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Sempre que algo novo aparece há aquele pensamento: “será que é bom”? Ainda mais quando se trata do gênero FPS, já altamente explorado e detentor dos melhores aos piores títulos. Com uma mecânica inovadora e muito diversa Superhot nos brinda com diversão e possibilidades quase infinitas de jogarmos.
Superhot surgiu em 2013 numa game jam. Após ter seu protótipo lançado na internet e fazer sucesso no Steam Greenlight ele ganhou força para se tornar um jogo completo e em 2014 levantou fundos de mais de 250.000 dólares no Kickstarter em apenas 23 horas. Sem dúvida muitos apostaram, para nossa alegria, na diversão que o jogo iria proporcionar. E a aposta tornou-se deveras acertada.
A PRESSA É INIMIGA DO HEADSHOT
Com a proposta de que o “tempo só avança quando você se move” Superhot traz um elemento interessante para a forma de jogarmos. Pode parecer meio monótono as coisas não ocorrem freneticamente como geralmente são nos FPSs, mas tudo se encaixa bem, deixando a jogabilidade interessante e trazendo novos ares para o gênero. Planeje cada passo, cada tiro (e esquive-se deles como um verdadeiro Neo) e você conseguirá sobreviver aos diversos níveis.
A história não é muito complexa e nem cheia de reviravoltas, mas é revelada aos poucos de uma forma bacana e serve para dar um motivo pleno para detonarmos os bonecos vermelhos. Ficamos sempre na expectativa de saber mais do que está acontecendo à medida que vamos avançando. Mesmo menos elaborada é compensada nos demais elementos e não estraga a experiência.
USE O CRACK SEM MEDO
Ao começarmos o jogo recebemos uma mensagem via chat (digite enquanto estiver nele pra não perder a história, nada de dar ESC) de um amigo e através de um executável crackeado podemos acessar no site de uma empresa o jogo deles. Somos então apresentados a um menu com visual e sons bem retrôs, reproduzindo as antigas telas de texto com um gerenciador de arquivos. Tudo do menu é baseado em texto, até mesmo alguns vídeos, mini-jogos e artes. Pra quem conviveu com os sistemas dessa época é bem nostálgico. Ao executar o crack chamado superhot.exe a diversão começa e é difícil conseguir parar de jogar, sério.
Como dito, controlar o tempo e usá-lo a seu favor faz toda a diferença. É possível bolar as mais variadas estratégias com as diversas armas que vão aparecendo na evolução do jogo. Pistolas, escopetas, katanas (sim, katanas, para liberar o ninja que há em você), objetos como canecas, garrafas, bolas de bilhar (ou sinuca, se preferir) e os próprios punhos. Ao atingir um inimigo ele solta a arma e você pode usá-la (eles também correm pra pegar uma arma no chão, caso encontrem), mas há um número limitado de disparos, obrigando-nos a tomar cuidado para não ficar na mão (ou seria nos punhos?).
ESQUEÇA O INSTAGRAM, A MODA AGORA É O KILLSTAGRAM
Cada nível possui um número fixo de inimigos a serem derrotados e o personagem, assim como o inimigo, pode ser atingido apenas uma vez e, se isso acontecer, você terá que recomeçar novamente aquele nível, no melhor estilo “você só tem uma vida, use-a com sabedoria”. Os níveis vão aparecendo conforme avançamos e o jogo não nos dá de cara quantos são (e nem eu, pra não estragar sua ansiedade). Ao finalizar com sucesso temos um replay em velocidade normal e ainda podemos selecionar partes ou enviar o replay inteiro para um site chamado “Killstagram” (killstagram.com), que é dedicado a compartilhar nossas peripécias no Superhot. Aproveite e dê uma espiada lá.
Os controles são os padrões dos jogos de FPS e bem implementados, casando bem com o jogo, que além do teclado e mouse oferece o suporte a controles. Seja você um John Rambo, atirando para todos os lados, ou uma Quiet, com uma precisão cirúrgica, estará bem amparado guiando o personagem.
MENOS É MAIS
Graficamente posso dizer que Superhot é a melhor representação do “gênero” clean, sendo muito agradável aos olhos. As fases são todas brancas e os inimigos vermelhos, assim como os rastros dos tiros que são disparados contra seu personagem e que deixam um traçado da trajetória, ajudando a decidir para onde ir para evitar ser atingido. Eles se desfazem em cristais vermelhos num belo efeito quando são derrotados ou levam um belo headshot, com a cabeça ficando em frangalhos. Apesar da falta de texturas e outros detalhes que costumamos ver, o visual casa muito bem com a temática do jogo e o que está retratado na tela é bem modelado. Existem efeitos de sombras e iluminação muito bons. Quanto às opções gráficas, não existem muitas além de escolher entre duas qualidades gráficas e a resolução.
Durante as fases não existem músicas, embora elas não façam muita falta durante o jogo e os efeitos encaixem-se perfeitamente, praticamente ocupando o lugar delas. No geral a sonorização do jogo cumpre bem o papel.
UM AR DE NOVIDADE A UM GÊNERO CANSADO
É possível concluir Superhot em aproximadamente três horas. Os primeiros níveis ensinam a mecânica do jogo, além de servirem como tutorial, e a dificuldade vai gradualmente aumentando. Após terminar o modo história são abertos mais dois novos modos de jogo onde podemos concluir os mais diversos desafios, como speedrun, somente katana, modo impossível, terminar o jogo sem morrer, dentre outros. Esses modos estendem muito a longevidade do título e cada desafio vem com os níveis de história “fechados” e vamos liberando-os.
Com uma boa dose de inovação Superhot traz muita diversão e é uma excelente surpresa nesse começo de ano. Planejar o próximo movimento vira um hábito transparente e executar bem cada nível acaba virando uma mania. É bom poder pensar que sempre há a possibilidade do novo em um universo que já estamos acostumados a ver. Mesmo se você não for fã de jogos de tiro em primeira pessoa dê uma oportunidade e experimente, há uma grande chance de você gostar. Se for fã, é uma escolha mais que acertada. Boa jogatina.
Galeria de imagens: Superhot
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