Steelrising é um excelente soulsborne não isento de falhas | Análise

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A Spiders ‘acertou a mão’ desta vez

Após um discreto lançamento com GreedFall que teve uma continuação anunciada – a Spiders decidiu mergulhar no gênero souls-like. Afinal, este novo gênero dentro da indústria conquistou o mundo dos games e hoje não é visto mais como um ‘nicho’. Pelo contrário, o souls-like hoje é uma forte tendência do mercado e com a chegada de Elden Ring, a FromSoft massificou e expandiu seu gênero para além dos fãs masoquistas. Dito isso, Steelrising, novo game da Spiders e publicado pela Nacon, lançado em 8 de setembro de 2022, bebeu desta fonte e nos levou para uma versão alternativa da França de 1789. 

Com versões para PS5, Xbox Series e PC, o que Steelrising tem a oferecer além da tendência do souls-like em sua configuração? É isso que você vai descobrir logo abaixo.

Uma França dominada por Autômatos

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A história de Steelrising se situa numa versão alternativa de Paris em 1789, no início da Revolução Francesa, a qual foi suprimida com sangue por Louis XVI e seu implacável exército mecânico. Para salvar a história, uma misteriosa Automata chamada Aegis deverá enfrentar, sozinha, o exército do rei. Assim, isso é o que você precisa saber do enredo do game, e o que vem depois é uma narrativa repleta de conflitos e mistérios que irão instigar sua curiosidade. Além da missão principal, Steelrising nutriu sua narrativa com eventos secundários que dão mais camadas a seus personagens – que são grandes autoridades francesas da época como Marquês de La Fayette, por exemplo.

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A narrativa de Steelrising é um dos grandes pontos que agregaram em minha experiência com o game. A cada novo estágio alcançado fiquei mais curioso em entender toda esta conspiração interna. Em resumo, a narrativa de Steelrising vai te amarrar e te guiar, e te deixar ainda mais curioso na medida em que você avança dentro do jogo. Certamente, o souls-like ganhou uma história densa e instigante que me prendeu do início ao fim.

A fórmula souls invadiu as máquinas

Após ser inserido em inúmeras temáticas, foi a vez da fórmula souls invadir as máquinas. Em Steelrising, controlamos uma Automata, que devemos escolher seu estilo de combate, onde cada um deles oferece determinados atributos. Em seguida, como todo e tradicional souls-like, devemos evoluir estes atributos da personagem com a moeda do game, além de gerenciarmos as vestimentas de Aegis como chapéus, calças, que trazem consigo níveis que influenciam diretamente no aumento ou na diminuição de seus status. Por fim, temos os módulos que são auxiliadores que trazem melhorias para o personagem durante o combate.

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Assim, juntando todas estas características estruturais da personagem, o título apresenta um combate criativo que é coerente com a temática do game, onde quando a estamina de Aegis se esgota, seu corpo, por ser uma máquina, superaquece e por meio de um botão devemos acionar um resfriamento que repõem sua estamina. Contudo, acionar este resfriamento, para cessar o superaquecimento de Aegis, pode causar congelamento. Portanto, gerencie bem sua estamina como todo e velho souls-like. Steelrising não é um souls-like raiz. Pelo contrário, ele é o que chamamos de soulsborne, termo criado após o lançamento de Bloodborne (2015), também título da FromSoft, que herdou elementos do souls-like, mas também estabeleceu novos conceitos.

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Deste modo, Aegis faz jus de armas híbridas, onde essas armas que servem para golpear com os botões R1 e R2, bem como para defender ou atirar com o uso do botão L2. Portanto, esta dualidade lembra bastante a forma que Bloodborne deu a seu protagonista na utilização de armas de fogo e armas brancas. Levando isso para o combate de Steelrising, temos um combate estratégico e dinâmico onde você faz as suas próprias regras. Em última análise, o combate é o que há de mais prazeroso e gostoso em Steelrising. De forma direta ele te induz a ser paciente e estrategista.

Uma ambientação chocante e bela

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A Plague Tale: Innocence, título da Asobo Studio, lançado em 2019, chocou o mundo dos games com sua narrativa dramática, mas também por sua ambientação desconfortável e chocante. Adaptar a França durante a Peste Negra, com tudo que esta pandemia causou no país, foi corajoso e esplêndido por tamanho esmero em trazer as consequências deste tal evento, vividos na pele de Amicia e Hugo. É impossível não se comover e se sensibilizar com o que A Plague Tale: Innocence transmitiu em sua narrativa, sobretudo, em sua ambientação.

Dito isso, a França novamente virou palco para uma tragédia. Desta vez, diferente de A Plague Tale, que adaptou um trágico evento verídico da humanidade, Steelrising trouxe um evento lúdico para a época a qual o game se situa, porém o quanto isso é representado externamente por meio do cenário e de sua ambientação me deixou tão impressionado, quanto A Plague Tale me deixou em 2019. Andar pelas ruas da França dominada por máquinas é um desafio constante, mas ver o que isso custou ao povo francês onde cada esquina há corpos empilhados é chocante de se ver.

E esta cena que acabei de citar será algo que você estará presenciando constantemente em cada cidade que você for visitar, e em cada esquina que passar. Por outro lado, é lindo de se ver – não me entendam mal – o trabalho, o esmero que a Spiders dedicou na ambientação de Steelrising, que fez de seu mais recente título –  pelo menos para mim – não ser visto apenas como mais um souls-like que chega ao mercado, mas ser visto por sua ambientação incrível. E isso se estende ao design dos inimigos e bosses presentes no game, cada um com sua estética única e intrigante. As batalhas contra chefes são um espetáculo por conta de seus visuais.

Falhas que interferem na experiência

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Os problemas vistos em GreedFall retornaram. Steelrising possui um grave problema de modelagem de seus personagens, sincronia labial e rostos inexpressivos. Para um game que chegou apenas na atual geração de consoles e PC e por não ser de mundo aberto, como foi GreedFall, era esperado um visual decente de seus personagens. Não foi o caso. Além desta falta de esmero na modelagem de seu elenco, o título traz alguns locais que prejudicam o combate, bem como uma problemática câmera em algumas ocasiões.

Portanto, estes erros que se repetem em Steelrising é inadmissível em um título que chegou para o PS5, Xbox Series e PC. A mais atual tecnologia dentro da indústria está disponível nesses novos hardwares e o que esperamos é um produto polido com personagens críveis, ao invés de modelos inexpressivos sem nenhum detalhe. Assim, essa é a maçã podre dentro da cesta que Steelrising carrega.

Mas afinal, Steelrising é tudo isso mesmo?

Steelrising soube dosar bem seu empréstimo ao gênero souls-like, através de seu combate contundente e criativo, com um narrativa envolvente e enigmática, e com uma ambientação impactante pelas ruas francesas. Contudo, seu mau trabalho na modelagem de seus personagens é brochante e limita a imersão que sua narrativa poderia ter se tivesse um elenco mais crível. Em suma, Steelrising é um excelente soulsborne que poderia ter um brilho maior se não fossem os problemas técnicos.

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