Produtor diz que o termo “desenvolvedor indie” é utilizado erroneamente

O Game designer e produtor Ron Gilbert, que ficou muito conhecido por seu trabalho no final da década de 80 e início da de 90 na Lucasfilm Games (que depois tornou-se Lucas Arts), ponderou a definição do título “desenvolvedor indie”, em um post divulgado em seu site e comentado pelo site Polygon. Gilbert coloca diversas questões sobre o quanto o termo citado perdeu o sentido, na opinião dele.

Gilbert trabalhou em diversos e amados jogos do estilo adventure, clássicos da Lucas Arts como Maniac Mansion e The Secret of Monkey Island. Ele também trabalhou desenvolvendo a engine SCUMM, que rodava praticamente todos os jogos do gênero, e hoje em dia tem até emulador. Desde que deixou a Lucas Arts, Gilbert tem trabalhado como um desenvolvedor indie, para estúdios como a Hothead Games e a Double Fine Productions.

“O que me irrita é esse quase ‘esnobismo’ que parece existir em alguns desenvolvedores sobre o que é um indie”, disse Gilbert. Ele enfatiza que “indie” é a abreviação de independente, e o termo se refere a ser independente de publicadoras. Gilbert começou a exemplificar diversas situações em seu post onde desenvolvedores podem caracterizar-se ou serem rotulados como indies, onde muitos dos cenários são na verdade, contraditórios.

Gilbert também diz que a fonte de financiamento de um jogo, como o auto-financiamento, capital de risco e até mesmo o Kickstarter podem qualificar, junto com o nível de sucesso que um jogo alcança e até mesmo o uso de marketing, quando determinado projeto pode ou não encaixar no termo indie.

“Uma vez, me disseram que eu não era indie, pois tenho um nome estabelecido, apesar do fato de que os jogos que estou trabalhando atualmente não possuem dinheiro de investidores ou publicadoras envolvidas. Além disso, os jogos são feitos por três pessoas”, disse Gilbert. Ele acrescentou que embora a ideia de The Cave tenha sido dele, o jogo foi produzido para a Double Fine e a Sega financiou o projeto, então ele mesmo se pergunta: “quer dizer que The Cave não é um jogo indie?”

“Eu não sei as respostas para qualquer uma dessas perguntas (e talvez não haja realmente respostas), mas me irrita que alguns desenvolvedores olhem com discriminação para outros devs apenas por eles serem ou não indies, ou não serem totalmente indies. Será que o termo indie está sendo apenas uma jogada de marketing? Talvez seja tudo o que o termo signifique. Faz parte apenas do plano de relações públicas do projeto.” – concluiu Gilbert.

Em minha opinião não há dúvida. Indie é um termo que se dá à jogos que publicados sem o apoio de publishers, onde este trabalho

é feito pela própria equipe que desenvolve o jogo, de forma “independente”. O que o mercado insiste em afirmar ao dizer que os indies vão um dia acabar, ou que indie é apenas um termo, reforça o fato de que produtores de calibre menor, com investimento totalmente inferior à grandes produções, estão incomodando. São deles que hoje em dia saem projetos criativos, diferentes de tudo que estamos acostumados a jogar.

Porém, não importa como o termo é usado. O que importa é o resultado final, os games. Estes precisam nos divertir, trazer boa jogabilidade e se possível, novidades. Ser indie ou não, é apenas um detalhe, altamente importante para quem está do outro lado desenvolvendo o jogo, pois sabe o quanto é complicado trazer um game à vida sem o apoio que as grandes publishers fornecem. No entanto, o resultado que estes pequenos estúdios estão alcançando é algo fora do normal, e discussões como estas estão longe de acabar, concorda? Comente!