Trabalhar com games. Algo que chega a dar água na boca de muitos jovens, adolescentes e obviamente adultos. Mas será que toda essa paixão e dedicação aos games é realmente recompensada (ainda mais no Brasil)? Através deste texto você poderá ter – ou não – uma noção de como é o cenário atual da imprensa na área dos games, e até mesmo compreender com base em relatos reais – vividos por mim, e muitas outras pessoas – o quão difícil pode se tornar a tentativa seguir carreira em meio a uma área dominada por gigantes.
Muitos dos que sonham em trabalhar cobrindo eventos como a Campus Party, Brasil Game Show ou até mesmo a E3, sequer imaginam o trabalho árduo que é necessário para chegar à lugares como esses. Diariamente temos que nos manter antenados, não só naquilo que mais gostamos de jogar ou conversar sobre, mas também em todo o panorama – o que significa perder algumas horinhas que poderiam ser bem aproveitadas jogando algo que gostamos, para jogar algo que precisamos. À partir do momento em que recebemos um jogo que tanto queríamos, somos obrigados a deixar nossos gostos de lado em prol da crítica racional e justa, ignorando nossas preferências e seguindo por uma linha de raciocínio que faça jus ao título e exponha o trabalho que realmente nos foi entregue.
Não só nos enchemos de títulos à serem testados, como também temos o dever da correria do dia-a-dia, em prol de dar ao público conteúdo cada vez mais amplo e diversificado – sem falar obviamente em assegurar que cada informação seja verídica, tomando cuidado com notícias falsas e afins, que podem prejudicar a credibilidade. Mas todos nós começamos de algum lugar não é mesmo? Nossos queridos Ariel e Alepitecus tiveram todo um histórico de trabalho árduo dentro da área, antes mesmo do Combo Infinito começar a conquistar seu lugar ao sol – e tudo isso sem mencionar os custos arcados sem qualquer ajuda. Ou quem dirá eu mesmo, que já atuo na área como redator há 6 anos e ainda estou engatinhando em meio à gigantes – embora até hoje não tenha encontrado ninguém maior do que eu, que possuo 2,02 de altura.
Muitos descrevem a trajetória deste ramo como “dar socos em ponta de faca“, e essas são as mais verdadeiras palavras. Acabam se tornando raras as vezes em que podemos finalmente sentar em nossos sofás e simplesmente jogar algo por bel prazer, tendo em vista a pilha de lançamentos que vão se acumulando, e os prazos que vão se esgotando.
Mas querem saber? Existe uma óbvia sensação de alegria ao se deparar com gigantes da indústria dos games, e saber que todo o esforço têm valido a pena. Podemos descrever como “satisfação” quando somos reconhecidos, seja por uma boa análise, por um bom vídeo ou até mesmo por não terem concordado com o que dizemos sobre determinado game. É satisfatório saber que fazemos isso para que o público – independente de sua idade – tenha um meio de ficar por dentro desse universo que tanto amamos e ao qual nos dedicamos com tanto afinco.
Se você que está lendo isso pensa em seguir o mesmo ramo assim como nós, ou como outros veículos, eu lhe digo “Boa Sorte”. Não é fácil – até porque, nada na vida é – e você verá suor, lágrimas e talvez até sangue durante a sua jornada, mas ao mesmo tempo eu lhe digo “não desista”. Seguimos com nosso trabalho árduo dentro de um cenário que ainda está em desenvolvimento no Brasil, e cujas possibilidades ainda são rasas. Mas cabe a você decidir se valerá a pena o risco, ou se o mais proveitoso ainda é abrir nosso site para continuar por dentro do que acontece no mundo dos games – eu tomei minha decisão, e cá estou.
