Call of Duty: Modern Warfare 2 traz uma campanha inovadora e um multiplayer problemático – Análise/ Review

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Campanha ao melhor estilo MW e um multiplayer controverso

Este ano a franquia Call of Duty ficou sob os cuidados da Infinity Ward, após a Treyarch e a Sledgehammer colocarem as mãos na massa com Black Ops Cold War (2020) e Vanguard (2021), respectivamente.

Dito isso, assim como em 2019, a Infinity Ward resolveu, o que já era esperado, dar continuidade a sua iniciativa de reiniciar sua franquia de grande sucesso. Assim, Modern Warfare 2 veio regado de muita expectativa, para sua campanha, dado o impacto e a qualidade da campanha do reboot de 2019. Quanto ao multiplayer, uma previsão já estava em pauta, já que o segmento online do MW 2019 não foi um dos melhores. E a edição deste ano é um grande déjà vu do multiplayer de dois anos atrás, porém com uma pitada ainda pior.

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Call of Duty: Modern Warfare 2 chegou ao mercado em 28 de outubro de 2022 para PS5/PS4, Xbox Series/ Xbox One e PC. Confira se o que a IW entregou foi condizente com a grande expectativa.

Voltamos à estaca zero

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O modo campanha da franquia Call of Duty sempre foi regida por personagens  que pareciam mais super heróis vestidos de militares do que seres humanos de verdade. Em 2019, a Infinity Ward, com o reboot de Modern Warfare, quebrou esse paradigma e trouxe um modo campanha humanizado, onde estes personagens mesmo realizando coisas impossíveis, tinham mais profundidade, o que nos impactou de uma forma nunca vista antes na franquia.

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Com MW2, foi depositada uma grande expectativa para a campanha do reboot, dado o impacto pelo retorno de Capitão Price, uma origem dada para ‘Gaz’ e todo um peso emocional em Modern Warfare (2019). Pois bem, se você esperava uma abordagem semelhante ou melhor que a de MW 2019, esse não foi o caso.

Diferentemente da campanha do reboot de 2019, desta vez, estaremos diante de uma abordagem mais militarizada do que um desenvolvimento profundo de seus personagens, como vimos no título anterior. Enquanto na campanha de 2019 trabalhou bem a construção de seus personagens, externando seus conflitos pessoais, MW2 maquiou a guerra moderna oferecendo-a uma aparência mais branda e menos chocante, assim como vimos anteriormente.

Há quem goste desta forma arcaica de se contar histórias na campanha de Call of Duty, eu prefiro como foi em 2019, por exemplo. Enfim, a campanha de Modern Warfare 2 (2022) está cheia de ação, como manda o manual, com Price ‘roubando a cena’, com novos personagens ainda mais cascas-grossas, porém voltamos à estaca zero. E isso é nítido na própria construção do script com mais presença de armamentos militares, bem como diálogos com a linguagem militar.

Por fim, se isso prejudicou a campanha, de forma alguma. Porém, a tornou pouco atrativa, se comparado ao impacto que tivemos em 2019.

Nadar e pilotar veículos foi a grande novidade desta campanha

Enquanto a campanha trouxe uma narrativa bem abaixo da que vimos em 2019, o aspecto técnico só melhorou e trouxe novidades. Começando pelos aspectos técnicos, MW2 é detentor de um visual super fotorrealista que chega a ser ‘ridículo’ do quão detalhado e realista é o que está diante de nossos olhos. Em segundo plano temos, o design de som, que rendeu ao reboot de 2019 o prêmio de Melhor Design de Áudio no TGA 2019. Novamente, a Infinity Ward deu aula de como trazer imersão ao jogador no controle de um militar, seja nos sons das armas, seja no som ambiente.

Partindo para as inovações, a IW trouxe a mecânica aquática para sua experiência single-player, bem como na experiência online no multiplayer tradicional e no Warzone 2.0, que chegará ao título, gratuitamente, em 16 de novembro deste ano. Além de podermos nadar, a campanha trouxe também a possibilidade de dirigimos veículos – mecânica disponível apenas no Warzone – bem como a possibilidade de trocar de veículos.

