The Last of Us: Parte 2 é corajoso, profundo e altamente sombrio | Análise

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The Last of Us: Parte 2 é a sequência de um dos jogos mais aclamados do Playstation. O universo criado pela Naughty Dog conta a história do surto de um fungo – cordyceps – que trouxe o colapso no planeta e junto com ele o apocalipse. Naquela ocasião, a sociedade se viu perdida e com dificuldades para se manter sã. Logo no início conhecemos a história de Joel, um pai de família que perde sua filha brutalmente assassinada no estouro da loucura. Anos depois, vivendo uma vida irregular e cheia de conflitos, conhece Ellie, uma garotinha que mudaria sua vida pra sempre. Joel tem um propósito, que é levá-la até a sede dos Vagalumes, uma organização criada para se rebelar contra a truculência dos militares.

Pois bem, durante sua jornada, Joel descobre que Ellie é imune ao fungo e que ela pode mudar o rumo da humanidade. Entretanto, percebe que a cada dia que passa aquela garota o faz sentir feliz novamente e trouxe um outro sentido para sua existência. Chegando no momento decisivo, Joel é informado que Ellie terá que ser sacrificada para que pudessem estudar seu cérebro e assim produzir uma cura. Joel não consegue aceitar a ideia de perder aquela que deu outro significado à sua vida e a resgatou, eliminando boa parte dos vagalumes do local e fugindo com a garota para junto de seu irmão Tommy.

The Last of Us: Parte 2

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The Last of Us The Last of Us 2

O jogo traz à tona não “exatamente” uma nova história, mas sim a continuação da primeira; quase que um capítulo seguinte de uma série em que a história está ficando cada vez mais complexa. Não temos apenas fatos novos, mas lidamos com muito do que vimos na jornada inicial de Ellie e Joel e com as consequências das decisões tomadas no primeiro jogo. Jacksonville é a nova casa deles e, assim, em uma comunidade, vivem tentando se adaptar a nova vida. A beleza disso é que aqueles que tiveram a oportunidade de jogar o primeiro jogo, serão recompensados com muito conteúdo e referências. Objetos, conversas, bilhetes, cenas te transportam automaticamente para aquela história e você descobre que ainda sente um carinho imenso por esses dois personagens.

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Mas uma coisa jamais devemos esquecer. O mundo continua caótico, continua devastado e cinco anos depois do primeiro game, Ellie sabe que sua jornada será ainda mais terrível.

Se o primeiro é sobre o amor de Joel, o segundo é sobre o ódio de Ellie

The Last of Us 2

Ellie, protagonista desse capítulo, parte na jornada mais difícil de sua vida. Agora, com 19 anos, a garota já consegue se virar sozinha, mas sua amiga, pela qual ela tem um carinho especial, Dina, a acompanha para ajuda-la nessa nova quest. Dina não só faz companhia para a garota, como também a acalma, a ensina e a ajuda em momentos chave contra os infectados e as novas facções.

Mas é importante vermos como Ellie está tomada pelo ódio e que fará o que for preciso para atingir seu objetivo. Conseguimos ver a mudança nas feições e nas palavras da personagem. A menina, agora quase adulta, precisa lidar com uma das coisas mais difíceis de sua vida e ela só conhece um jeito de resolver as coisas. E a gente já aprendeu em The last of Us, que quando essa garota põe uma coisa na cabeça, nada pode pará-la.

Até no apocalipse, The Last of Us: Parte 2 mostra que a humanidade não se extinguiu

Esse jogo aborda temas difíceis, mas que tem uma importância extrema para o contexto narrativo junto com a mensagem que Neil Druckman quis passar. Sim, o mundo virou de ponta cabeça. A sociedade se reorganiza como pode e certos grupos vão se fortalecendo, se militarizando para defender aqueles que amam e tentar, de alguma maneira, reerguer um pouco do que um dia viveram. Com a hostilidade geral tomando conta, o cidadão se vê disposto a qualquer tipo de coisa, tornando-se quase um animal irracional, se preciso for. Acontece que, ainda assim, as questões complexas do dia a dia não deixaram de existir e, no fim do dia, você ainda precisará lidar com elas.

Isso porque o jogo propõe reflexões importantes sobre preconceito, sexualidade, comportamentos, violência, amor e ódio, entre outras ideias que te fazem imaginar que enquanto houver um humano sequer na Terra, ainda haverá muita complexidade e questões para serem apreendidas. A ND, com TLOU2 passa um recado de que videogames podem sim tratar de questões polêmicas, que geram controvérsia, que abrem para inúmeras discussões. Entretanto, isso é contado de uma maneira tão incrível, que não só deixa as questões centrais mais críveis, como desperta um sentimento de que numa situação como essa, os personagens estão ainda mais humanos do que antes.

