Elden Ring foi anunciado na E3 de 2019 para a surpresa do público e aclamação. Após problemas de desenvolvimento e inúmeros atrasos, o jogo do diretor Hidetaka Miyazaki e o romancista de fantasia George R. R Martin finalmente será lançado esta semana. Por aqui, os jogadores de PC poderão iniciar a jornada a partir de quinta-feira (24), às 20h (horário de Brasília). Já os usuários de PlayStation e Xbox estarão liberados quatro horas depois, à meia-noite de sexta-feira (25).
Uma das empresas mais respeitadas do mundo dos games, a FromSoftware, já trabalhou com grandes publishers. Mas é com a Bandai Namco que sua maior franquia foi produzida: Dark Souls. Contudo, com Bloodborne e Sekiro, a empresa também mostrou que conseguiria trabalhar em jogos parecidos, com temas diferentes, mas mantendo suas raízes. Então, com o anúncio de Elden Ring, muitos de nós imaginamos que neste novo jogo, a FromSoftware iria nos entregar algo totalmente novo. E bem, podemos dizer que essa frase é quase verdadeira.
Agora com Elden Ring em mãos há dias, podemos contar para vocês se o jogo é tudo isso mesmo. Afinal, a FromSoftware se reinventou ou estamos diante de uma evolução do que ela já fez até aqui?
O Anel Prístino, o aclamado Elden Ring
Elden Ring se passa em um mundo de fantasia com muitos elementos mágicos e obscuros – tudo na mesma pegada que a FromSoftware já fez no passado. Havia um Anel Prístino (o Elden Ring) muito poderoso. No entanto, quando este anel se rompeu em várias partes, a bênção da Térvore (uma árvore sagrada) foi interrompida e o mundo entrou em conflito. Então você, um descendente de Maculados, um grupo de heróis que um dia foi banido das Terras intermédias, é mais uma vez guiado pela Luz da Graça através de um incomum acordo.
Assim, sua missão será enfrentar os ex-heróis deste mundo, detentores do que sobrou do Elden Ring. Nas Terras Intermédias você encontrará muitos perigos, segredos, mistérios e locais desconhecidos. Tudo a fim de reunir o poder das Runas que estão sob o domínio dos descendentes da Rainha e do Elden Lord. E então se tornar, quem sabe, o novo Elden Lord após reaver o Elden Ring.
Elden Ring é como um Dark Souls 4 em um grande e vasto mundo aberto – E outra história
O jogo começa pouco antes do local do mapa que estava no teste de rede que aconteceu em novembro de 2021. Após alguns eventos, descobrimos que a Luz da Graça é nosso guia. Contudo, nem todas as luzes poderão lhe ajudar, apenas algumas em específico. As luzes da graça são exatamente como as fogueiras de Dark Souls, servindo de pontos de save, recarga de itens e claro, renascimento para os inimigos. Assim, seu objetivo é seguir as luzes, que vão te levar para algum dos portadores dos fragmentos do Elden Ring e dessa forma, conquistar sua Runa.
Elden Ring traz exatamente a mesma fórmula de Dark Souls, com uma jogabilidade extremamente parecida. Basicamente, é um Dark Souls em um jogo de mundo aberto. Dessa forma, quem estava esperando por algo muito diferente, não é o caso. Contudo, o tamanho que este jogo tem e a maneira que ele lhe prende está totalmente ligado ao que a From Software fez no passado e ao que ela quer fazer com Elden Ring.
Claro, a dificuldade continua muito alta, lhe forçando a procurar maneiras de evoluir. É necessário escolher uma classe e farmar seus pontos de habilidades de acordo com seu estilo de jogo. É com certeza uma evolução geral de tudo que a saga Souls fez até aqui. Porém, como o mundo é aberto, a história não tem uma sequência lógica. O jogo até te barra em alguns momentos, não permitindo abrir um mapa antes da hora.
Mas a escolha de onde você vai é totalmente sua. Elden Ring não te pega pelas mãos e te dá total liberdade sobre seus atos. Seu único objetivo é ficar vivo.
Siga a história, até onde conseguir, ou seja engolido pelo vasto mundo de Elden Ring
Se há algo que define Elden Ring é a palavra ‘gigantesco’. O jogo é enorme! O mundo das Terras Intermédias parece não ter fim e fica bem divertido explorar a cavalo. Porém, é quando você encontra uma caverna inesperada ou um castelo após uma montanha que você começa a entender que o segredo do game está em brincar com o desconhecido. Assim, quem se atrever a sair do caminho da Luz da Graça fará a jornada se tornar bem longa, mas totalmente recompensadora.
Contudo, quem decidir seguir a história terá um árduo caminho pela frente. Elden Ring não é fácil. Para passar a história principal sem procurar evoluir em masmorras opcionais e chefes extras, terá de ter uma habilidade muito alta em jogos do gênero. Embora a FromSoftware tenha adicionado alguns fatores facilitadores, como a defesa e contra-ataque, não é algo que mude a essência de um Souls Like. Então, distribuir bem os pontos de evolução e explorar ao máximo vai lhe trazer mais experiência e assim lhe deixará mais forte.
