Desenvolvido pela Baby Robot Games, Ereban: Shadow Legacy é uma excelente opção para os amantes de jogos stealth que um dia se envolveram com Aragami.
Chegando ao mercado em 10 de abril de 2024 para PC, Ereban é criativo em sua proposta como um jogo furtivo, onde a sombra se torna sua fiel companheira.
Numa indústria que já não via um lançamento desse gênero desde os últimos Splinter Cell e Metal Gear Solid, o título desempenha bem sua função, embora haja ressalvas a serem consideradas.
Uma história de descoberta pessoal
Tudo começa com a protagonista Ayana, membro da megacorporação Helios, em um treinamento. Após concluir seu treinamento, no qual somos apresentados a um tutorial, nossa protagonista é atacada por membros da corporação, cujo motivo é desconhecido.
Ao escapar, Ayana é apresentada a uma entidade que revela algo sobre sua origem e importância no mundo e na realidade em que habita. Como a última de uma raça esquecida, os Ereban, nossa protagonista se lança na missão de desvendar o mistério de sua própria identidade e o que aconteceu com seu povo.
O início de Ereban: Shadow Legacy é abrupto, com todos esses eventos de origem da protagonista misturados aos planos malignos da megacorporação Helios, expostos ao jogador sem qualquer contexto.
Conforme avançamos, mais detalhes são revelados sobre essa descoberta, porém, nenhum evento de impacto ou revelação marcante ocorre. Seus personagens acabam ficando em segundo plano, incluindo Ayana, que não demonstra carisma algum.
De modo geral, a narrativa de Ereban: Shadow Legacy tenta ser imersiva, mas não consegue prender o jogador após seu clímax inicial.
A sombra será sua fiel companheira
Ayana possui a habilidade de se locomover sem ser avistada através da sombra de qualquer objeto no cenário. Este princípio é a base para o gameplay furtivo que o título se propõe entregar.
Dito isso, a liberdade de abordagem e os caminhos a seguir são os destaques do gameplay de Ereban. Ter a possibilidade de explorar qualquer área sob a influência da sombra oferece ao jogador diversas camadas de estratégia furtiva.
Se a furtividade não for suficiente, o jogador pode evitar o contato com os inimigos e seguir pelo mapa. No entanto, a magia está em usar a sombra a seu favor e explorar o leque de possibilidades para escapar dos inimigos, seja eliminando-os ou evitando o contato.
Além do elemento furtivo, o jogo oferece habilidades que complementam a abordagem do jogador nos cenários. Com um total de três melhorias de campo, por assim dizer, o jogador também desbloqueia habilidades que influenciam em seu gameplay, mas tudo é bastante simplificado.
Portanto, nessa dinâmica de permanecer na sombra para evitar o contato ou, se preferir, eliminar os alvos, o jogador deve ter cuidado para não ser detectado. Pois uma vez descoberto, não há muito o que fazer. Mesmo tentando escapar, você será capturado e resultará em um “game over”.
Um mundo desolado e simples
Nossa jornada furtiva se desenrola em um mundo desolado, onde o exército da Helios, composto por máquinas, está espalhado por toda parte. Apesar disso, o mundo à nossa disposição não oferece tanta variedade, já que estaremos diante de missões que incluem invadir bases e coletar itens. Enquanto faz parte do enredo principal, as missões secundárias apresentam nosso personagem em objetivos tão repetitivos e desprovidos de propósito quanto as missões principais. Tudo se resume a “vá ali, pegue algo e retorne”.
Além disso, a repetição de inimigos também contribui para a sensação de monotonia em uma experiência que tenta se sustentar pelo aspecto furtivo. Ereban parece cativar, mas ao mesmo tempo falha em adicionar profundidade a essa mecânica.
A exploração, por sua vez, fica em segundo plano. Apesar dos cenários extensos, não há muito incentivo para buscar novas áreas enquanto nos movemos pelo ambiente sem sermos detectados. As recompensas pela exploração se resumem à coleta de recursos para aprimorar habilidades e a obtenção de documentos relacionados à história, nada além disso.
Se você se concentra na experiência furtiva e não se importa com os detalhes, Ereban é um excelente jogo stealth. No entanto, há muito mais a ser discutido sobre a experiência como um todo.
Em relação aos aspectos gráficos, o título optou por um estilo visual de cel shading. Essa escolha confere um tom minimalista à arte do jogo, refletindo a simplicidade geral do título. No entanto, os movimentos da protagonista não são tão fluidos, e suas ações ao eliminar inimigos carecem de realismo.
Mas afinal, Ereban: Shadow Legacy é tudo isso mesmo?
É inegável a eficácia de Ereban: Shadow Legacy em utilizar a sombra como uma ferramenta de furtividade, o que é justo. Todas as manobras possíveis para se realizar na sombra estão sob o controle do jogador.
No entanto, o título escorrega em uma narrativa trivial, acompanhada de um elenco totalmente esquecível. Além disso, suas missões são desinteressantes, fazendo com que o gameplay se torne o principal recurso para compensar seu deficiente design de jogo.
Em resumo, Ereban: Shadow Legacy é uma excelente opção para os aficionados por jogos furtivos. Entretanto, é importante estar ciente de suas limitações.
VEREDITO: É inegável a eficácia de Ereban: Shadow Legacy em utilizar a sombra como uma ferramenta de furtividade, o que é justo. Todas as manobras possíveis para se realizar na sombra estão sob o controle do jogador. No entanto, o título escorrega em uma narrativa trivial, acompanhada de um elenco totalmente esquecível. Além disso, suas missões são desinteressantes, fazendo com que o gameplay se torne o principal recurso para compensar seu deficiente design de jogo. – Jão
