Análise | Wolfenstein The New Colossus é a evolução de um jogo que já era incrível

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Wolfenstein é conhecido como um dos jogos que representam o gênesis dos FPS. Lá em 1981 tivemos Castle of Wolfenstein, que já trazia a premissa de o que aconteceria com o mundo se a 2ª Guerra Mundial tivesse acabado de uma maneira diferente. E se ao invés dos aliados, os nazistas tivessem vencido a guerra? Após muitos jogos que tentaram reposicionar a franquia no mercado, eis que a MachineGames e a Bethesda criaram um novo game. Em um total reboot, Wolfenstein The New Order trazia a mais pura experiência singleplayer em um jogo de tiro. O jogo misturava elementos de sucesso de todos os últimos jogos lançados da franquia.

Com o sucesso que o game de 2014 fez, a MachineGames teve 3 anos para desenvolver uma sequência. The New Colossus reutiliza a fórmula muito bem explorada em 2014 e surpreende novamente. O novo jogo consegue ir até mesmo além, com cenas malucas, insanas, inesperadas e memoráveis. Mas para entender a magnitude que este jogo possui, precisamos ir por partes.

A 2ª Guerra Mundial foi apenas o começo

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Em 2014 nós ficamos conhecendo Blazkowicz. Soldado da CIA, ele viveu recluso durante mais de 10 anos por conta dos acontecimentos do final de The New Order. The New Colossus começa exatamente após o final do game de 2014 e isso é ótimo. Os acontecimentos são muito bem ligados, fazendo elementos do primeiro game se tornarem ainda mais relevante. Agora, tanto tempo depois do final da 2ª Guerra, os Alemães tomam conta do mundo, mas principalmente do território americano.

Como na Guerra o vencedor é quem escreve e conta a história, podemos ver as mudanças que ocorrem no mundo por conta do domínio alemão. Músicas, livros, programas de TV, todos puxam e pendem pro lado do Führer, o condutor dos novos costumes e de atos maléficos de um povo mal instruído. A vitória dos alemães só não era completa por conta de um terrorista – na visão deles -, chamado Blazkovicz. Devemos então manter nossa raiva e ódio para com os nazistas e fazer picadinho deles enquanto Blazko continua poetizando sobre a vida falando baixo, quase que como querendo trocar uma ideia com o jogador.

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Narrativa de primeira e com muitas surpresas

Wolfenstein The New Colossus se destaca demais por sua narrativa. De uma maneria diferente dos demais jogos, temos cenas entre uma missão e outra, porém a direção é surpreendente. Cenas de altíssima qualidade, ideias incríveis e surpresas que no geral até soam absurdas. No entanto, o universo criado pela Machine é tão bom e tão rico, que essas ideias mais malucas passam e funcionam muito bem. Wolfenstein The New Colossus é como um playground para quem gosta de um bom e velho FPS.

A história é contada com cenas que passam entre uma missão e outra. Todas elas são de extrema importância e não somente preparam o jogador para a próxima missão, como também contextualizam de uma maneira impecável o novo mundo que eles vivem. O ódio que eles possuem pelos nazistas aparece em cada novo diálogo. No entanto, apesar de Wolfenstein ser um drama romântico, existe uma pitada de Tarantino e uma mistura belíssima de violência e humor jamais visto nos games. O estúdio demonstra saber exatamente o que quer fazer com a franquia, independente do que esteja acontecendo no mundo dos games atualmente. Não há enrolação, influencia de algum outro jogo, nada disso. Wolfenstein tem sua própria maneira de contar uma história, com cortadas bruscas entre uma cena e outra e tudo feito com tanto esmero, que é difícil não querer continuar jogando.

