Crítica: Origem de Jon Snow revelada e análise da 6ª temporada de Game of Thrones

Sério que falta um ano?

ATENÇÃO: Este texto contém uma tonelada de spoilers da sexta temporada de Game of Thrones

É difícil o telespectador pegar amor por uma série da maneira que acontece com Game of Thrones. Temos diversos exemplos durante a história da TV em que produções renderam várias temporadas, como Lost, Heroes, Arquivo X, Os Sopranos, Breaking Bad e muitos outros. No entanto, nem todos estes shows conseguiram manter o interesse do público por tanto tempo, como a obra da HBO baseada nos livros de George R. R. Martin vem fazendo.

Chegamos ao final do sexto ano de Game of Thrones e queremos mais, a série não cansa. Cada nova temporada, cada novo episódio consegue trazer emoção, dúvida, questionamentos e respostas. Não foi diferente desta vez, em uma temporada que começou com a maior dúvida que a série já colocou em nossas cabeças: afinal, Jon Snow estava ou não vivo?

O Fogo Vivo

Quando nós começamos a assistir o episódio de ontem, nosso amigo Betão lançou a ideia de que Cersei poderia explodir o lugar onde haveria seu julgamento e na mesma hora eu pensei: “Como???”. Aos poucos tudo começava a fazer mais sentido, até que BOOOOOOOOM! Inacreditável aquela cena, acabou com TODO mundo, inclusive a maravilhosa da Marjorie. Um fim muito inesperado pra ela, que ainda parecia ter muita lenha pra queimar.

Apesar que ela queimou, bastante.

Cersei tirou do caminho dela UMA PORRADA de gente que poderia atrapalhar os planos que ela tinha em mente, se é que ela já tinha planejado o que viria depois, já que muito provavelmente ela morreria caso fosse julgada pelo Septo Pardal. Foi um plano infalível, diabólico, do jeito que a gente poderia esperar da personagem. Naquele momento, eu levantei e aplaudi de pé.

Arya das Mil Faces

A lista começou a ser riscada. Arya surgiu em poucos segundos no episódio, tomou um tapão na buzanfa dado por um tiozinho de cento e poucos anos, mas fez o filho da mãe comer seus próprios filhos. Uma vingança tenebrosa, num nível de maldade tão grande quanto tudo que fizeram contra os Starks.

Mas o que cara$%lhos aconteceu com ela que seu disfarce era tão perfeito? Será que o Deus das Mil Faces concluiu seu treinamento e ela tem a carteirinha pra ir e vir da sala dos rostos, ou ela roubou um rosto que será utilizado em toda a sua chacina? Esse deve ser um dos maiores mistérios da sétima temporada, enquanto a lista vai sendo riscada. Arya agora entrou no modo stealth e vai ser complicado parar a bichinha.

Do Renascimento ao Reconhecimento

A importância de Jon Snow pra série é incrível, ainda mais agora, Rei do Norte mesmo sem o nome Stark. Snow, que agora também é Stark de sangue conforme as visões de Bran, foi levado por Ned Stark do leito de morte de Lyanna Stark, onde finalmente foi ela revelada como mãe de Jon, que agora não é mais Snow. Sim, a série não oficializou seu nome como Stark, mas agora é questão de tempo até o próprio Bran contar a origem pra ele.

E se já não bastasse, o cochicho de Lyanna aos ouvidos de Ned indica que vamos carregar mais um pouco sobre o mistério do ex-bastardo até ao menos a sétima temporada retornar. Há indícios de que ele é um Targeryen, filho de Rhaegar Targaryen, irmão de Daenerys, ambos filhos do mad King. Porém, a teoria que diz “R + L = J”, poderia também indicar que Robert Baratheon é pai de Jon.

R (Rhaegar Targaryen) + L (Lyanna Stark) = Jon Snow

R (Rober Baratheon) + L (Lyanna Stark) =  Jon Snow

Todo núcleo é importante

O mais legal de Game of Thrones é sua história e pra contá-la, os produtores fazem uso de muitos personagens. A série é conhecida por matar muitos destes personagens, alguns até mesmo muito queridos do público, mas faz de uma maneira natural, convincente e sem forçar a barra. Temos o núcleo de Westeros, que ainda traz Cersei, Jaime e que até pouco tempo tinha os Tyrells e a cúpula do Septo Pardal. No Norte novamente temos os Starks dominando. Daenerys agora tem ao seu lado Tyrion, Lorde Varys, Dragões, os barcos de Theon e sua irmã e um exército gigantesco.

Todos esses núcleos aos poucos se voltam para o trono. Cersei coroada, algo inesperado após seu filho morrer de maneira bizarra (ele nunca foi um personagem forte) pegou muita gente de surpresa, inclusive Jaime, que não deve ficar ao lado dela. Cersei precisará fazer aliança com alguém muito poderoso pra ter chances de continuar com a coroa, porque chegarão ataques de todos os lados. Daenerys quer o trono pra si, mas pelo visto Jon Snow Stark quase Targeryen deve entrar na jogada em breve. E a Cersei que tome muito cuidado, pois a Arya pode aparecer a qualquer momento e quando ela ver, pode ser tarde.

Uma temporada impecável

Após o episódio 9 da sexta temporada, onde tivemos a batalha dos bastardos entre Jon Snow e Ramsay Bolton (ex-Snow), eu não conseguia ver nenhuma forma da produção da HBO superar aquele show que pudemos ver nos sofás de nossas casas. Foi algo acima do normal, um absurdo de episódio de tão bom. Mas os caras conseguiram, entregaram mais um episódio cheio de surpresas, mortes, briga por poderes que no final das contas podem não contar nada, pois a grande guerra está chegando, contra os verdadeiros inimigos, já que o Inverno finalmente chegou e os White Walkers farão as suas investidas.

A série parte em rumo a um final cada vez mais épico (e cada vez mais caro) e mesmo que a conclusão de tudo não aconteça a altura do que todo mundo espera, a jornada já é memorável, uma das melhores experiências que a TV já pode nos dar. Game of Thrones e HBO estão fazendo história, simplesmente. E esta sexta temporada foi quase impecável, um colírio.