Análise – Castle of Illusion Remastered

Em meados dos anos 90 o rato mais famoso do Universo, Mickey Mouse, contribuía com todo seu charme e carisma para o que viria a ser um dos maiores clássicos de games da SEGA – Caslte of Illusion.

Quem foi criança nessa época vai entender – Castle of Illusion representa uma era, um momento crucial onde os jogos conseguiam transportar a magia e a fantasia que habitava nas mentes dos pimpantes.

O game foi produzido pela SEGA e teve versões para Master System, Game Gear e Mega Drive. O enredo era baseado no rapto da namoradinha de Mickey, Minnie, por uma bruxa malvada chamada Mizrabel, que a trancafiou no seu castelo assustador. Então o herói deve desbravar mundos terríveis e enfrentar criaturas maléficas para poder salvar sua “princesa”.

Então aproveitando a vibe dos remakes Disney, os executivos da SEGA tiveram a ideia brilhante de trazer todo esse mundo interessante para os dias atuais. A ideia foi muito bem recebida por jogadores Old School, que adorariam reviver aqueles momentos de pura diversão, e também aos mais novos por terem a oportunidade de conhecer o game que tanto fez sucesso e que ainda é citado quando o assunto é jogos antigos (Sabat sabe do que eu estou falando!). Então O jogo foi produzido para as plataformas Xbox Live, PSN e Steam, e quem comprasse na pré-venda, levaria junto o jogo clássico e alguns outros brindes.

O objetivo era trazer o que havia de melhor no jogo de 1990 e, ao mesmo tempo, modernizar com o que há de melhor nos jogos atuais de plataformas, pois esse talvez tenha sido o maior desafio.

A jogabilidade é muito parecida com o game original, o que não seria algo muito difícil já que não apresentava muita complexidade. Mickey tem poucos movimentos como o pulo característico do personagem combinado com sua bundada atômica e atirar projéteis. Mas então quando você menos percebe, o game mistura a mecânica de jogos 3D de maneira fluida sem perder a característica. Muitos games tentaram fazer essa combinação 2D x 3D e podemos contar nos dedos o que tiveram êxito, e com certeza Castle of Illusion faz parte desse grupo seleto.

Um ponto negativo do gameplay vai para a facilidade do jogo. Em um dia, dedicando-se de maneira mediana, o jogador consegue finalizar o game tranquilamente. O título original tinha uma dificuldade absurda, e quase sempre víamos a tela “GAME OVER”, o que não acontece nesse remake, na verdade em nenhum dos jogos atuais.

Aonde o game leva todos os créditos é, sem dúvida alguma, na parte visual. Somente uma palavra resume o que estou querendo dizer – INCRÍVEL. O jogo foi feito com tanto apreço, com tanto cuidado que é emocionante passar por aquelas fases.  Assim como no jogo original Mickey deve entrar em portas que o transmitem para um mundo encantado onde ele precisa derrotar todos os inimigos, e isso foi muito bem referenciado ao jogo de 1990, trazendo as velhas telas da floresta, biblioteca, do mundo de brinquedos, castelo e todas as outras. É exatamente nesse aspecto que conseguimos enxergar o Castle of Illusion de Mega Drive. A SEGA conseguiu aproveitar os recursos de hoje e apresentou uma “obra de arte” visual.

A trilha sonora também leva destaque, não só pelas músicas muito bem feitas, mas por se encaixarem exatamente dentro de cada mundo – assim como o jogo anterior. Uma novidade foi a Narração em off, o que no começo é algo bem interessante, mas não demora muito pra causar grande incômodo.

A narrativa continua a mesma, a Minnie é raptada, o Mickey fica estressadão e vai pra cima atropelar todos os malvados para resgatar sua amada. Conversa vai, conversa vem os mundos vão passando e você vai acabando com todos os inimigos até que com toda sua coragem chega ao chefe final ou a chefa final – a bruxa Mizrabel (Aqui aquela fatídica pergunta não se aplicaria – “Você é um homem ou um rato?”, porque esse rato tem mais coragem que muitos homens que conhecemos, não? oO). Estava curioso para saber como eles fariam essa transposição e não me decepcionei. Para quem jogou a versão de Mega, porque a de Master System era diferente, a bruxa manipulava fantasmas que atacavam Mickey, e os desenvolvedores conseguiram tanto dar o tom certo do jogo original, como importar a tecnologia 3D nessa parte, e o resultado final foi ótimo.

Apesar de toda nostalgia, a SEGA tinha um elemento poderosíssimo nas mãos, e poderia ter criado inúmeras outras fases para expandir o mundo incrível que é o de Castle of Illusion, mas ao invés disso, decidiram se limitar a palavra “Remake”. Poderiam ter trazido outros personagens do mundo Disney para interagirem com Mickey, poderiam ter implantado outros modos de jogo, outras features, mas não foi dessa vez. Os únicos replays que você encontra são a possibilidade de competir com outros jogadores para quem conseguir terminar a fase no menor tempo e coletar itens para habilitar novas roupas e estátuas dos vilões.

Enfim, a SEGA teve êxito em transportar toda a magia do Castle Of Illusion anterior para o Remake. Trouxe um visual incrível, jogabilidade combinando 2D com 3D que funcionou muito bem, manteve a história e fases originais ajudando a fortalecer o sentimento de Nostalgia. Tirando o fato da SEGA ter perdido uma boa oportunidade para trazer um algo a mais para esse jogo, que, diga-se de passagem, tinha muito potencial, o game vale muito a pena para os que jogaram na época, e com certeza, essa nova galera também vai se divertir.

Acompanhe o trailer do jogo e comente o que achou da nossa análise.

http://youtu.be/Y9-0aMoQNaI