Marvels Avengers traz uma jornada épica, mas está longe do que, de fato, poderia ser| Análise

Marvel's Avengers

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A chegada dos Vingadores nos videogames

Em meados de 2017, a Square Enix divulgou um teaser sobre seu novo projeto. O repentino vídeo trazia os apetrechos dos heróis mais conhecidos da Marvel. Logo, o que a Square estaria trazendo, com total desenvolvimento da Crystal Dynamics, era um game dos Vingadores. Muitas expectativas foram depositadas, mas foi depois de 2 anos, durante a E3 2019, na conferência da Square Enix, que o projeto ganhou vida e foi intitulado como: Marvels Avengers.

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A princípio, o que vimos encheu nossos corações de expectativas, pois vivenciar este icônico grupo de heróis agora nos games, visto que a trajetória desses heróis foi um marco nos cinemas, seria algo surreal. Após uma empolgante apresentação na E3, o game foi jogado por inúmeros veículos de imprensa, inclusive nós do Combo Infinito, durante a BGS 2019, onde externamos nossa opinião sobre o título. 

Tempo vai, tempo vem, Marvel’s Avengers foi se mostrando para o que veio. Trazendo em sua premissa um título com serviços, assim como a franquia Destiny, o game, também, possui uma história original dos Vingadores. No entanto, seu pós-lançamento será regado por inúmeras DLCs com a inclusão de novos personagens e novas histórias.

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Depois de toda essa recapitulação, dia 4 de Setembro, Marvel’s Avengers chega para PS4, Xbox One, Stadia e PC. Com uma beta bastante comentada, positivamente, será que o produto final irá além das expectativas e será tão épico quanto a experiência  trazida para o cinema? Ou a marca Avengers atrelada a um produto com serviço foi um grande erro?

Eu me chamo João Antônio e trago minhas sinceras impressões nesta análise do game dos Vingadores.

A queda dos Vingadores 

A história por trás de Marvel’s Avengers se inicia quando o grupo de heróis, no Dia-A, comemoram a inauguração da mais nova base dos Avengers, na Baía de São Francisco. Assim, o que seria um dia de comemorações se torna uma grande tragédia quando ameaças invadem a Baía e matam dezenas de inocentes, incluindo Cap. América. Agora os Vingadores são uma ameaça à Terra e uma nova esperança surge: a A.I.M, liderada por Modok e Mônica

Esta organização que se diz ser a esperança da humanidade deu as suas criações, as máquinas, o papel que outrora era dos Vingadores. No entanto, como ela cria estas máquinas é algo suspeito e ilegal. As consequências do trágico Dia-A trouxe efeitos colaterais aos presentes no local. De uma forma instantânea, humanos passaram a adquirir poderes sobrenaturais e acabaram se tornando uma ameaça a humanidade passando a se chamarem de Inumanos

Portanto, com uma nova ameaça na Terra, a A.I.M se encarregou de combater  e criar suas armas a partir dos poderes retirados dos Inumanos. Partindo deste contexto, uma jovem chamada Kamala, uma Inumana, desde o trágico evento, vem investigando a A.I.M e vem tentando reunir, novamente, os Vingadores para pôr um fim nos planos malignos da organização. 

Uma jornada épica digna das produções da Marvel Studios

Pois bem, o que vem depois é um conjunto de detalhes fielmente captados pela a equipe da Crystal Dynamics em cenas, diálogos e animações que representam tudo que a Marvel criou ao longo dos anos com o grupo de heróis. Seja nos diálogos característicos do Tony Stark, seja o humor desajustado de Thor. Todos estes detalhes imprimem a atmosfera e imersão genuína da Marvel. 

Quantos as animações, esperem por algo do nível das produções dos filmes do grupo de heróis. Cada frame é algo que nos empolga e nos entrega o feeling dos Vingadores. Em resumo, o que temos é um verdadeiro fan service que é respeitoso aos quadrinhos, mas, que também, traz vestígios do que foi criado pela a Marvel nos cinemas. E o Gran Finale é, simplesmente, épico. 

Em adição, a jovem Kamala-Khan é a estrela dessa jornada. Seu carisma e seus diálogos encantam e dão um brilho a mais nesta trama tão obscura ao grupo de heróis. Além disso, o que torna a presença da personagem mais relevante é o fato da mesma ser uma Inumano. Assim, seus dilemas e realidades são postos à prova o que torna a personagem ainda mais cativante. 

Algumas ressalvas… 

Em contraponto, a narrativa de Marvels Avengers não está isenta de falhas. Pois bem, seu enredo é muito bom, empolgante, porém não aproveita seus vilões como deveria. Nesta ocasião, temos Modok, Abominável e Taskmaster grandes vilões que poderiam ser mais aproveitados. Taskmaster, por exemplo, aparece uma única vez no prólogo e nenhuma evidência ou aparição do personagem se figura no modo campanha. Em adição, tanto Abominável e Modok poucas vezes aparecem. Já Modok, o verdadeiro vilão da trama, só tem seu valor demonstrado no último ato, mas já é tarde demais para conhecê-lo e entender suas motivações. 

