Resident Evil Village é uma clara evolução e aponta o rumo da série

Resident Evil Village

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Resident Evil Village é um dos jogos mais aguardados do ano. Mas a história de Ethan Winters começou em 2017, num jogo que prometia resgatar a essência de uma das franquias mais valiosas da indústria dos games. A Capcom, naquela ocasião mostrou uma ousadia relativamente incomum. Mudou muito do que a gente conhecia da série que por erros e acertos, estava precisando dessa revigorada. Contudo, mal sabíamos nós que a estrada que estavam construindo seria tão interessante e única.

Village foi revelado em junho de 2020 e ali já ganhou uma notoriedade absurda, principalmente por mostrar o comportamento do Chris Redfield e apresentar criaturas inegavelmente bem distintas do que a franquia inteira nos demonstrou. A Capcom mais uma vez ousou, arriscou, transformou e o resultado vocês lerão nessa análise.

Resident Evil Village e a nova geração

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Resident Evil

A RE Engine é certamente uma ferramenta muito poderosa e já demonstrou isso com o próprio RE7 e principalmente com Devil May Cry 5. Porém, existe uma clara evolução em alguns aspectos. Um dos mais emblemáticos é o Ray Tracing, disponível apenas nos consoles de nova geração e PC. Essa ferramenta permite trazer uma realidade muito maior, principalmente pelo seu ótimo comportamento de luz e sombra, algo que em Resident Evil Village é muito utilizado. Contudo, vale destacar que essa opção, em alguns locais do mapa que exigiam o RT, causou uma queda de frame-rate preocupante.

A evolução gráfica do VII para o VIII também é evidente. Por mais que saibamos que por sair na geração anterior há uma âncora na qualidade, fica claro que a Capcom soube trabalhar bem esse quesito. Há, claro, algumas texturas de baixa qualidade, alguns modelos que poderiam ser melhores, e um detalhe aqui e ali, mas o resultado final é muito positivo.

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Village é um RE 4 2.0?

Não é segredo para ninguém que em RE VIII há muita referência de Resident Evil 4. O jogo de 2005 protagonizado por Leon também foi o responsável por dar uma nova cara a série e muitos daqueles gameplays fantásticos, foram repaginados para esse game. Para citar algumas das referências, a mais marcante, sem dúvida, é a existência do mercador. Aquele homem misterioso de 2005 que aparecia sempre para trazer itens de alta qualidade para Leon dá lugar a Duke, um homenzarrão que é responsável não apenas por comprar e vender itens, mas também para fornecer informações valiosas sobre sua jornada. Duke por sua vez concede muitos itens e equipamentos valiosos e um deles é a mala. Talvez uma das features mais memoráveis em RE4 é a organização e gerenciamento de sua mala/mochila. Nesse jogo, você certamente irá lembrar de revirar a mala para encaixar tudo o que encontra pelo caminho.

Outro ponto semelhante ao jogo do passado é a existência de joias escondidas nos tetos e você só consegue pegá-las se gastar a sua valiosa bala do revólver. Há muitas outras semelhanças como o comportamento de certos zumbis, cinemáticas que são referências claras aos acontecimentos de Leon, enfim, para quem curtiu o game de 2005, terá momentos de relembrar o clássico. Entretanto, vale ressaltar que em momento algum Resident Evil Village quer ser um RE4 2.0, mas sim utilizar de elementos interessantes de gameplay para fortalecer ainda mais suas escolhas.

A atmosfera de terror do 7 não só está presente como intensificou

Resident Evil Village Capcom

Uma das grandes bandeiras da Capcom ao revelar Resident Evil 7: Biohazard era resgatar o terror. Ao longo dos anos, RE foi ganhando um ar de jogo de ação deixando um pouco de lado a atmosfera aterrorizante que sentíamos nos clássicos. Foi um êxito, pois RE7 faz muito bem esse papel.

Já o 8 conseguiu evoluir ainda mais esse sentimento, trazendo muitos momentos de tensão e principalmente, de terror genuíno. Há locais do jogo feitos pra você sentir que “Agora F****”. A sensação de urgência e desespero são presentes e marcantes. Um dos grandes responsáveis por manter essa atmosfera é o som. Esse foi um dos elementos melhor trabalhados em Resident Evil Village. O som te causa uma imersão fantástica, juntamente com a trilha sonora dinâmica e, a grande novidade para o BR, a localização. Pela primeira vez na história da franquia o jogo recebeu uma dublagem PT-BR localizada. Aproveito para parabenizar o ótimo trabalho dessa equipe. Texto bem localizado com vozes muito bem escolhidas, as quais abrilhantaram e contribuíram para o jogo ser o que é.

As evoluções do gameplay de Village

 

RE8

O RE 7 nos apresentou uma maneira distinta de jogar essa franquia. A câmera, antes em 3ª pessoa, passou a ser 1ª e, com isso, muita coisa mudou. Aprendemos a controlar um personagem completamente novo, Ethan. Inimigos muito diferentes; vírus evoluído; Narrativa contada de um jeito também diferente. Pois bem, tudo isso em Resident Evil Village é, ou mantido ou evoluído.

