Crítica | Maria Madalena – Uma história não contada sobre uma mulher de fé

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Nesta quinta, 15 de março de 2018, chega aos cinemas Maria Madalena. Tão simples quanto o nome do filme, é a ideia que ele traz. É mais um longa que contará a história da Paixão de Cristo. Todo o caminho que o filho de Deus percorreu, passando por seus milagres, dúvidas, traições e por fim, sua crucificação e ressurreição.

No entanto, o protagonista da história não é Jesus. O espectador é convidado a assistir a mesma história que provavelmente já conheça, sob a perspectiva e os olhos de Maria Madalena. A mulher, que é conhecida como a prostituta que Jesus protegeu com a velha frase: “quem nunca errou, que atire a primeira pedra“, também é mencionada nas histórias bíblicas mais recentes como a Santa Maria Madalena. Ela teria sido a Apóstola dos Apóstolos, alguém muito próxima de Jesus e que entendia aquilo que era muito difícil de se entender: os poderes divinos.

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O filme é dirigido por Garth Davis, o mesmo diretor de Lyon. Mas será que as visões diferentes de Davis são o suficiente para fazer de Maria Madalena um filme que se diferencie de tantos outros que contam a mesma história?

Pontos de vista diferentes

Quando falo que Maria Madalena teria sido uma pessoa próxima de Jesus, não é pelo lado errado que essa ideia dá. Ela teria sido uma das pessoas que seguiam Jesus e levavam sua palavra. Mas o filme nos posiciona muito antes disso, mostrando como ela decidiu seguir este caminho. Há diversas referências para a maneria que a mulher foi tratada durante toda a história da humanidade. Ela não teria opção sobre sua vida, até que decide fazer o que bem entende. Se liberta e quebra paradigmas.

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Para os mais crentes ou mais conservadores, Maria Madalena é até mesmo um filme difícil de se digerir. Ele mostra os apóstolos de uma maneira bem diferente. Judas por sinal, tem motivações complexas, se mostra como uma pessoa perturbada. Não há tanto destaque para Jesus, mas sim para os efeitos que ele cria sob a mente das pessoas que estão ao redor dele. E isso também é algo de destaque no filme. Nós vemos um Salvador preocupado, com medo, com dúvida. Quase como alguém mortal, sem entender como poderá ser imortal após ficar pendurado em uma cruz. Afinal, antes de entender completamente os planos do Pai, Jesus era um humano, como nós. É bem interessante a maneira que o filme toca nesse assunto sem transformar Jesus na principal estrela do filme.

Humanidade transbordando

Uma coisa que Davis e o elenco, que é composto por nomes de peso, como Rooney Mara (Maria Madalena) e Joaquim Phoenix (Jesus), conseguem entregar com muita emoção, é o lado humano dos personagens. Como já falei acima, Jesus é muito genuíno, sendo até uma pena que, de certa forma, o filme não seja tão focado nele como é em Maria Madalena. Joaquim Phoenix faz um trabalho impecável e nem é pelo lado doloroso do papel de Jesus na história da humanidade. Mas sim, por sua forma transparente de lidar com todas as situações. Mas aí, quando você vê Rooney Mara no papel de uma mulher fragilizada, que encontra o caminho de sua vida em Deus, e percebe a transformação da personagem, entende a ideia original de Davis.

A atriz casou muito bem com o papel. Seus olhares dizem por muitas vezes, muito mais do que um roteiro inteiro. Todos os apóstolos e personagens centrais são bem construídos. E isso colabora muito para que fiquemos ligados na história do filme, mesmo sabendo de cabo a rabo para onde ele vai.

Mesmo assim, falta algo

Apesar de o elenco ser competente e os personagens interessantes, Maria Madalena peca no ritmo. O filme tem momentos de muita tranquilidade, que vão deixando o espectador meio cansado. São muitas cenas lentas, com diálogos cansativos. Na tentativa de mostrar o lado da história de Maria Madalena, momentos importantes da caminhada de Jesus são reveladas com certa pressa. Acaba eliminando assim, a chance do filme ser mais impactante. Não que a ideia seja recontar a Paixão de Cristo da mesma forma de sempre. Mas a gente fica esperando pra ver mais da reação de Maria Madalena e dos Apóstolos, e tudo se torna superficial demais.

Ainda assim, Maria Madalena é um filme que não deve ser ignorado. Ele adiciona informações importantes para quem acredita na Bíblia. É um lado da história que devemos ter em mente, ao menos conhecer e quem sabe, buscar mais informações. Esta mulher por muitas vezes pode ter sido desprezada, até propositalmente para criar contextualizações e entendimentos da Bíblia. Porém, pelo que vemos neste filme, ela teria força para aguentar diversas injustiças, uma vez que sua vida se resume a isso. Até o momento que ela encontra o caminho de Jesus. Portanto, ver Maria Madalena é um exercício de fé, uma vez que o filme se confunde com as histórias contadas por tanto tempo. É preciso vê-lo de mente aberta e ciente que não é um filme perfeito e nem impactante.


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