Sem dúvidas, estas mecânicas foram um vislumbre do que o modo Warzone 2.0 e o modo Guerra Terrestre, ambos modos de larga escala do segmento multiplayer, irão proporcionar.  Por fim, o craft se tornou bem presente em certos momentos da campanha, o que ofereceu um senso de sobrevivência. Não se sabe, o que a introdução dessa mecânica trará para franquia nos anos subsequentes.

Portanto, ver essas inovações, dentro de um modo campanha tão súbito foi algo bem positivo e que despertou minha atenção.

Os anos passaram, a franquia se reinventou, mas a IA é imutável

Se tem um dogma que todos os estúdios responsáveis pela franquia Call of Duty seguem com veemência é o não aprimoramento da IA. Ano após anos o grande vilão do modo campanha da franquia é sua inteligência artificial medíocre.

É inadmissível ver uma campanha com cinemáticas e gráficos in-game impecáveis, um designer de áudio incrível, possuir uma IA ultrapassada. E essa minha ressalva não é exclusiva para este título de 2022, com Black Ops Cold War e com Vanguard, fui crítico nesse segmento.

Portanto, a existência de uma IA retrógrada em Modern Warfare 2, principalmente dos companions, prejudicou a imersão, bem como a experiência durante a jogatina.

Infinity Ward defensora dos ‘campers’

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Eis aqui um dos grandes retrocessos da experiência multiplayer da franquia Call of Duty para este ano. Pois bem, a Infinity Ward, assim como em 2019, trouxe um multiplayer mais lento, cadenciado, com um minimapa que não registra ‘com um ponto vermelho’ quando um jogador atira sem silenciador, um ‘time to kill’ alto e um designer de mapa que favoreceu a experiência de ‘campers’.

Assim, todos estes pontos deram cores negativas ao multiplayer de Call of Duty deste ano, onde sua experiência se tornou um excelente lar para os sentinelas (termo que a Infintiy Ward deu para os ‘campers’).

Enquanto a jogatina multiplayer pode ser resumida por jogadores que não buscam por grandes jogadas e preferem ficar escondidos, o Armeiro é o grande destaque do segmento. Em minhas impressões da beta, comentei alguns detalhes onde, o Gunsmith (Armeiro) mudaria a forma de progressão dentro multiplayer. E, de fato, mudou.

Recapitulando, agora algumas armas possuem determinadas famílias de outras armas que podem ser desbloqueadas enquanto você sobe o nível delas. Por exemplo, uma arma A possui uma família com as seguintes outras armas :B, C e D. Assim, conforme você sobe de nível da arma A, as armas B, C e D serão adquiridas e herdarão anexos que você desbloqueou para a arma A. Desta forma, não precisará que você faça todo o árduo rito de evoluir com uma arma sem nenhum equipamento.

Em suma, se você gostou do multiplayer do MW 2019, irá adorar a versão deste ano. Caso contrário, você terá a mesma experiência negativa, se não pior, dado a todos estas novas adições, com exceção do Gunsmith 2.0, ao modo.

Mas afinal, Call of Duty: Modern Warfare 2 é tudo isso mesmo?

Ao que tudo indica, não teremos um novo jogo da franquia em 2023, o que dá para Modern Warfare 2 uma sobrevida. Mas será que o game vai sobreviver por dois anos, sendo que a vida útil de um CoD habitualmente é de um ano?

O modo multiplayer é o grande combustível da franquia após uma semana do modo campanha em evidência. Porém, o modo multiplayer de MW2 não convenceu e é um retrocesso, por inúmeras decisões da IW que já citei acima, e sobreviver por dois anos será um grande desafio para a Infinity Ward.

Portanto, acredito que o grande combustível de MW2 será o Warzone 2.0 e o modo DMZ, que chegam em 16 de novembro, enquanto a Infinity Ward tenta trazer novidades para o multiplayer tradicional, já que fazê-lo melhor é algo fora de cogitação.

Em última análise, Call of Duty Modern Warfare 2 é detentor de um modo campanha inovador com adições positivas e um visual impecável, porém seu segmento de maior relevância, o multiplayer, se mostrou ser uma experiência retrógrada que vai de encontro a essência da franquia.

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