Além disso, conforme você habilita as Luzes da Graça, você também gera um local de teleporte que ajuda os demais na exploração do mundo aberto de Elden Ring. Então, encontrar estes pontos é parte essencial da experiência do jogo.
Elden Ring faz um excelente trabalho de Level e Game Design
Uma das coisas mais impressionantes de Elden Ring é a maneira que a FromSoftware construiu o mundo do jogo. Tudo leva a crer que as Terras Intermédias eram lindas e caíram em ruínas após uma vasta luta por poder. A construção do mundo reflete isso. É como estar no meio de uma guerra, ao mesmo tempo que tudo parece solitário. São poucos personagens que você encontra que não querem te matar.
Cada localidade é construída de uma forma muito singular e vai se interligando com outros pontos do mapa através de espaços enormes que você pode andar a cavalo. Porém é no inesperado, como uma fenda, caverna, montanhas e masmorras, que você vai encontrar diversas tarefas para executar. O menor dos locais pode guardar itens valiosos ou inimigos poderosos.
É incrível ver como a mecânica de Dark Souls encaixou perfeitamente na proposta de Elden Ring. É uma grande evolução ao legado da FromSoftware e um vislumbre do que a empresa poderá fazer daqui mais alguns anos nos novos videogames.
Elden Ring traz um mundo lotado de vida, morte, mistérios e descobertas
Embora a exploração em dungeons seja o mais familiar para a maioria dos jogadores de Dark Souls, Elden Ring brilha demais fora destes locais. Diversos mistérios estão esperando para serem solucionados e estão espalhados pelo mundo de forma estratégica, para te fazer tirar proveito do máximo que o jogo tem a oferecer. Nenhum local de Elden Ring é desinteressante.
Você sempre vai encontrar algo ou alguém pode agregar demais em sua aventura, além de criaturas e perigos. Alguns deles só aparecem diante de algumas condições, como estar em determinado lugar ao anoitecer. Assim, espere ser pego de surpresa por gigantes caranguejos que saem do chão, ou mãos enormes que se comportam como aranhas, morcegos que cantam, magos que te atacam a distância ou Dragões que surgem do nada no cenário. Tudo é um verdadeiro espetáculo.
No entanto, é muito interessante ver como alguns cenários passam a sensação de tristeza, abandono, morte e desespero. Como o mundo entrou em ruínas, há uma mistura de locais lindos e destruição total. Um grande contraste que gera uma curiosidade enorme no jogador. Assim, você será tentado a buscar tudo em cada canto do mapa. E muitas vezes se surpreender com o que encontrar. Ou morrer tentando.
Elden Ring traz gameplay afiado e batalhas insanas!
Jogar Elden Ring é muito parecido com jogar um Dark Souls, mas com a adição do gameplay a cavalo. O cenário aberto é pensado para o uso do seu companheiro com locais exclusivos que só podem ser acessados com ele. Contudo, no começo do jogo, você vai acabar optando por andar a pé para explorar cada canto. Aos poucos isso vai mudar, pois você vai aprender a batalhar em cima do cavalo – ainda que essa função não funcione bem em todas as situações.
As batalhas contra os chefes principais são um show a parte com a maior quantidade de variações em um mesmo combate. São sempre batalhas complicadas, porém você pode chamar um espírito para lhe ajudar usando cinzas e, dependendo do que você explorar no cenário, também pode encontrar um guerreiro capaz de lhe auxiliar como um summon controlado pela IA do game. Mas se mesmo assim estiver difícil para você, basta chamar amigos para lhe darem aquela força, jogando ao seu lado.
Embora traga boas novidades como o uso das cinzas e do poder das Runas, Elden Ring será muito familiar para quem curte um Dark Souls com batalhas memoráveis e inimigos muito variados. Tudo isso aliado a uma quantidade insana de armas, onde muitas delas são grandes homenagens a própria história da FromSoftware e seus games.
Evoluir de forma estratégica é o cerne de Elden Ring
Conhecidamente, a FromSoftware nos traz muitos momentos de escolhas na hora de jogar seus games. Podemos escolher evoluir alguns elementos mais comuns, como a vida, vigor e força. Contudo, podemos focar em habilidades voltadas para magos, como a fé e inteligência. Assim, o jogador consegue tornar a experiência ainda mais abrangente, podendo usar de tudo.
Mas cuidado, nem sempre balancear seus status será a melhor opção. Ao longo da jornada, você vai receber diversas oportunidades para usar itens e feitiços que só serão possíveis se você escolher uma classe do gênero, ou escolher evoluir mais lentamente numa build de guerreiro.