The Last of Us: Parte 2 expande o universo colocando novos pontos de vista

The Last of Us 2

Nesse jogo podemos jogar com Ellie e também temos a possibilidade de conhecer outros pontos de vista. Existe uma outra personagem extremamente importante, peça chave, que faz parte de um grupo organizado chamado Washington Liberation Front, ou WLF, popularmente conhecidos como lobos. A partir daí, você começa a história ganha capítulos imprevisíveis nesse imenso universo criado pela Naughty Dog. No primeiro game, lemos e presenciamos tantas histórias que poderiam ser muito interessante também como a de Henry e Sam, Bill, Marlene e vários outros, que sabíamos que conhecer novos pontos de vista ali, seria enriquecedor.

É justamente isso que vemos nesse jogo, uma personagem que tem um sentido todo poético que é o oposto da Ellie em muitos sentidos. E isso fica muito claro na trajetória de ambas e principalmente no gameplay.

Sem dúvida, Ellie tem conexões intrigantes que é a força motriz dessa narrativa que, certamente, é o elemento que mais brilha nesse jogo.

A evolução do gameplay – Exploração e combate

Para falarmos do gameplay, temos que mencionar duas coisas importantes: Existem correções em relação ao primeiro e evoluções. Em The Last of Us: Parte 2 o gameplay segue, estruturalmente, muito semelhante ao 1. Mas alguns ajustes deixam o jogo mais dinâmico e melhorado. A velocidade dos personagens está maior. O arco no 1, era tensionado com o botão de mira, agora você tensiona ele com o botão de tiro. E vários outros ajustes serviram para dar mais dinamismo ao game, principalmente nos combates.

Agora já na parte da evolução, podemos classificar algumas coias importantes. Os mesmos botões servem para – praticamente – as mesmas coisas (L1 faz o personagem correr, R2 sozinho recarrega sua arma) mas algumas novas funções foram atribuídas. Agora, por exemplo, Ellie consegue abaixar “deitando”, podendo adentrar locais de difícil acesso e já se esconde de uma maneira mais eficiente. Também usa o mesmo botão de corrida para se desviar dos humanos e dos infectados. É uma mecânica extremamente importante, pois pode te salvar da morte certa. Vale destacar que em situações específicas, quando você é atacado por um inimigo com arma branca (faca, taco, machado) se você desviar e finaliza-lo, você consegue tomar a arma de sua mão. Agora você pode criar coisas novas, como silenciadores, para que não chame a atenção ao atacar.

Você vai fuçar cada cantinho de todo canto

Outro detalhe crucial é: A Exploração. No primeiro game existem diversas áreas para procurar recursos. Em TLOU2, além das áreas estarem 3, 4 vezes maiores, tornou-se um desafio grande e diferente. O game te dá algumas possibilidades de adentrar em lugares diferentes seja por meio da água, agachando, deitando, subindo em cordas e, um dos mais importantes, quebrando vidros. Dessa maneira há opções de explorar e encontrar objetos valiosos, ao passo que tem enfrentamentos difíceis, ou segurar a bronca com menos recursos.

O jogo te motiva a explorar bastante e isso serve não apenas para pegar recursos. Você encontrará os coldres para carregar mais armas e facilitar no combate. Também deverá encontrará armas diferentes, colecionáveis e itens que podem te ajudar na sua jornada.

Modificações nas Habilidades de The Last of Us: Parte 2

Fora o fato que você pode construir coisas novas, elas são possíveis se você melhorar seu personagem.

Uma grande diferença que vemos em relação ao primeiro é que os manuais, que anteriormente serviam para melhorar suas habilidades, agora servem para habilitar novos slots de evolução. No total são 5 diferentes tipos de linhas de habilidades para você escolher: São elas: Sobrevivência, Fabricação, Furtividade, Precisão e Explosivos. Cada um desses elementos tem 5 slots de evolução, entretanto, os slots estão em cadeia, os quais um dependem do outro; isso significa que você só poderá desbloquear a segunda habilidade, se tiver liberado a primeira. Isso traz um senso estratégico muito maior, pois cada desbloqueio, requer um número grande de remédios. Assim sendo, você precisa escolher com cautela o que pretende evoluir.

Outro ponto importante são as evoluções das armas. Agora, diferente do anterior, você tem pouquíssimas opções de modificações. E as ferramentas para isso são bem mais escassas, por isso a exploração é de suma importância. Um dos detalhes importantes dessa parte é que você consegue ver a Ellie aprimorando seus equipamentos em tempo real e isso fica demonstrado visualmente o tempo inteiro. É um detalhe pequeno, mas que deixa tudo bem mais realista.

