Análise | Jump Force não agrada e é a primeira grande decepção de 2019

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Jump Force é o novo jogo de luta da Bandai Namco baseado em animes

A Bandai Namco é uma das grandes produtoras de games hoje em dia. Sobretudo no que diz respeito aos jogos de luta. Após o lançamento do incrível Dragon Ball FighterZ no ano passado, a própria empresa acabou jogando para si uma grande responsabilidade de continuar um legado de bons jogos deste gênero baseados em anime. Contudo, a Bandai Namco também é detentora de outros jogos de luta de grande sucesso e que não possuem ligação com animes. Podemos lembrar facilmente de duas grandes franquias, como Tekken e Soul Calibur.

Logo, quando Jump Force foi anunciado, ele foi recebido com um misto de empolgação e desconfiança. Afinal, a Bandai Namco também já mostrou no passado que aproveita dos personagens que tem licenças para lançar jogos meia boca. E infelizmente Jump Force se encaixa nesta categoria. O que não dá para entender é como uma empresa que tem tantos estúdios fantásticos para criar jogos de luta, consegue entregar um produto tão inacabado e sem carisma.

Jump Force – A comemoração amarga dos 50 anos da Weekly Shonen Jump

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A grande razão de Jump Force existir é para comemorar os 50 anos da Weekly Shonen Jump. A publicação, adorada no Japão, foi responsável por dar vida e espaço para diversos personagens que tanto amamos. Assim, nada melhor do que realizar um encontrão entre todos estes mangás e animes de sucesso.

Contudo, o que se vê é algo estranho. Em uma espécie de fusão entre nosso mundo e os mundos dos animes que o jogo representa. Temos Goku, Naruto, Luffy e diversos outros personagens com um visual mais realista. Embora nas cenas em CG de Jump Force seja possível ver uma qualidade bem interessante nestes personagens, o mesmo não pode se dizer do jogo. Os modelos de personagens são estranhamente bizarros, com movimentação dura, falta de expressividade, de detalhes, com texturas lavadas e proporções estranhas. Um grande desperdício, uma vez que, com tantos personagens legais juntos, a animação e carisma deles poderiam ter sido utilizados de uma maneira muito mais inteligente. Mas a produção do game resolveu partir para um caminho mais simples.

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Outro ponto desinteressante é que a história já começa com situações bem avançadas. O jogador não é transferido para aquele mundo com naturalidade. Falta explicações do motivo de protagonistas de universos tão diferentes, como Naruto, Goku e Luffy já se conhecerem. Parece algo feito às pressas.

Loading Force

Outro ponto que traz uma irritação danada para o jogador é a quantidade de loadings. Em cada cena, luta ou interação, aparece uma tela de loading e ela varia muito no seu tempo de duração. Muitas são mais rápidas, outras são bem longas. E não importa a plataforma que se joga, é um defeito do game. Mas o problema é que existem diversos defeitos de desempenho em Jump Force. Enquanto andamos no Lobby, ao melhor formato Dragon Ball Xenoverse, o jogo é lento, lotado de slowdown. O personagem não anda muito rápido (você verá muita gente pulando para todos os lados, pois é mais rápido do que correr) e os objetivos são difíceis de se entender. Definitivamente a apresentação, menus e hud de Jump Force não são nada bons. Só dentro da luta que é algo mais bem trabalhado.

A história também sofre demais para se manter. Definitivamente em cada nova interação ou cena meu interesse pelo game foi caindo. Ainda que a história seja curiosa, ela é prejudicada pela falta de ritmo que as telas de loadings trazem para Jump Force. E como estamos falando de uma grande Publisher, que já tem outros games de luta no mercado com mecânicas semelhantes, é algo inadmissível.

Sistema de luta é onde o jogo brilha, mas só um pouco

Enquanto Dragon Ball FighterZ vai para um lado mais conhecido dos games de luta, sendo um jogo em 2D com bastante técnica, Jump Force parte para o outro lado. O game é em 3D, com visão atrás do personagem e câmera livre. Lembra muito Xenoverse e também os jogos de luta de Naruto. Contudo a qualidade do combate é mais baixa do que estes títulos. Há um claro input lag nos comandos, fazendo o jogador não entender o motivo de apertar um botão e nada acontecer.

Temos controle sobre nosso personagem, criado no começo do game, e outros dois, conforme a história nos leva. Para alterar entre os personagens, devemos apertar L2/LT. Para chamar um dos companheiros para atacar, devemos segurar estes botões. Acontece que quem está acostumado com FighterZ sabe que lá os controles são invertidos, tanto para trocar de lutador quanto para chamar ele para ajudar na luta. Não custava tentar manter o mais familiar possível estes tipos de controle.

Contudo, ainda com alguns problemas, o sistema de luta é interessante. Atacamos com Quadrado/X e Triângulo/Y. Podemos realizar combinações, tanto no chão quanto no ar. Os golpes especiais são desferidos segurando R2/RT e usando qualquer outro botão de ação. Cada um dos botões resulta em um golpe especial, sendo o R2/RT+X o que entrega um dos golpes mais fortes. Aqui há uma evolução, já que até os jogos de Naruto, o sistema de luta utilizado aqui trazia dois ataques especiais. Agora são quatro.

Existem diversas outras formas de lutar, transformando as lutas em um misto de estratégia e sorte. Isso por conta do formato dos combos, que são desferidos apenas apertando um botão. Logo, quem acerta primeiro terá grande vantagem. Jump Force tenta ser simples, mas também tenta agradar quem quer mais. Talvez o jogo acabe valendo a pena justamente para quem quer jogar umas lutas online.

Jump Force acaba não valendo a pena?

Na minha opinião, Jump Force ficou muito abaixo do esperado. O visual do game é bom em alguns momentos e horroroso em outros. Tem muitos problemas técnicos, loadings longos. Embora suas músicas e vozes bastante conhecidas sejam bem executadas. Mas a diversão fica muito comprometida com a falta de polimento. Isso acaba dando a impressão que não estamos jogando um game da Bandai Namco.

A única maneira de se divertir realmente com Jump Force é dentro das lutas, com muitos efeitos especiais, golpes exagerados e tudo que gostamos de ver nos animes. Ainda assim, vejo que a pessoa tem que ser MUITO fã dos animes para aceitar a falta de fidelidade visual que há nos personagens. É estranho como o jogo parece bonito em alguns momentos e em outros é muito ruim. Parece que a Bandai Namco se preocupou em fazer um grande hype sobre quais personagens estariam no game e esqueceu de desenvolver o jogo propriamente dito. Seria muito mais vantajoso adiar Jump Force por uns 6 meses, usar o tempo para melhorar tudo, do que entregar um game tão decepcionante. Sem dúvida alguma Jump Force é uma das grandes decepções de 2019.

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