A história do mundo contou muitos episódios de espiões. Essa “profissão” existe desde a época mais antiga da humanidade e perdura com muito espaço no momento atual em que vivemos. Também não podemos esquecer da grande atividade que os espiões exerceram nas guerras mundiais. Esses foram cruciais para movimentações estratégicas muito importantes.
Seria ingenuidade dizer que isso hoje não é uma realidade. Seria ingenuidade dizer que a guerra fria acabou por completo. Seria ingenuidade achar que a informação, hoje, perdeu seu valor. Muito pelo contrário, os espiões nunca foram tão ativos e importantes para os seus governos. A diferença é que, hoje, com a proliferação da informação, da internet e afins, as coisas ficaram mais remotas.
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Acontece que esse tema é um prato cheio para o entretenimento. Durante anos vimos inúmeros filmes buscando retratar vários estilos de espiões. Vimos os mais misteriosos, os mais poderosos, os mais porradeiros. Um dos mais conhecidos de todos os tempos é o famigerado 007. Um mais recente, e de muita qualidade, é a franquia Kingsman. enfim, temos essas e muitas outras referências. Mas Red Sparrow busca um outro caminho.
Agressivo e Visceral
O filme conta a história de uma espiã russa, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), que cai de para-quedas nesse trabalho. Egorova é uma bailarina de ouro, das melhores, mas sofre um acidente que a impossibilita de continuar. Com isso, perde muitos privilégios, e precisa de algo para viver. É quando seu tio (Matthias Schoenaerts) entra em cena e, maliciosamente, insere a menina nesse mundo perigoso.
Acontece que para entrar para o hall de espiões a garota precisa passar por poucas e boas – Estilo Rússia. Dominika é estuprada, sofre agressões de vários tipos, é torturada, além de uma boa tentativa de lavagem cerebral. Com o tempo, ela consegue dominar as artes da espionagem de uma maneira muito eficaz.
Mas vale destacar que todos os filmes que retratam a espionagem tendem a romantizar essa arte, mas Red Sparrow mostra a sujeira, a visceralidade e a verdadeira violência. Isso não apenas da espionagem, mas sim de governos e de políticos que comandam esse tráfico de informações.
Red Sparrow
A Russia pode ser considerada uma localidade bem peculiar. Tem uma veia belicosa, uma coisa mais fria (não apenas de clima), com uma psicologia bem mais dura e forte do que estamos acostumados. Baseado nesse estereótipo, somos apresentados a uma escola de espiões. Nela, eles aprendem a lidar com as situações mais tenebrosas de ser um infiltrado. Aquele que se forma, torna-se um especialista, ou melhor, um Red Sparrow.
Fora as agressões que já foram citadas, as aulas procuram deixar a pessoa uma pedra, sem emoções e sentimentos. Acontece que a espiã é muito mais esperta do que aparenta, e consegue entender rapidamente como funciona o esquema.
A missão secreta de Dominika implica não apenas a velha batalha Russia x EUA, mas tem um componente muito mais importante para ela. A cada passo dado, a garota corre risco de vida pelo lado oposto e, principalmente, pela sua própria pátria. A ex-bailarina precisa convencer, seja pela sedução, seja pela inteligência, um agente americano a fornecer o nome de um informante infiltrado no governo russo. A trama se desenrola, as vezes até de maneira demorada, mas na maior parte, possui um ritmo muito bom.
A Espionagem
Como dito anteriormente, o filme não busca engrandecer a espionagem, muito menos romantiza-la. A ideia principal é mostrar a dificuldade, o perigo e o que as pessoas sofrem fazendo esse tipo de coisa.
A história de Red Sparrow não tem todas aqueles mistérios, todos aqueles plot twists. Isso porque você está no ponto de vista da espiã e junto com ela, entendendo como as coisas funcionam por dentro.
Não se engane, a espionagem existe! Claro que não do jeito que estamos acostumados, mas tudo o que é necessário para que você constitua o gênero, está lá. Temos a perseguição, a inteligência e, principalmente, o jogo de xadrez, característico daquele que muda de lado de acordo com a conveniência.
Vale destacar que as atuações são primorosas. Jennifer Lawrence é uma atriz com uma capacidade incrível. As cenas que ela protagoniza são sempre as melhores e mais interessantes. Dominika é tão convincente em suas ações, que engana até o espectador, mesmo tudo acontecendo na sua rente, ou quase tudo. Por mais que as vezes seja estranho o sotaque forçado da atriz, o filme é dela. As cenas são dela. E vale muito a pena vê-la nesse papel.
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Conclusão
Red Sparrow é um filme de espião muito diferente do que estamos acostumados. Ele tem um alto nível de violência, mas conta uma história muito interessante e mostra um lado das espiãs muito diferentes. Também vimos, de maneira exagerada, muitos estereótipos de americanos e russos e a velha rixa antiga que veio desde a guerra fria. O filme tem uma boa história para contar, mas choca o espectador por passar por temas que causam grande aversão como estupro, assassinato a sangue frio e tortura. O longa está longe de ser perfeito. Algumas cenas poderiam ser menos arrastadas e em outras, o realismo dá lugar à ficção o que tira bastante a imersão que o filme apresenta.
O filme é visceral e tem uma proposta que funciona no universo criado. Recomendo.
Red Sparrow chegará aos cinemas no dia 1 de Fevereiro de 2018.
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