Muitos spoilers de The Walking Dead logo abaixo
A 9ª temporada de The Walking Dead leva a série realmente para um novo início. Quase que um reboot que consegue manter seus personagens mais importantes. Menos Rick. Afinal, ele foi o pivô das mudanças. Ainda não se sabe ao certo se a “saída” de Andrew Lincoln se dá pelo ator querer mais desafios em sua vida, ou se tudo já não fazia parte de um plano da AMC e do ator. Sobretudo pelo fato de a série The Walking Dead ter perdido muito de seu brilho na 7ª e 8ª temporada.
Mas agora, com apenas 5 episódios, a 9ª temporada traça um novo norte. Rick não morreu, o que já é positivo, por conta de toda a história dos quadrinhos que gira em torno dele. Assim, a essência do que é sobreviver naquele mundo se mantém, ao invés de apenas descartarmos um personagem tão importante. Só que não foi a saída de Rick que mais marcou, foi o que vem a seguir.
Um novo The Walking Dead
Durante muitos anos, The Walking Dead ficou preso a sua história original dos quadrinhos. Por conta disso, algumas histórias que poderiam ser épicas, se tornaram enroladas. Afinal, como fazer a série se desenvolver bem se o material original evolui lentamente? Os quadrinhos de The Walking Dead estão a um arco do que a série se encontra hoje, com lançamentos mensais de vinte e poucas páginas. Se prender a história original iria gerar episódios sem qualidade para que a série não ultrapassasse os quadrinhos. Agora parece que podemos traçar duas rotas. Ou três, se lembrarmos que FEAR The Walking Dead também existe.
E FEAR pode ser o melhor exemplo do que quero pontuar aqui. A série paralela de The Walking Dead vem ganhando cada vez mais respeito. A história se firma como muito boa, e nenhum personagem está a salvo por lá. Afinal, não temos Rick, Michonne, Daryl. Não há nenhum intocável na história. O roteiro é livre para ir para onde quiser, sem se prender aos quadrinhos. Ou seja, o grande problema da série principal deu liberdade de criação para FEAR.
Agora, com The Walking Dead traçando um caminho diferente, dando este salto para o futuro, temos duas opções: ou a série vai servir de guia para qualquer universo da franquia, incluindo os quadrinhos, se tornando assim o principal produto da marca, ou veremos o quadrinho seguindo seu caminho, enquanto a série toma outros rumos.
É claro que podemos ainda ter referências, como os Sussurradores que estão próximos de chegar. Mas a história e eventos importantes, que sempre possuem Rick como uma grande peça fundamental nos quadrinhos, não existirá na série, e assim a liberdade criativa de quem roteiriza o show da TV, junto com o criador de tudo, Robert Kirkman, pode ir muito além do que se prender ao que vemos nas HQs.
Uma expansão do universo na hora mais do que certa
Assim, mesmo que eu estivesse cético algumas semanas atrás, The Walking Dead só tem a ganhar com todas essas mudanças. A história poderá ser expandida, ao ponto de termos três filmes com Andrew Lincoln e o eterno Rick como protagonista. O salto temporal do momento que Rick é resgatado até o ponto onde Judith está grandinha, certamente servirá de cenário para tudo que veremos no cinema. E então, após 9 temporadas e três filmes, há chances de vermos o adeus de Rick. E este adeus, já adiantado por Robert Kirkman ao dizer que Rick vai sim morrer um dia, poderá ser sincronizado num provável terceiro filme, junto com a HQ. Desta forma Rick, o personagem mais importante deste universo de The Walking Dead, poderá abrir portas para novos rostos, novos heróis e novos sobreviventes, de uma maneira digna e marcante.