Dito isso, a desenvolvedora optou por trazer estes vilões em missões associadas ao segmento multiplayer o que desvincula totalmente a importância destes personagens dentro da narrativa central. Visto que, isso poderia ser muito bem encaixado em uma missão secundária dentro do modo campanha. Quanto a dublagem, ela foi bem desempenhada. porém poderia ter ido além. Digo isso no que diz respeito às vozes dos heróis onde Thor, Homem de Ferro e Hank Pym (Homem-Formiga) possuem as mesmas vozes, em  português do Brasil, das dos personagens dos cinemas. Já os demais , tais como: Viúva-Negra, Hulk e Capitão América, não possuem as mesmas vozes. É confuso o motivo da não decisão de replicar todas as vozes da versão BR dos personagens dos cinemas. Caso contrário, teríamos uma maior imersão e uma familiarização ainda maior.

Por fim, é impossível não se incomodar com o péssimo trabalho de lip sync (sincronia labial) durante os diálogos e nas animações. Tudo isso somado a vozes em inglês sendo produzidas embora o idioma Português do Brasil seja o escolhido. Em suma, são detalhes que querendo ou não deixam a desejar.

Seja um Avenger

Desde seu anúncio oficial, os desenvolvedores sempre insistiam em garantir que o game nos colocaria na pele dos Vingadores. Esta liberdade e possibilidade de jogar com os integrantes do elenco de heróis faria você escolher seu critério dentro do game. Deste modo, a Crystal Dynamics resolveu criar um sistema de evolução a cada um dos heróis por meio de níveis e poder. Assim, o nível de seu herói será ditado por sua jogatina concluindo missões e seu poder está relacionado ao gerenciamento de itens encontrados nos cenários e/ou adquiridos em recompensas.

Cada um dos personagens são atribuídos a equipamentos e habilidades. Os equipamentos são distribuídos em quatro parâmetros: equipamento físico, à distância, defesa e heroico. Estas quatro divisões devem ser gerenciadas com os inúmeros equipamentos coletados ao longo de sua jornada através de saques e atividades adicionais durante as missões. Aliás, estes equipamentos são classificados por cores de raridade, ao melhor estilo Destiny, além de trazerem consigo um nível de poder, vantagens e atribuições específicas.

Deste modo, toda essa complexidade e liberdade de você evoluir seu personagem, com uma build que melhor desejar, é a magia por trás do título. De fato, você sente cada novo equipamento adquirido, sobretudo a diferença que uma build, de acordo com seu gosto, interfere no gameplay. Em adição, este passe livre para jogar com um Vingador da forma que desejar é somada a uma árvore de habilidades extensa. Neste hall temos: habilidades primárias, de especialidade e maestria. Cada qual, atribuídas com golpes e melhorias que influenciam nos combates.

Resumindo, o sistema robusto de habilidades tem seu impacto durante a jogatina. Sobretudo, na liberdade de evolução em cada um dos personagens com inúmeros equipamentos para o melhor uso, embora a forma como é designada não é tão recompensadora.

Uma herança herdada de Tomb Raider

Se tem uma coisa que a Crystal Dynamics conseguiu aproveitar dos anos que esteve a cargo da franquia Tomb Raider foram os cenários. Marvels Avengers traz consigo todo o conceito que a desenvolvedora conseguiu trazer na franquia de Lara Croft com ambientes semiabertos e de longa profundidade. Não somente isso, mas, também, as nuances que estes locais possuem para estimular a exploração. No entanto, o recente título não consegue trazer algo recompensador, como a tumbas e os colecionáveis vistos em Tomb Raider. E é disso que Marvel’s Avengers carece. O título é órfão de uma quebra do foco principal apresentando atividades secundárias que nos estimulem a fugir um pouco do objetivo, é claro, sem evadir do contexto das missões.

Os cenários em Marvels Avengers possuem lugares alternativos com baús escondidos, localidades com depósitos e com reféns, e, por fim, com inimigos específicos que nos recompensam com itens valiosos. Todas estas atividades estão inseridas dentro do cenário em meio as missões, porém estes objetivos não conseguem nos despertar o interesse de irmos até eles e concluí-los. Além de serem os mesmos tanto no modo campanha, quanto no segmento multiplayer, esta falha afeta toda a dinâmica durante as missões. Pois, estamos vendo um design de nível repetitivo e sem criatividade. Logo, a jogabilidade dentro das missões ficam monótonas e o que nos resta é recorrer e implorar por uma nova animação da história. 

Em adição, além disso, este locais são destrutíveis apenas em pontos específicos. Assim, é frustrante nos combates você destruir carros e tudo a sua volta, mas quando estamos explorando não conseguirmos quebrar uma vidraça para coletar um baú ou resgatar um refém. 

Heróis com falhas

Marvels Avengers é um produto ambicioso que vai de encontro aos fãs, mas, também, possui falhas difíceis de aceitar. Quanto ao combate, este é muito equilibrado onde cada personagem oferece sua dinâmica. Por exemplo: Hulk é o “tanque”, o personagem da linha de frente; Homem de Ferro é o cara de longa distância o “suporte”. Já Capitão América, Viúva Negra e Thor desempenham o papel do combate melee; por fim, Kamala-Khan usufrui de ataques a distância e curtos. Portanto, esse equilíbrio entre os heróis fará com que escolha com qual personagem você vai investir em sua aventura. Embora o combate sendo tudo isso, seus problemas de câmera e as limitações dos cenários, principalmente para os heróis que voam, é seu calcanhar de Aquiles. 