Desta forma, saber evoluir é o caminho para o sucesso. Sempre que eu me via próximo de ter a quantidade de runas necessárias para evoluir um ponto de habilidade, eu deixava a jornada principal de lado e ia farmar pontos em algum local do mapa que pudesse me trazer mais runas rapidamente. Assim, eu poderia me colocar em perigo de forma que não perderia a chance de evoluir. Claro, isso é a estratégia padrão de um Souls Like, mas fica o registro de que em Elden Ring você tem mais liberdade nestas escolhas. Mas de forma alguma é um jogo mais fácil.
Elden Ring traz gráficos diferentes e, ao mesmo tempo, parecidos com jogos antigos da From Software
Uma das coisas mais discutidas quando Elden Ring foi mostrado ao público foi o gráfico. Visualmente, o novo jogo não se distancia tanto de Dark Souls 3 ou Sekiro. Mas visto que se passa em um mundo aberto, podemos dizer que há uma evolução, mesmo que tímida. Ainda que Dark Souls, Sekiro e até Bloodborne sejam diferentes artisticamente, Elden Ring tem uma paleta de cores mais variada e colorida. O mundo do game é repleto de tons que refletem o que há em cada local.
Talvez Elden Ring se distancie dos demais jogos da FromSoftware justamente na parte artística. Para muitos jogadores, poderá ser visto como uma evolução pequena. Para mim, foi o suficiente para tornar a experiência única – principalmente no visual e design de muitos inimigos, como os chefes principais e outros elementos do cenário. Eu não sei o motivo ao certo, mas em muitos momentos, o jogo me levou a lembrar de Vagrant Story, por conta dos traços e de alguns elementos visuais (comparando cenas e personagens, não o mundo, obviamente).
Mesmo assim, tudo parece pesado em Elden Ring
Embora o visual não seja um estouro, como por exemplo Horizon Forbidden West ou Cyberpunk, existem problemas de desempenho. Claro que tudo pode ser resolvido com alguns patchs, mas falarei em especifico da minha experiência. Elden Ring traz duas opções gráficas, já bem naturais em jogos que chegam para a nova geração. Uma das opções foca na resolução e a outra no FPS. Joguei a versão do PS5, conversei com jogadores do PC e do Xbox Series X e a sensação é a mesma em todos. O novo jogo da FromSoftware flui muito bem em locais fechados, porém é no mundo aberto e andando a cavalo que o desempenho cai muitas vezes.
Quando você chama o cavalo e já sai correndo, o jogo parece não acompanhar a ação e dá uma queda de FPS – bem chatinha, por sinal. Além disso, o cenário vai se construindo muito perto de você, gerando o famigerado efeito de Pop in. Mas não é somente em árvores, plantas menores ou pedras. Acontece com o terreno todo, gerando uma sensação de que, neste aspecto, o game está inacabado. Novamente, há grandes chances de todos estes problemas terem sido resolvidos enquanto posto esse review, através de algum patch de day one. Mesmo assim, estas quedas atrapalharam – de leve – minha experiência.
Elden Ring fala muito com sua música e efeitos sonoros
Não podemos deixar de falar da trilha sonora de Elden Ring, que é magistral. Assim como os demais jogos da FromSoftware, o jogo brinca com músicas dinâmicas, que mudam conforme a ação. Por exemplo, quando você está andando em uma caverna sem muito perigo, a trilha sonora fica alternando entre o suspense e a ação. Quando estamos no mundo aberto, embora tenhamos um sentimento aventureiro envolvido, a trilha sonora parece querer te dizer: “olha, você está sozinho neste mundo inóspito, cheio de perigos. Explore, mas tome cuidado, a morte está a espreita”.
Mas um ponto sensacional são as músicas de batalhas que passam a sensação de algo absurdamente épico, monstruoso, único! São trilhas sonoras orquestradas que, novamente, se parecem muito com o que a FromSoftware já fez antes, mas em Elden Ring parece ainda mais perfeito. A música tema também é um deleite, uma sensação de grandiosidade pouco vista nos games.
Elden Ring não é apenas candidato ao GOTY, é um dos mais fortes candidatos que já existiram
Certamente estamos diante de um grande candidato a levar todos os prêmios que existirão em 2022. Elden Ring é gigantesco, lotado de conteúdo relevante, desafios em cada parte do mapa e muitas situações únicas. Personagens muito bem escritos (devemos lembrar a ligação de George R. R. Martin no projeto) e carisma que salta aos olhos. Tudo funciona muito bem, mesmo que o jogo pegue diversos elementos da saga Souls e coloque aqui com pouca evolução, como o gameplay.
Parece uma peça chave para a evolução do gênero Souls Like e será uma grande inspiração para muitos outros jogos que virão. Elden Ring também é um exemplo de como fazer um jogo de mundo aberto que não se repete e traz a sensação de algo único. Diante de tantos jogos que utilizam as mesmas mecânicas em mundo aberto, Elden Ring é um grande respiro.
Assim, sinto que Elden Ring é um cometa, algo que acontece de tempo em tempo, que se perde em sua própria ambição no que diz respeito a desempenho, mas que é algo pequeno diante da sua qualidade geral. Um deleite completo, um jogo que ficará marcado na história.
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