto de Zöe Kravitz.

Por fim, para quem tinha dúvidas da atuação de Robert Pattinson como Batman, garanto-lhes que o ator deu o seu melhor e entregou uma versão nunca vista antes do herói de forma crível e entregue. Cada momento de ação de Robert Pattinson como o vigilante de Gotham, mostra o quanto foi acertada a escolha do ator, por Matt Reeves, para o papel. Você vai querer mais filmes de Batman com o ator.

Mas afinal, The Batman é tudo isso mesmo?

Matt Reeves ouviu nossas preces e nos entregou tudo aquilo que o fã queria do herói. Um Batman mais humano, brutal, sem medo da morte e inconsequente de seus atos. E The Batman é tudo isso e muito mais. Portanto, aproveite essas três horas de filme, pois uma obra-prima como esta não haverá mais dentro de Hollywood. Em minhas últimas palavras, The Batman vai levar os fãs à loucura e dará aos que não conhecem ainda o herói o melhor primeiro contato com o Batman.

The Batman estreia nos cinemas em 3 de março.

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