Para citar os mais significativos, temos a defesa de Ethan e as receitas do mercador.  O primeiro é, basicamente o que o nome já diz, o personagem se defende de golpes aplicados pelos inimigos. Esse recurso é, talvez, quase tão utilizado quanto os tiros. Isso porque Ethan é um personagem pesado e fica mais difícil fugir, logo essa defesa vem a calhar. Porém, ela funciona com a maioria esmagadora dos inimigos, até com chefes poderosos, o que torna-se um recurso bem Over Power, deixando os combates um pouco menos urgencial.

Já o segundo é diretamente ligado a evolução do seu personagem em si. Com receitas do Duke que você caça durante o game, traz benefícios muito importantes. Você poder “upar” a sua vida; melhorar sua defesa; e por fim, melhorar sua velocidade. Há no jogo animais que pode ser caçados: Galinha, Peixe, Porco, Bode, enfim, cada um fornece um tipo de carne diferente para a receita. Importante ressaltar que essa evolução é permanente.

E o Vilarejo? É um jogo de mundo aberto? Vale a pena explorar?

Resident Evil Village Mapa

Resident Evil Village não é um jogo de mundo aberto pelo conceito em si. Contudo, ele traz um mapa da vila mais amplo e que oferece muita exploração. Outra grande característica da série, que é favorecida por ter locais maiores é a existência de muito backtracking. Você encontrará chaves no meio do jogo que servem para abrir portas trancadas desde o início. Você ficar indo e voltando, buscando e explorando, te traz tesouros valiosos. Esses, por sua vez, geram ou uma grande quantidade de Lei (dinheiro do jogo) ou itens importantes como armas e peças para melhorar seu arsenal.

Essas explorações e quebra cabeças de “Como eu faço pra entrar nessa casa?” te custarão várias horas, mas que a recompensa é válida.

Lobisomens? Vampiros?  Lendas? RE está sobrenatural?

Microsoft

Bom, a série de Resident sempre levou como base a ciência – mesmo que seja uma criada pelas regras do jogo. Vírus que prometiam melhorar as capacidades humanas se transformaram em armas biológicas. Desde então, a coisa foi ganhando uma proporção tão grande que o resultado encontramos nos eventos desse jogo. Assim sendo, a narrativa de Village busca encaixar tudo isso que encontramos em um embasamento científico. É claro que tem um pouco de conveniência aqui e ali para fazer funcionar. Algumas escolhas um pouco fáceis, mas no geral as resoluções são compreensíveis e você vai descobrindo melhor a medida que o jogo avança.

O comportamento da IA dos inimigos está bem evoluído em relação ao jogo anterior. Além de serem mais poderosos, eles se movem de maneira aleatória, imprevisível e inteligente. A maioria deles não esperará tranquilo enquanto você o fuzila, mas sim te dará trabalho com uma agilidade fora do comum. As Boss battles, que sempre foram a tônica da série, estão presentes e de maneiras bem criativas. Uma deslas, inclusive, te dará uma experiência nunca antes vivida em RE.

Não só temos grandes referências dos eventos dos jogos anteriores, como encontramos algumas respostas que vão explodir a cabeça dos fãs. E fica muito claro que a Capcom já tinha isso em mente, quando criara o RE 7.

A narrativa está indo para um caminho sem volta

resident evil village

Algumas decisões presentes em Resident Evil Village, mostram que a Capcom está indo para a frente. Eu sei que essa frase pode parecer óbvia ou não parecer ter algum significado. Porém, a sensação que o jogo nos passa é que cada vez menos, veremos os jogos numerados olhando pra trás. Assim sendo, tudo está evoluindo. O vírus, os protagonistas, as organizações, os objetivos. Fica claro e evidente que a partir de agora, uma nova ideia está sendo preparada. E, na minha opinião, isso é positivo, sai da zona de conforto e correr riscos faz um bem danado para a série.

Essa narrativa vai por caminhos diferentes, mas eu enxergo coerência – exceto algumas ressalvas, mas não darei nenhum spoiler. Ciclos se fecham e novos se abrem a todo momento e a ansiedade para ver a continuação disso aumenta a cada segundo.

Conclusão

Resident Evil Village é certamente um jogo que mantém a qualidade dos anteriores e adiciona pontos nostálgicos e referências que, para os fãs da franquia, é recompensador. O jogo eleva o sentimento de terror e tensão, com elementos de urgência que não te deixarão confortável um segundo sequer. Há ressalvas em pontos importantes como gráfico e performance, mas a experiência é altamente positiva. A narrativa te dá pontos de discussão importantes pro momento da série e, certamente busca responder coisas que estavam adormecidas.

Enfim, Village é um jogo que te levará por uma jornada incrível, cheia de exploração e ação, com batalhas muito boas, inimigos desafiadores e uma narrativa interessante. Vale ressaltar que o game tem em torno de 13 horas com muita exploração. Aproveito pra acrescentar que está na hora de RE ter um jogo mais longo, não?

 

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