Quando os confrontos se intensificam e os números de inimigos aumentam, a câmera não consegue acompanhar os movimentos do nosso personagem e dos inimigos. Este problema, não somente em Marvels Avengers, vem assolando muitos games que optam por mecânicas de combate da série Batman Arkham, da Rocksteady. De todo modo, este problema foi um dos meus grandes estresses durante minha jogatina. 

Outro ponto bem pertinente é o design de nível das missões. Esta simplicidade de te levar a um único objetivo que irá sempre culminar em um confronto final com hordas de inimigos, que são os mesmos do início ao final do game, é o grande problema do título. Essa falta de diversidade tanto nas missões, quanto nos inimigos fazem do gameplay do título uma experiência simplória e repetitiva. Por fim, temos telas de loadings intermináveis. Essa tela interminável de carregamento com os heróis, que depois de certo tempo fica cansativo de ver a mesma coisa, deveria ter curiosidades dos personagens. O que compensaria a longa espera. 

Um sistema de loot que não desperta nenhum interesse de investir tempo 

O título apresenta um sistema de loot, bastante conhecido em Destiny. Esta fórmula de jogar e jogar para manter o vigor do seu personagem atualizado com novos itens requer tempo e dedicação. Mas para isso é preciso ter recompensas que justifique seu esforço e dedicação na busca pelos os itens valiosos. 

Dito isso, é confuso como a Crystal Dynamics quer instigar o público para uma experiência going in game sem dar aos jogadores um loot satisfatório. Tantos os loots encontrados em baús, quantos na conclusão de missões ou em desafios apresentam um nível abaixo ou igual a qual já estamos. Assim, o grande problema nessa má execução, de um game que precisa sobreviver após o lançamento, é Marvels Avengers não trazer nos loots equipamentos, que além de já oferecerem um nível de poder e vantagens,  com uma estética nova aos personagens. Por exemplo: você encontrou um equipamento de defesa. Assim, esse novo equipamento substituiria o anterior ou com cores e/ou adereços distintos.

Ao invés disso, a única forma de termos trajes alternativos é concluindo desafios que se figuram a destruir certos números de inimigos ou conectar certos golpes nas missões presentes nos games. Portanto, o que o título visa, em trazer uma experiência contínua,  falha em não dar liberdade na customização dos heróis, sobretudo, no aspectos cosmético que é algo que todos os jogadores terão. 

E o Coop?

Marvels Avengers

Além de trazer um modo campanha, Marvels Avengers traz um modo multiplayer cooperativo com missões que darão continuidade a trama principal. Assim, como em Call of Duty: Modern Warfare, seu segmento online está interligado ao modo single-player. Portanto, algumas missões trazem alguns vislumbres do que o título poderá abordará futuramente. E isso é muito empolgante.

Embora o modo coop online seja a grande aposta do título – o que de fato é – ele sofre das mesma falhas do modo single-player. Missões sem qualquer desafio adicional ao objetivo central, algumas com pouca duração e que aproveitam missões do modo campanha são os burburinhos que o modo online apresenta. Ademais, os servidores apresentam grandes com problemas de matchmaking e de desempenho. Pelo menos em minha experiência, quedas na taxa de quadros e lags aconteceram constantemente.

Em conclusão, o multiplayer de Marvel’s Avengers tem muito a evoluir, assim como seu modo single-player. Quanto ao sistema de loot, ele funciona da mesma forma do modo história , porém você é bem mais recompensado com equipamentos. De todo modo, a intenção de vincular seus eventos com o modo campanha é bem vinda e nos desperta o interesse de irmos mais a fundo nestas missões para descobrirmos mais sobre o futuro do enredo. Além, é claro, de prosseguirmos com a evolução de nossos heróis desbloqueando skins e atingindo o level cap máximo de cada um.

Mas afinal, Marvel’s Avengers vale a pena? 

O título traz uma marca bastante conhecida e querida em todo o mundo. Em termos narrativos, Marvels Avengers traz uma jornada épica. Mas, o conjunto da obra está longe de ser o que, de fato, poderia ser. Por outro lado, seu visual atende as expectativas e traz belos efeitos nas animações. No entanto, a experiência longe das animações, regadas com todo o pedigree das obras cinematográficas, é decepcionante. O título tem muitas falhas em termos técnicos, já citados, e na estrutura de suas missões que num todo são desinteressantes e repetitivas. 

Em conclusão, Marvel’s Avengers é um grande presente aos fãs. No entanto, mesmo sendo um fã não espere por algo impecável à altura das obras cinematográficas da Marvel Studios.  No mais, confesso que estou bem curioso para ver como Marvels Avengers vai lhe dá em um cenário onde a franquia Destiny se tornou grande referência. 

Para mais análise clique aqui. 

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