Shadow of the Tomb Raider mantém a fórmula vencedora dos dois primeiros jogos
Não é tarefa simples pontuar as características únicas de Shadow of the Tomb Raider para quem está familiarizado com o reboot de 2013. Assim que colocamos a mão no jogo, fica claro que é uma extensão da experiência do primeiro, sendo quase um “Tomb Raider – Episódio 3”. Todas as mecânicas dos jogos anteriores estão lá. Pulos e escaladas, as armas e gerenciamento de inventário, passando até pela forma de ganhar XP (encontrar artefatos, completar side quests, etc.) e utilizá-lo para melhorar as habilidades de Lara.
Entretanto, não é como se a repetição do modelo diminua “Shadow” em nenhum aspecto. Tanto o remake quanto a continuação “Rise” são excelentes jogos. O necessário aqui é adaptar as expectativas e saber que não haverá significativas mudanças em relação aos dois primeiros títulos.
Para não cometer injustiça ao jogo, há de fato alguns elementos novos: é possível fazer rapel em paredes em que Lara pode cravar sua picareta, abrindo uma nova gama de possibilidades para puzzles. É interessante notar que, com os gráficos avançados, tornam-se cada vez mais sutis as diferenças entre superfícies escaláveis ou não. Houve um momento em que tive dificuldade pra ver se conseguiria agarrar na parede e acabei tentando assim mesmo, no escuro. Só fui perceber onde era pra se segurar quando ela já estava pendurada.
Fases dentro d’água e combates
As partes subaquáticas também ganharam maior destaque. Em uma das partes da demo, era possível realizar um longo mergulho numa tumba, não havendo apenas um caminho único. Foi preciso ficar atento à respiração da personagem. O negócio é não bobear para perder uma parte no meio do caminho em que dava para subir e recuperar o fôlego. Quase chegando no outro lado, ocorreu um tremor que bloqueou parcialmente a saída. Então, acabou ativando um tenso QTE para livrar Lara da enrascada.
Outra novidade são nos combates. É possível usar da floresta como uma ferramenta de lara, de diversas formas. Utilizando lama como camuflagem, encontrando dardos envenenados que servem para causar pânico nos inimigos. É possível também desaparecer na mata mesmo após ser vista pelos inimigos.
No entanto, foi durante uma apresentação a portas fechadas que conferimos uma parte do jogo diferente o bastante para quebrar um pouco a noção de repetição de fórmulas deixada pelo gameplay. Vimos um pouco da fictícia cidade ancestral de Paititi, localizada no Peru. O local funcionará como um hub, o qual segundo os desenvolvedores, será o maior de toda a série. 3 vezes maior que o de “Rise”.
Paititi
Paititi é de fato um lugar enorme, com casebres e templos de pedra com forte influência Maia, Asteca e Inca. É também vibrante, cheio de moradores e comerciantes vivendo o seu dia a dia por lá. É possível interagir com eles. Alguns poderão ativar uma sidequest. Em um dos momentos, Lara oferece ajuda a um garoto para encontrar um dado perdido.
Conversando com moradores ou apenas ouvindo-os falarem entre si, descobre-se que há uma preocupação com o Clã de Kukalkan. As pessoas desse clã exigem uma porcentagem dos lucros de todos os moradores. Há algumas áreas sob o domínio do Clã, acessadas apenas no decorrer da história. Haverá também algumas tumbas escondidas por lugares da cidade mística.
Assim, se Shadow of the Tomb Raider apenas se parece com a terceira parte de uma única longa história, é porque realmente o é. O “Shadow” do título não é apenas uma referência aos combates, em que Lara torna-se uma ameaça quase invisível. Mas também ao tom da história. Ela não é mais a garota assustada do primeiro jogo e está mais ciente de suas habilidades, sendo até mesmo um pouco arrogante. Iremos testemunhar a conclusão de sua jornada de origem em setembro.
