Desperados 3 inova seu gênero, mas não é para todos | Análise

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Lançado, originalmente, em 2001 para PC, a franquia de estratégia com temática faroestica herdou seu primeiro game: Desperados Wanted Dead or Alive. Em um cenário onde a franquia Commandos já dispusera de seu segundo game, Desperados conseguiu destaque por sua temática faorestica atraente e crível.

Depois do lançamento de seu segundo título, Desperados 2: Cooper’s Revenge, lançado em 2006, a franquia passou um bom período de descanso. Foi somente em 2020, 14 anos depois, que o aventureiro John Cooper retornará em mais uma nova aventura. Agora sob os cuidados da Mimimi Games e da THQ Nordic o terceiro capítulo da série trouxe novas melhorias ao gênero de estratégia e uma história que se passa antes dos dois games anteriores.

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Em suma, em meio a tantos títulos de estratégia que sairão este ano, Desperados 3 vai conseguir se destacar e trazer alguma a inovação ao gênero? Confira nossa análise e veja o que achamos.

O bom e velho conto de velho oeste

Quer encontrar uma amizade verdadeira no velho oeste? Entre em um bar e se envolva em confusão. Essa é a melhor maneira de criar laços de amizade no velho oeste. Apresentando uma narrativa aos moldes dos clássicos de John Wayne, Sergio Leone e Clint Eastwood, Desperados 3 traz eventos anteriores aos dois primeiros títulos. Assim, o famigerado John Cooper ainda está iniciando sua carreira como fora da lei onde passaremos a conhecer histórias ainda não contadas do personagem.

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Nesta aventura, iremos ver John criar um grupo de companheiros para resolver interesses em comum. Ao longo de cada capítulo os personagens são apresentados em diferentes contextos e motivações distintas, mas que no final trilham o mesmo ideal. Desperados 3 desenvolve muito bem sua trilha sonora e diálogos que entregam uma sensação crível da temática do velho oeste. Sobretudo, os espírito de amizade e afoiteza deste grupo de 5 personagens é a grande atração da narrativa do título.

Entretanto, o roteiro deixa muitas pontas soltas com acontecimentos que não são claramente explicados ou contextualizados. Desta forma, muitos eventos se tornam confusos o que, automaticamente, tira a profundidade narrativa.

Paciência, mas muita paciência

Se tratando de um game de estratégia, de praxe a experiência nos exige paciência e raciocínio apresentando uma curva de aprendizado demorada e complexa. De antemão, já alerto que Desperados 3 não é para todo mundo. Primeiramente, o sistema de save é manual e ilimitado visando as estratégias que o jogador terá em cada minuto dentro do game. Embora você possa pensar que isso é uma vantagem – e de fato é – este detalhe por muitas vezes pode passar batido e nos prejudicar durante as missões.

Seguidamente, o designer de nível não facilita nada para o jogador onde nos é apresentado todo o road map da missão – que não é curto – nos fazendo repetir o mesmo caminho inúmeras vezes. Este rodeio torna a experiência – já compassada – ainda mais lenta e estressante. Tudo isso regado de uma IA apelativa de forma gratuita. Quanto a IA, há certos aspectos positivos e outros negativos: positivamente o campo de visão dos inimigos seguem uma trajetória realista e muito detalhada. Por outro lado, a IA menospreza qualquer inimigo que segundos atrás estava atuando normalmente ou até mesmo conversando com outro comparsa. Por fim, se já não fosse desafiador demais, nossos personagens quando entram no campo de visão dos inimigos ficam lentos e, automaticamente, são avistados.

Em suma, encarar D3 não é nada fácil – até porque esta é proposta de todo game de estratégia – porém alguns aspectos negativos dificultam ainda mais a fluidez dentro game.

A união faz a força

Desperados 3

O game disponibiliza cinco personagens que serão apresentados e englobados na trama de forma natural. Cada personagem possui suas habilidades e realidades distintas. John Cooper, um fora da lei que busca de um acerto de contas; Doc McCoy, um caçador de recompensas; Kate, uma noiva em fuga que usa da sedução para se dá bem; Hector, um caçador que tem como fiéis companheiros uma armadilha gigantesca e um machado; e por fim, Isabelle, uma mulher misteriosa de New Orleans. Assim, depois de todos os membros formalizados, estes personagens participarão de missões cooperativamente cada um apresentando suas habilidades características. E para isso, nós jogadores devemos orquestrar de forma estratégica e cautelosa cada um dos personagem durante as missões.

A principio a ideia é boa, porém a execução é tão pouco mal aplicada. Primordialmente, em momentos que queremos alternar de um personagem para outro, a câmera não identifica ou não consegue fixar no personagem escolhido. Deste modo, em todas as vezes que resolvemos alternar de personagem nos perdemos por não identificarmos o local do personagem selecionado no mapa. Isso tira toda a dinâmica do gameplay que poderia se tornar mais ágil. Em contrapartida, ação de cada um dos personagens nas missões são detalhistas e convincentes e suas habilidades tem um peso e uma importância dentro das missões.

Veredito

Desperados 3 apresenta uma direção de arte incrível nos entregando uma ambientação convincente do velho oeste. Ademais, seus outros aspectos conseguem, sim, inovar e evoluir o gênero, porém D3 não é para todos. Suas mecânicas e estruturas de gameplay são seletivas e requerem muita dedicação e paciência. Embora trazendo umas falhas que dificultam ainda mais o desafio natural do game, o produto final é bem feito e, certamente, irá concorrer como um dos melhores games de estratégia do ano.

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