Se você já jogou algum game de Hidetaka “Swery” Suehiro e anteriormente do seu estúdio, Access, você saberá que eles tem a tendencia em ser um pouco estranhos. Isso ficou claro em Spy Ficction, e essa estranheza que formaria todo o caminho para chegar até o Deadly Premonition, uma bizarrice muito similar a Twin Peaks, que foi merecidamente cultuado depois de anos de seu lançamento. D4, um jogo exclusivo do Xbox One que está para ser lançado episodicamente sobre um número ainda indeciso de capítulos. Trata-se de um game de aventura surreal, divertido e muitas vezes imaginativo, que leva o humor bizarro de Deadly Premonition ao extremo.
D4, ou Dark Dreams Don’t Die, que é o seu título completo, compartilha mais do que apenas o senso de humor de Deadly Premonition. Há ligações aos seus antecessores espirituais. Forest Kaysen vai aparecer, assim como o fez nos jogos de Swery, embora menos explicitamente. O personagem principal chama-se David Young, uma alusão ao personagem de Rainy Woods, que posteriormente passou a se chamar Deadly Premonition. E o mais importante de tudo é que a equipe se sente confortável com a atmosfera totalmente desequilibrada que esse cara está acostumado a fazer.
E esse nunca foi tão desequilibrado! Você jogará, como dito antes, com David Young, um homem abençoado com a capacidade de viajar no tempo através de sua interação com suas Lembranças, uma habilidade que é fundamental para desvendar o mistério em torno da morte da namorada do protagonista. O episódio em questão ocorre em um avião em pleno vôo, e é dito como um jogo de aventura gráfica, que é provavelmente melhor descrito como jogo tipo Heavy Rain.
A interpretação contemporânea da Access dessa aventura gráfica é ao mesmo tempo um pouco mais linear do que o game da Quantic Dream e, graças ao Kinect, muito mais excêntrico. Usando o Kinect, ele permite você examinar as cenas com sua mão substituindo o ponteiro do mouse tradicional, onde poderá praticar ações e pegar itens, bem como mudar a sua visão. Você também pode interagir com os objetos – que nesta demonstração significa, em grande parte, empurrando o pessoal da tripulação e os passageiros – e, muitas vezes haverá uma semelhança com Heavy Rain. Trazendo o rosto de Young até uma pia você vai ter que levar as duas mãos jogar água na cara, um ato que repõe a energia .
O Kinect vem a calhar em outros lugares também. Diálogos podem ser selecionados através da sua escolha, e inclinando sua cabeça pode mudar sutilmente a câmera ao redor e você pode pegar itens, fechando as mãos. Assim sendo o Kinect 2.0 terá muita serventia, e sendo este o produto da Microsoft que está, sem dúvida, bem ciente de que seu periférico é opcional, mas como as investigações do protagonista no avião utilizam de muitas interações, é provável que esse game seja melhor jogado se você usar o Kinect.
A Microsoft finalmente está dando uma atenção muito maior ao Kinect. A questão é exatamente essa, não fazer joguinhos para serem jogados em Buffets de festas infantis, mas games com profundidade, com uma história interessante, e que precisam desse periférico em questão para serem mais imersivos. É possível acreditar que a partir desse título, mais desenvolvedoras procuram utilizar o Kinect com sabedoria transformando-o num acessório indispensável.
Confiram agora um trailer-demonstração do game e digam o que acharam. Comentem!