Novos equipamentos também podem ser construídos. Alguns deles você precisará usar vários recursos que poderia ser usados para mais coisas. Decisões difíceis devem ser tomadas a todo momento.

Velhos e Novos inimigos

A inteligência artificial de The Last of Us: Parte 2 está bem aprimorada. Os inimigos estão mais perigosos, mais inteligentes, mais astutos e muito mais colaborativos.

Novos infectados estão presentes e trazem batalhas épicas. A mecânica de Boss Fight foi adicionada e, em vários momentos, você terá embates contra inimigos tenebrosos em uma área determinada. Uma adição super relevante é o infectado chamado de Espreitador. O nome já diz quase tudo, mas ele é muito inteligente, estratégico, ataca em bandos e não dá pra ser pego desprevenido. Os estaladores estão ainda mais fortes e continuam com aqueles barulhos assustadores. Conselho de amigo, não despertem a atenção desses caras.

Como dissemos anteriormente, existem duas novas facções, os lobos e os serafitas; ambos se comportam de maneiras diferentes. Os lobos vem sempre em grandes números e com grande poder de fogo e cachorros tenebrosos. Já os serafitas sabem se esconder muito bem, são silenciosos e avisam através de assovios, a chegada de invasores. Para cada grupo, pelas diferenças de gameplay, forçam você a criar novas estratégias.

Dublagem e Voice Acting

Uma das empresas que mais se preocupa com esse detalhe é a Naughty Dog. Dessa maneira, seja por meio de Mocap e de Voice Acting, o jogo ganha um nível dramático que poucos possuem. Aliado a um ótimo gráfico, uma trilha sonora ABSURDA, e animações corporais e de feições, esse é um dos games que melhor passa essa experiência para o usuário. Vale destacar que a dublagem brasileira está excelente, melhor ainda que a do primeiro, que já era muito boa.

Erros e Bugs

O jogo rodou lisinho no Playstation 4 base. Entretanto, em poucos momentos, houve problemas de bugs, como sumir o corpo do inimigo e algumas texturas demorarem pra carregar. Mas em 33h e 8 minutos de jogo, aconteceu no máximo umas 4 vezes. A qualidade técnica geral está excelente.

Talvez uma coisa que pudesse ser diferente é o ritmo de algumas transições que, por mais que sejam importantíssimas, poderiam ser um pouquinho mais velozes.

Concluindo

The Last of Us: Parte 2

The Last of Us: Parte 2 é tecnicamente excelente, pois traz ideias interessantes de gameplay, melhorando o que vimos no primeiro e adicionando coisas para que fique ou mais desafiador, ou mais estratégico. A ideia da Naughty Dog é elevar o nível de realismo, seja visualmente, seja na maturidade narrativa. O jogo trata de questões polêmicas, pesadas, mas faz isso com coragem e sempre buscando o principal objetivo: mostrar que os humanos ainda, acima de tudo, são humanos com suas complexidades e problemas do dia a dia.

É um game absurdamente importante e que promete ser outro divisor de águas quando o assunto é como contar uma boa história. Jogamos o game em um PS4 base e levamos 33 horas de jogo.

Confira a nossa análise em vídeo – Sem Spoilers!

 

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4 respostas

  1. Narrativa EXCELENTE????
    Voce jogou o jogo mesmo?
    A narrativa foi a parte fraca do jogo, inverossimil, rasa e piegas.
    As criticas foram por causa disso, mas essa galera que vive em negacao fingiu que o feedback negativo era por questoes de genero.
    Esse jogo nao vale 10.
    Narrativa ridicula.
    Combate repetitivo.
    Grafico excelente nao salva jogo.
    Ainda bem que comprei fisico e pude revender pra nao ficar no prejuizo.

    1. Irmão, na boa, vai procurar estudar o que torna uma narrativa boa, porque pelo visto você não faz a menor ideia do está falando. Vá procurar assistir ótimos filmes e jogos, já de antemão te recomendo celebres diretores como: Martin Scorsese, Bong Joon-ho, Stanley Kubrick, David Fincher, Francis Ford Coppola entre outros. Porque sinceramente absolutamente tudo que você acabou de bostejar foram ofensivas para o mundo do cinema e da arte como um todo. The Last of Us Part II é uma aula de narrativa, roteiro, e direção. Não é atoa que se tornou recentemente o game mais premiados da história. Enfim jovem acéfalo vá procurar conhecimento, e pare de passar vergonha na internet.

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