Company of Heroes 3 traz vida nova para a franquia, mas precisa de tempo para atingir o potencial – Análise | Review

Company of Heroes 3

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Desenvolvido pelo estúdio Relic Entertainment, Company of Heroes é uma das franquias de estratégia em tempo real (RTS) que pertence à SEGA. Ao longo dos anos, o título angariou duas sequências, sendo o terceiro jogo anunciado em 2021. Com a promessa de uma noção tática designada a uma “nova geração“, pudemos acompanhar a situação fatídica que se encontra Company of Heroes 3.

Nos últimos dias, o Combo Infinito teve acesso à build final do jogo – com exceção da atualização disponível durante o lançamento. Sendo assim, pude conferir como a Relic está lidando não somente com o lançamento de Company of Heroes 3, mas também, a noção geral que há por trás do jogo e seu inevitável conteúdo pós-lançamento.

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Adianto que Company of Heroes 3 traz fatores tão interessantes quanto imersivos, mas talvez, esperar por atualizações será algo necessário.

Uma guerra sem fim

Company of Heroes 3

Seguindo a proposta dos títulos anteriores, Company of Heroes 3 mantém o jogador no controle de batalhões e nações em meio a 2ª Guerra Mundial. Desta vez, há um foco específico em operações que percorrem a Itália e África do Norte. Para fins de contextualização, ao longo desta análise, pude jogar tanto a campanha norte africana quanto a italiana, considerando os aspectos que envolvem a jogabilidade de cada exército.

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Se tratando da campanha na Itália, temos um típico cenário de batalha que começa nas margens das praias dominadas. À partir deste ponto, o jogador deve não somente guiar as frotas pelo território adentro, mas também gerenciar recursos para garantir superioridade prática e técnica.

Curiosamente, Company of Heroes 3 tem um certo ar de Total War: Warhammer. Embora o jogador encontre inimigos com o passar de alguns turnos, isso não significa que a inteligência artificial esteja agindo passivamente. Antes mesmo de chegar a um confronto direto, é possível perder territórios ou uma boa fonte de recursos – sem sequer entrar em combate. Estar atento ao “tabuleiro de guerra” é tão importante quanto saber disputar uma briga.

Máquinas de destruição

Em adição ao imersivo tabuleiro de guerra, temos o combate direto entre batalhões – e é aqui que o jogo fica realmente divertido.

No que diz respeito aos elementos RTS de batalha, Company of Heroes 3 não desaponta. Seja enfrentando nazistas na Itália, ou derrubando um regime fascista na África, cada combate é capaz de emocionar (ou frustrar) o jogador. O jogo traz uma excelente sensação de satisfação quando executamos alguma estratégia “mirabolante“, e nesse quesito, a Relic guia o jogador para atuar da forma como bem entender.

Por exemplo, em uma das minhas estratégias, era necessário invadir uma zona praticamente dominada. Enquanto metralhadoras montadas e atiradores estavam nos prédios, alguns dos meus soldados estavam sob fogo cerrado. Para solucionar a situação, enviei um tanque com apoio de uma unidade de infantaria e outra de engenheiros. Os dois grupos utilizaram o tanque como barricada dos tiros, e enquanto os engenheiros curavam esta nova barreira móvel, meus soldados garantiram posição de vantagem em uma construção próxima.

A situação acima foi um bom exemplo de versatilidade no combate, e como cada elemento – seja de terreno ou das unidades – acaba fazendo a diferença no calor do conflito.

O inimigo agora é outro

Dado o fator tático envolvido em um jogo como Company of Heroes 3, é necessário que a inteligência artificial esteja à altura dos jogadores. E neste caso, a Relic também não decepciona.

Diversos fatores podem influenciar o resultado de um confronto, mas você sempre pode contar com uma boa dose de agressividade dos inimigos durante a campanha. Apesar de estratégico, as vezes não realizar movimentos pode custar tanto quanto uma derrota direta.

Para contrabalancear o nível desafiador da IA, o jogo permite uma pausa tática para definir movimentos a todas as unidades e bases disponíveis. Confesso que este recurso veio muito bem a calhar, especialmente em momentos onde uma artilharia aérea sobrevoava um posto que eu estava defendendo.

A fim de garantir que o jogo cumpre com as próprias definições, aceitei algumas derrotas para lidar com as consequências fora do campo de batalha. No geral, o impeditivo de perder território pode custar alguns turnos para se recuperar. Logo, iniciantes podem sentir certa dificuldade em avançar tentando reduzir custos para o exército. Mesmo na dificuldade padrão, as campanhas de Company of Heroes 3 são capazes de testar os jogadores.

Por que esse cara não se move?!

Apesar dos bons pontos ressaltados até o momento, também senti que a versão que joguei de Company of Heroes 3 não necessariamente fez jus ao potencial do jogo. E isso porque, infelizmente, as frustrações vão além do comportamento da IA ou mesmo o tempo que pode levar até todos os líderes realizarem seus movimentos durante a campanha.

Se tratando de uma versão pré-lançamento, a versão que joguei contava com alguns bugs que dificultaram ainda mais a jornada. Por exemplo, em alguns momentos, as unidades poderiam ficar presas sem quaisquer motivos em uma construção (casa, prédio, não importa). Desta forma, além de perder uma unidade gratuitamente – já que a mesma não consegue realizar nenhuma ação – isso também pode ser um ponto de ruptura dadas as táticas agressivas dos inimigos.

Bugs visuais relacionados a interface no geral também foram comuns. Jogando em um monitor ultrawide, alguns elementos de texto estavam desalinhados ou faltando.

Outro ponto negativo está curiosamente atrelado a um dos pontos positivos do jogo. A sonorização e efeitos visuais são incríveis, e Company of Heroes 3 de fato tem um certo deleite em acompanhar enquanto joga. No entanto, comumente sons de artilharias estavam acima do volume comum – como se o arquivo de SFX estivesse com o som “estourado” – enquanto outros sons seguiam um padrão diferente de volume. Também ocorreu do som ficar fora de sincronia durante bombardeios e investidas mais pesadas.

Afinal, Company of Heroes 3 é tudo isso mesmo?

Com uma imersiva e excelente proposta tática, Company of Heroes 3 certamente tem um bom potencial a longo-prazo. A trilha sonora da campanha é um destaque à parte, que facilmente me arremeteu à trilha sonora de jogos como Medal of Honor. Em termos de ambientação e pesquisa? A Relic mais uma vez demonstrou saber lidar não somente com o tema, como também considerar o envolvimento pessoal do jogador em cada decisão.

Desafiador e brutal, o jogo definitivamente vale a pena para os amantes de RTS que sentem falta da franquia ou novatos que buscam por algo atrelado à 2ª Guerra Mundial.

No entanto, até o momento desta análise, sinto que o jogo carece não somente de tempo, mas também de mais conteúdo para realmente concretizar a entrada no mercado. A presença de bugs e ocorrência de situações frustrantes podem fazer com que você jogue por um tempo, mas desista do investimento a longo prazo. Além disso, é comum que jogos do mercado ofereçam uma gama maior de exércitos e unidades ao longo do tempo, e há bastante espaço em Company of Heroes 3 para novas máquinas de guerra.

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