Primeiramente, é essencial comentar sobre o atual momento da franquia Prince of Persia. Durante muito tempo, essa série ficou guardada nas gavetas ou foi mal aproveitada, mas continua sendo uma propriedade intelectual poderosa no mundo dos videogames. Tratá-la com o devido respeito é uma obrigação da Ubisoft. Este ano, especialmente, tenho gostado do que tem sido apresentado.
No início do ano, tivemos o lançamento de um excelente jogo, Prince of Persia: The Lost Crown. Agora, com a colaboração da Evil Empire, mesma desenvolvedora de Dead Cells, estamos ansiosos pelo lançamento de The Rogue.
The Rogue Prince of Persia tem um enredo ainda em construção
Por se tratar de um jogo em acesso antecipado, muitos elementos ainda estão em construção. Uma característica marcante é a mecânica de rogue-lite, o que limita o acesso à narrativa nas primeiras horas de jogo. À medida que você progride em suas “runs”, vai descobrindo como o príncipe está envolvido na invasão dos Hunos na Pérsia. Os NPCs são essenciais para fornecer informações sobre a narrativa atual e também para orientar sobre o que fazer no jogo.
Gráficos e performance técnica
O jogo apresenta um estilo bem diferente do que a Ubisoft costuma fazer. A escolha da Evil Empire, uma empresa independente, influenciou fortemente o visual do jogo. Contudo, isso de forma alguma desmerece a qualidade; pelo contrário, a estética é deslumbrante. Iluminação, cenários e personagens são todos de alta qualidade. O jogo é leve e não exige um PC muito potente para rodar. Vale lembrar que ele está disponível apenas no Steam.
Gameplay
Para os fãs de roguelikes, prestem atenção: esta parte é para vocês. Assim como em todo bom roguelike, as “runs” recomeçam sempre que você morre. Os cenários, apesar de pertencerem aos mesmos biomas, são gerados proceduralmente, ou seja, não se repetem. O combate é bem interessante, pois você possui ataques comuns e combos – que variam conforme a arma – além de tiros à distância e um chute. Alguns inimigos têm escudo, e você precisa eliminá-lo antes de derrotá-los. O chute serve para atordoar adversários quando colidem com uma parede ou com outros inimigos. Sua barra de vida tem 1000 HP e você conta apenas com uma poção para recuperação.
Ao longo das runs, você pode comprar ou encontrar armas diferentes e medalhões que oferecem buffs. São 4 slots no total, e em cada run você encontra uma variedade de itens que podem tornar sua experiência excelente ou péssima. Neste acesso antecipado, há poucas fases disponíveis e apenas dois chefes, mas ainda assim é divertido explorar.
Ao morrer e retornar ao acampamento, mudanças nos NPCs podem fornecer novas direções na história, embora upgrades para o seu personagem ainda não estejam disponíveis.
The Rogue Prince of Persia tem uma trilha sonora interessante, mas peca numa coisa
Vamos falar sobre o áudio do jogo. Os efeitos especiais e a trilha sonora são de alta qualidade. Cada bioma tem uma música específica: algumas seguem um estilo mais épico, com instrumentos que remetem à Pérsia, enquanto outras adotam uma abordagem mais moderna.
Contudo, há um ponto que a Ubisoft precisa corrigir urgentemente: a inclusão de legendas em português do Brasil. É inadmissível que um jogo desse porte não tenha legendas em português, especialmente porque, em muitos momentos, as instruções sobre o que fazer são fornecidas pelos NPCs em texto. Isso pode dificultar a progressão de muitos jogadores.
Conclusão
Enfim, na minha visão, o acesso antecipado de The Rogue Prince of Persia tem um saldo positivo. Embora sejam necessários alguns ajustes no gameplay, além da adição de mapas e chefes, tudo está em construção, e a Evil Empire tem total capacidade de proporcionar uma experiência de roguelike excelente com este jogo. Continuaremos atentos às próximas atualizações.