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Devil May Cry 4 Special Edition mostra que Remaster também vale a pena
A Capcom é uma das desenvolvedoras que mais está utilizando a opção de remasterizar alguns clássicos, dentre eles Resident Evil e Devil May Cry. Após a boa aceitação da remasterização de DMC Devil May Cry, produzido pela Ninja Theory, chegou a vez de uma das versões mais aclamadas da série receber o mesmo tratamento. Estamos falando de Devil May Cry 4, o primeiro jogo da série para a geração do Ps3 e Xbox 360 que levou a história a um ponto em que tanto os novatos quanto os veteranos da franquia poderiam tirar proveito da obra.
Se na época do lançamento original em 2008 o jogo impressionava pelos gráficos e inimigos enormes, hoje podemos dizer que o que chama a atenção na remasterização não é o visual, que está decente, mas sim os 60 FPS constantes possíveis com a nova geração. Assim como aconteceu em DMC, este fator é determinante para a jogabilidade rápida e divertida, característica da série Devil May Cry.
O visual dos personagens está excelente, mas nos cenários em alguns momentos você pode sentir que as texturas não estão como deveriam, dado aumento na resolução. Ainda assim, o jogo não é feio, apenas sofre em alguns pontos com cenários que vão do feio ao muito bonito, como a floresta na sétima missão que está muito legal. Como a câmera é pré-definida com alguns momentos de liberdade, ajuda bastante a fazer com que você se concentre no combate e não nos gráficos, porém em alguns locais é difícil não perceber como o jogo envelheceu durante os 7 anos que separam o título original da remasterização.
Apesar deste pequeno problema nos gráficos, é muito legal ver que as construções e level design ainda são muito bons. Castelos, igrejas, vilarejos e tantos locais bastante favoráveis para o corre corre dos combates vão lhe fazer observar por muito tempo como foram bem realizadas e o que lhe espera dentro de cada um deles. Neste aspecto, DMC 4 continua excelente.
Nada é mais importante em Devil May Cry do que a jogabilidade e aqui não deixa de ser diferente. O jogo é frenético e fica ainda mais legal com o poder da nova geração. Suas ações possuem uma resposta imediata e toda a mecânica que o jogo tem é altamente viciante. A forma de se jogar é até bastante simples: ande pelo cenário, busque novos caminhos e segredos e enfrente uma horda de inimigos sempre que eles surgirem por aí. Essa fórmula se repete durante todo o jogo até que você encontre alguns puzzles e chefes gigantes. Como sempre, os chefes são excelentes e uma ótima forma de se divertir em Devil May Cry 4.
Além dos 60FPS, quais são as novidades?
Remasterizar também é uma grande oportunidade de adicionar conteúdo, dar razão ao pacote. E como essa nova versão chama-se “Special Edition”, algo de especial ela tem que ter. Dentre as novidades estão a possibilidade de se jogar com Vergil, personagem bastante conhecido de quem joga Devil May Cry, principalmente o 3, Trish que fez sucesso no primeiro game e também a estreante Lady, que não é nova na franquia mas é a primeira vez que podemos jogar com ela. Vergil pode ser utilizado em qualquer missão, enquanto que Trish substitui Dante, nas fases que jogamos com ele e Lady substitui Nero. Lady tem uma forma de jogar totalmente diferente dos demais, já que seu grande forte são as armas de fogo e só ela já valeria uma nova jogatina.
Para quem já cansou de jogar a versão original, DMC 4 Special Edition conta com mais dois modos de jogo, sendo que um deles, o Legendary Dark Knight Mode, vem da versão PC que foi lançada na época da geração passada e coloca o jogador diante de hordas gigantescas de inimigos e sua missão é sobreviver. O outro modo é o Turbo, que deixa tudo ainda mais rápido, testando suas habilidades com a espada e pistola.
Mas e o jogo, é bom?
Se você nunca jogou DMC 4 Special Edition saiba que sim, ele é um ótimo jogo e valerá o tempo investido nele. A remasterização abrilhanta o pacote, mas se você nunca tocou no jogo nem mesmo na época do Ps3 e X360 essa é a melhor oportunidade. A experiência de um jogo Hack’n’slash está totalmente ligada a jogabilidade e nisso o jogo é impecável.
A única coisa que irrita é a repetitividade que de vez em quando acontece com cenários longos demais ou batalhas repetitivas. Em determinadas salas, se você precisar voltar nelas muitas vezes, os inimigos reaparecem e acabam lhe fazendo repetir os mesmos combates várias e várias vezes. No começo não e um problema, no entanto em algumas missões você está focado em encontrar uma passagem por exemplo e se vê diante dos mesmos inimigos que eliminou no minuto passado. A única coisa boa desses combates é a possibilidade de ganhar mais pontos para poder evoluir o personagem. Outro ponto negativo é o mapa confuso quando precisamos partir pra uma localidade diferente da atual.
Existem remasters que não precisavam existir, mas a grande maioria deles tornam-se oportunidades para jogadores que não puderam jogar o original e não dispõem de um videogame da geração passada. Devil May Cry 4 Special Edition vai além, melhora bastante o pacote original, ganha novos elementos na jogabilidade com a inserção de Vergil, Trish e principalmente Lady no elenco e entrega o mesmo jogo, com todos os pontos altos e baixos que já conhecíamos em 2008. Para os fãs da série e principalmente para os que ficaram irritados com a mudança de Dante no último jogo, essa é uma grande oportunidade de jogar novamente com o cabeça branca da Capcom. Para quem nunca jogou e tem um PS4 ou Xbox One e está sedento por jogos de Hack’n’Slash que ainda são raros nesta geração, essa é a chance de ter um título de ótima qualidade em sua prateleira.
*Lembrando que o jogo também foi lançado para PC
Galeria de imagens: Devil May Cry 4: Special Edition
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