O fim de uma era?
Nesta última quinta-feira (30), a Entertainment Software Association (ESA) anunciou oficialmente o cancelamento da Electronic Entertainment Expo 2023. A notícia já era esperada dada as ausências de grandes nomes da indústria como Microsoft, Nintendo, Ubisoft, SEGA e Tencent que anunciaram nas últimas semanas que não estariam de forma presencial na edição deste ano.
Assim, a falta de uma E3 em mais um ano põe em risco a existência deste que já foi um dos maiores eventos de entretenimento do mundo. Assim, fica o questionamento: será este o começo do fim?
Quem viveu, viveu
Nascida em 1995, a Electronic Entertainment Expo – ou E3 para os íntimos – começou apenas como uma reunião para tratar de tudo que o mercado de videogames tinha a oferecer. Em 1995, por coincidência, a estreia do evento coincidiu com o início de uma nova geração de consoles, com o lançamento do Sega Saturn, e os anúncios de novos lançamentos de PlayStation, Virtual Boy e Neo-Geo CD.
Ao longo dos anos, a feira se tornou a grande vitrine para o mundo do que a indústria de games tinha a oferecer, como tendência de mercado no que tange jogos e hardwares.
Ademais, o evento protagonizou momentos marcantes, como o anúncio do preço do PS1 na E3 de 1995, e ainda a apresentação de Shigeru Miyamoto sobre o anúncio de The Legend of Zelda: Twilight Princess, na E3 de 2004.
Dando continuidade, também tivemos a chegada da oitava geração de consoles (PS4 e Xbox One), o retorno de Kratos aos games, Resident Evil em primeira pessoa e muitos outros grandes momentos.
Mas o que virá a seguir?
A pandemia da COVID-19, em 2020, assombrou o mundo, mas também ditou um novo padrão para a indústria de games. Com a ausência dos eventos presenciais, as empresas tiveram que reinventar a maneira de propagar suas novidades. Assim, nasceram os eventos digitais com o Summer Game Fest, idealizado por Geoff Keighley, como o grande precursor desta nova tendência.
Embora tenha tido um início fraco, os eventos digitais ao longo dos anos evoluíram e praticamente todas as empresas/publicadores agora possuem os seus próprios eventos. E como esta prática deu certo?
Pois bem, participar de uma feira de games requer muito investimento em locação, expositores e conteúdos para exibição, seja trailers, teasers ou gameplay, e tudo isso exige um baita investimento.
Portanto, as empresas por anos seguiram esta tendência que custava caro – e que, às vezes, nem sempre traziam um retorno positivo. Assim, com a chegada da pandemia, as empresas entenderam que poderiam criar seus próprios eventos digitalmente com uma duração similar ou menor que nas conferências da E3 – e que não teriam nenhum custo.
Deste modo, com isso mais do que acatado pelas grandes empresas, não houve para onde fugir, e os eventos digitais se tornaram o futuro. Afinal, as empresas não terão mais que fazer altos investimentos e podem gerar o ‘hype’ com apenas uma apresentação gravada – que, muitas vezes, se tornaram mais empolgantes do que os próprios anúncios da E3.
O Summer Game Fest pode ditar uma nova era?
Com o grande arauto dos eventos digitais, o Summer Game Fest passou a ser o grande host para a temporada de games que anteriormente tínhamos a E3 como sinônimo. E, após o anúncio oficial da ESA acerca do cancelamento da E3 deste ano, o organizador Geoff Keighley se pronunciou e declarou que a edição deste ano promete ser a maior vista até hoje.
Here's 15-year old me at the first-ever E3 in 1995.
E3 meant so much to me and to so many of you too.
Four years ago, I realized that E3 wasn't evolving as it needed to compete in a global, digital world. So we started building what’s next. See at @summergamefest June 8. pic.twitter.com/wSZqpz3wjY
— Geoff Keighley (@geoffkeighley) 30 de março de 2023
O Summer Game Fest é uma temporada que cobre todo o verão americano com eventos de games, começando em junho e se estendendo até agosto. Portanto, sem a E3 este ano, o evento ganha ainda mais força com o apoio destas empresas que não veem mais vantagem em estar na E3 – como Microsoft, Ubisoft, Nintendo e outras, que já confirmaram seus eventos.
Em suma, com o fim da E3 quase decretado, o grande desafio do Summer Game Fest é dar o que a E3 proporcionou aos veículos de imprensa: um ótimo conteúdo, por meio de prévias, hands-on e hands-off, fazendo do seu evento uma atração tanto digitalmente como no formato presencial.
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