Em 2018, nasceu um dos grandes sucessos do PSVR, o primeiro aparelho de realidade da Sony. Trata-se de Firewall Zero Hour, um jogo de tiro em primeira pessoa com toda a movimentação livre de um VR com elementos multiplayer. Anos mais tarde, temos o lançamento de Firewall Ultra, que mesmo 5 anos depois, parece que não encontrou o caminho do sucesso que seu antecessor obteve. Tudo por conta de diversos detalhes que vamos abordar neste review.
Para a produção desta análise, nós recebemos um PSVR 2 da Playstation Brasil e também uma cópia gratuita de Firewall Ultra. Embora vocês perceberão que eu senti falta de muita coisa neste game, a sensação e a jogabilidade são muito bons, o que mostra que o futuro pode ser bacana, mas tudo vai depender do estúdio First Contact Entertainment, responsável pelo desenvolvimento de Firewall Ultra. Vamos entender!
Um Rainbow Six em VR simplificado
Firewall Ultra coloca o jogador no papel de um agente que precisa utilizar diversas tecnologias para se infiltrar e coletar informações em uma espionagem tática. Contudo, transforme tudo isso em um jogo multiplayer 4 vs 4 ou em cooperativo, onde 4 pessoas jogam contra o CPU. A sensação é muito parecida com Raibow Six simplificado que usa todos os conceitos de um jogo de tiro em VR, com movimentos e uma liberdade diferenciada para uma experiência excelente de gameplay no PSVR2. E foi neste formato de gameplay que Firewall de 2018 se apoiava, então Firewall Ultra tenta evoluir o formato.
Com o sucesso do primeiro jogo, todo mundo esperava uma evolução interessante, que é o que se vê no visual e controles. A simplicidade resulta em um jogo fácil de entender, intuitivo e que depende totalmente de você se adaptar aos movimentos em VR e que vamos nos estender melhor em como funcionam durante o tópico de jogabilidade.
A grande questão aqui é que no lançamento do game, os jogadores perceberam muitos problemas e, desde então, Firewall Ultra já recebeu diversos updates. Mesmo assim, a comunidade que se dedica a franquia não está muito contente e deu para perceber tudo isso com meu tempo com o jogo.
Gráficos de nova geração em VR
Um dos maiores méritos de Firewall Ultra é a parte técnica. Utilizando todo o poder gráfico do PSVR 2 e do PS5, o visual é impressionante. Logo que eu abri o jogo, percebi um potencial incrível e no VR2. O primeiro passo é um tutorial bastante intuitivo e com muitas indicações do que devemos fazer através de uma dublagem excelente. Depois, somos levados para um lobby, que é onde escolhemos os modos de jogo, evoluímos os agentes e mudamos diversas opções. Ao invés de trazer um menu para cada coisa, o jogador deve utilizar diversos painéis espalhados pelo cenário para encontrar as informações que deseja.
Existe também um estande de tiro que podemos testar diversos tipos de armas e tentar entender como vamos mirar com cada uma. Assim, antes mesmo de entrar no online, podemos ter um gostinho de como é jogar Firewall Ultra e, devo dizer, que toda a tecnologia do PSVR 2 me deixou muito empolgado para mergulhar neste novo game.
Gameplay muito divertido, mas exige uma adaptação
Como todo jogo em realidade virtual, Firewall Ultra depende que você tenha um certo espaço em sua casa para que possa se movimentar em seu próprio eixo. Assim, para andar no jogo, devemos usar o analógico do controle que está na mão esquerda e direcionar para onde queremos ir. Contudo, também é possível mudar a direção com o analógico da mão direita. Mas o mais impressionante é o sistema de rastreamento ocular. Com ele, podemos usar menus e direcionar levemente o personagem apenas com o movimento dos olhos. Também é possível evitar granadas de luz fechando o olho ou colocando a mão na frente do rosto.
A sensação de estar andando no jogo, mesmo que parado na vida real, foi um tanto quanto estranha para mim. Outros jogos possuem essa sensação, mas aqui a movimentação é mais rápida, precisamos sempre estar em movimento e, muitas vezes, correndo para evitar os tiros dos inimigos ou pegá-los de surpresa. Porém, demorei uns 20 minutos para entender que, assim como qualquer outro jogo, a movimentação era só na realidade virtual.
Logo, qualquer sensação de enjoo ou desconforto não aconteceu, o que me deixou bastante contente, uma vez que eu tive experiências bem ruins com VRs recentemente por passar mal com poucos minutos de jogo. Firewall Ultra faz um belo trabalho em nos deixar confortáveis jogando, assim como todas as novas funcionalidades e peso do PSVR 2, que são impressionantes.
Podemos carregar três tipos de armas, e mudar entre elas é bem fácil. Então seu papel é se esquivar dos tiros, se esconder, e arrebentar os adversários nos momentos de fraqueza deles. Em minha experiência enfrentei jogadores já com habilidades em realidade virtual e em Firewall Ultra, o que resultou em um começo complicado. Aos poucos fui me adaptando, aprendendo a mirar e a me movimentar. A sensação é realmente diferenciada.
O Problema é conseguir jogar
Mas mesmo com um gameplay muito gostoso, Firewall Ultra deixa os jogadores na mão por conta do matchmaking. Por diversas vezes fui jogado para servidores gringos, onde o ping era mais alto, ou com jogadores que ficaram bugados em minha sessão e ficaram parados o tempo todo. Era como se o jogador que deveria controlar o agente tivesse caído da sessão, mas o game não entendia, mantendo o personagem lá, porém totalmente parado.
Além da demora para encontrar partidas PVP, muitas vezes o time estava bem composto e entrosado, então do nada na partida posterior os jogadores eram misturados, separando nosso time que antes estava muito bem jogando junto. Não somente quebra a imersão e o gameplay coop, como deixa claro que há um problema grave na maneira que Firewall Ultra organiza suas partidas. Como os únicos modos de jogo são onlines, seja em PVP ou PVE, não conseguir formar um time coeso é bastante impactante para nosso tempo com o jogo.
O Grande Problema é…?
Nenhum jogo deve ter pouco o que se fazer, mesmo com uma jogabilidade muito boa. E quando tudo isso é jogado fora por conta de um online ruim, quase não sobra muito. É o caso de Firewall Ultra. Atualmente não há como indicar a compra do jogo, a não ser que você faça parte de um grupo de amigos que gosta muito deste tipo de jogo e que vão combinar de jogarem frequentemente. Por mais que exista um gameplay muito gostoso, gráficos incríveis, som excelente e uma movimentação que agrada bastante, existe uma sensação de vazio. É como se Firewall Ultra não estivesse completo ainda.
Assim, infelizmente, mesmo com poucos jogos desde o seu lançamento, é difícil indicar a aquisição de Firewall Ultra. Certamente o time de desenvolvimento poderá transformar o game durante os próximos meses e a falta de novos jogos para o PSVR2 pode levar os jogadores a darem uma nova chance para Firewall Ultra. Mas, no momento, é um jogo que carece de conteúdo e de cuidados. Talvez se houvesse uma campanha de algumas horas já tiraria esse sentimento de vazio que o game deixa no jogador.