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Na contra mão da indústria

Assim como The New Order, Wolfenstein The New Colossus nos brinda com um game mais clássico. Sem modo multiplayer, a MachineGames se preocupa em contar uma história, de uma forma bem única. Mantendo todas as mecânicas de sucesso do primeiro jogo, a ideia é soltar o jogador em um ambiente linear e deixar ele brincar de matar nazistas. Existem caminhos alternativos, mas a maioria das vezes o que importa é ir pra frente. Não existem loot boxes para melhorar o personagem, roupinhas bonitas ou armas inalcançáveis. O jogo oferece exatamente o que um game comprado por um valor fechado deveria oferecer. Até mesmo a falta do multiplayer não é tão grave, uma vez que a proposta do jogo não é essa.

Enquanto muitos títulos que se preocupam em criar mundos enormes e cheios de coisas pra fazer, Wolfenstein faz diferente. O negócio aqui é percorrer corredores, esgotos, ruas apertadas em cidades destruídas e usar veículos inesperados para avançar. Lembrando os protagonistas dos filmes dos anos 80, Blazkowicz é um brucutu em sua essência. Se tiver um nazista na frente dele, ele irá matar. Essa experiência que cria um elo muito grande entre o jogador e o personagem só é possível com um jogo totalmente voltado para a narrativa.

Personagens memoráveis

Wolfenstein 2 traz todos os grandes personagens do primeiro jogo de volta e com surpresas. Você escolhe mais uma vez que linha do tempo vai seguir entre dois parceiros soldados. Independente de quem você escolhe, haverá um personagem muito bem construído e com partes importantes na história. Jogar Wolfenstein duas vezes é o mínimo para entender tudo sobre o jogo e ver o que acontece com os dois parceiros de Blazkowicz. Além dos já conhecidos, como Anya, mulher de Blazko, temos a chegada de outros rostos que mostram o quanto a MachineGames estava inspirada. Diálogos perfeitos, ritmo intenso, personalidades marcantes. Todos eles são de extrema importância para a criação do universo de Wolfenstein.

Temos a missão principal, mas ao redor do nosso personagem existem diversa histórias que você pode descobrir ao parar perto de cada personagem. Como a maioria dos jogos de ponta de hoje em dia, eles terão algo a lhe dizer. Porém, diferente da maioria dos games, não são frases curtas para demonstrar que simplesmente eles estão ali. São conversas reais, que apesar de Blazkowicz  não responder na maioria das vezes, servem para mostrar como eles são vivos. Existem conflitos, ideias, piadas, cantorias, costumes e manias. Você só descobre tudo isso sobre os personagens se explorar muito bem o submarino que serve de base para a resistência. Em cada canto, uma surpresa.

Um dos melhores jogos do ano

Wolfenstein The New Colossus é um jogo incrível. Sem dúvida o coloco como o melhor FPS de 2017, mesmo que ele tenha grandes concorrentes como COD WWII. A MachineGames parece se divertir criando esta franquia e evoluindo seus conceitos. É como ver um jogo misturado com um stand up. Muitas vezes você será parte da ação, mas em outros, são personagens inesperados que vão lhe entreter. Violento, sádico, engraçado, picante e inteligente. Faltam adjetivos para mostrar o quanto Wolfenstein The New Colossus é fantástico. Muitos reclamam que o jogo se parece muito com o primeiro game. Para mim isso é um mérito. Conseguir manter aquele ritmo e de uma maneira relevante é um feito.

O único problema do jogo ao meu ver é a falta de um chefe final de verdade. Há uma situação extremamente divertida antes do fim da história, mas para um jogo desafiante como este, faltou apenas uma grande batalha para fechar com chave de ouro. Ainda mais depois do que vimos em The New Order. Mas com certeza veremos mais de Blazkowicz e sua turma no futuro. Que esta batalha que faltou no segundo jogo venha em dobro num provável terceiro game.


*Wolfenstein The New Colossus foi lançado para PS4, PC e Xbox One. No ano que vem o Switch também vai receber uma versão do jogo. Nós fizemos esta análise jogando a versão do PS4 rodando na primeira versão do console.


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