*Review escrito por nosso parceiro, o Butcherman! Contatos no final da análise.
Quando a Activision anunciou Deadpool e logo soltou o primeiro trailer, todos, que gostamos de super-heróis, ficamos ansiosos. E quem é que não gosta deste tema hoje em dia? Basta olhar o tremendo sucesso de qualquer filme da Marvel nos cinemas, ou Batman como uma segunda referência. Mas com Deadpool foi algo diferente, pois o cara é divertido como o Spiderman, e ao mesmo tempo é mal compreendido por ter aquele humor negro na medida certa. Deadpool é um verdadeiro anti-herói que sempre mereceu seu próprio game de qualidade.
Portanto, ao adquirir o jogo, fui naquela empolgação total, totalmente carregado pelo hype que foi criado em torno do título. O game então iniciou naquilo que Deadpool chama de casa, um “muquifo” pra ser mais exato. Wade (Wade Wilson, nome verdadeiro de Deadpool) pode interagir com quase tudo no cenário, e isto é demonstrado logo na primeira cena. Então a história começa a ser apresentada e logo de cara uma coisa fica evidente: o enredo de Deadpool é muito fraco, se resumindo a Wade querendo encenar seu próprio game, algo que de começo parece divertido, mas logo se torna maçante e com estes detalhes as decepções começaram a aparecer.
Ainda no começo do game, um tutorial de combate se inicia, e se houvesse uma frase dizendo: “Ok, você aprendeu tudo que precisava para zerar este game”, seria algo totalmente cabível, já que a jogabilidade se resume pulo, uso de espadas, tiros e nada mais. É isto mesmo, Deadpool usa uma variação destes movimentos, sem muitas mudanças durante todo o game. Existem algumas moedas que ajudam a aumentar o poder das armas, mas estes upgrades custam caro, e durante o jogo estas mesmas moedas são muito escassas, ou seja, para conseguir total desenvolvimento do personagem, é preciso lutar além do que realmente é necessário, e estes upgrades nem sempre fazem tanta diferença assim.
Os inimigos são outro problema do game, pois são Kamikazes e fazem de tudo para se tornarem vítimas de Wade. A AI (Inteligência Artificial) dos inimigos não funciona muito bem, criando situações inusitadas que fazem a dificuldade partir do ridículo ao extremamente difícil. Na verdade, a dificuldade de Deadpool está na quantidade de capangas ao mesmo tempo na tela, e não nas habilidades destes inimigos, o que é desestimulante.
Outro elemento que deixa o game mais fácil é o fator de cura do protagonista. Caso você não saiba, na história dos quadrinhos, Wade Wilson sofria com um câncer e voluntariamente entrou no projeto ARMA X (exatamente o mesmo do Wolverine). Por ter uma excelente aptidão com armas e espadas, Wade foi facilmente aceito no projeto. Um dos experimentos realizados em seu corpo foi o fator de regeneração, que o transformou em imortal. Mas como uma espécie de efeito colateral, Wade ficou totalmente desfigurado e o câncer que ele tinha, não se curou por completo. Talvez pelo fato de o câncer se aproveitar do efeito de regeneração do corpo de Wade e assim, ele também se regenera.
Mas falamos tudo isto da história para explicar que durante o game, Deadpool se regenera, deixando o game mais fácil, e quando ele “morre”, acaba reaparecendo com frases de incentivo, ou até xingando o jogador. São momentos engraçados pelo menos.
Os checkpoints também não convencem (pois é, o jogo tem muitos problemas). Cada fase é dividida em trechos, que por sua vez possuem uma quantidade determinada de inimigos, e não é gradativo. Se em um trecho é fácil, o próximo pode ser extremamente maçante, com uma quantidade enorme de capangas, que novamente deixa a dificuldade altíssima. E o pior é que ao perder para o último dos inimigos, você é obrigado a retornar ao último checkpoint e passar tudo novamente. Eu sei que muitos jogos utilizam esta mecânica, mas em Deadpool isso deixa de ser divertido para se tornar chato e cansativo, justamente pela jogabilidade que não empolga em momento algum, devido aos movimentos extremamente repetitivos. Fora isso, jogar diversas vezes a mesma parte e ainda ouvir as mesmas piadas, uma hora cansa.
Aí você me pergunta: “Ok, o jogo então é um lixo total?”. Calma meu amigo, nem tudo é ruim em Deadpool The Game. Se você começar o game entendendo seus problemas (que como viu não são poucos), você com certeza irá se divertir. Primeiro pelo próprio personagem que possui um carisma acima da média, e as cutscenes são em sua maioria, de muita qualidade, com uma apresentação gráfica caprichada. E uma coisa que realmente salva o jogo são as piadas, que apesar de se tornarem repetitivas, em sua maioria trazem um tom cômico perfeito e característico de Deadpool.
Outro fator muito interessante é se encontrar com personagens da Marvel durante o game, como Cable ou Wolverine. Apesar disso não ser um elemento que faça o game ganhar nota, ajuda no desenrolar da história.
Como fã do personagem, acho que Deadpool merecia um game melhor, mais caprichado. Fica clara a falta de interesse em entregar um produto de maior qualidade. O preço para PC, não é dos mais atrativos, ficando em 99,99 Dilmas, mas ao menos não se trata dos 179,00 Dilmas anunciados anteriormente. Será que alguém levantou um cartaz sobre o assunto nos protestos recentes?
Como a maioria dos jogos de personagens baseados na Marvel, Deadpool é um game bem razoável. A Activision pisou na bola mais uma vez, inclusive escolheu um tanto quanto mal a data de lançamento, já que não se falou em outra coisa a não ser The Last of Us. Vamos aguardar, para que se caso aconteça uma sequência, possa ser o que este deveria ter sido: um game de qualidade.
