Maneater é uma experiência agridoce no fundo do mar | Análise

Maneater, Tubarão

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Mais um simulador beirando o fracasso?

Anunciado na E3 2019, Maneater aparentava ser mais um simulador, aos tantos títulos genéricos já lançados, com uma experiência desagradável. Com uma premissa de controlarmos um tubarão, um shark simulator, nada de interessante foi apresentado e, particularmente, não depositei quaisquer expectativas.

Por outro lado, o game traz consigo um dos personagens muito bem representados nos cinemas, que nasceu em 1975, se tornando um clássico cult, o Tubarão. Este personagem ganhou muitas adaptações nos cinemas conquistando seu espaço dentro do gênero de terror e suspense por sua personalidade de caçador implacável e mortal. Dito isso, trazer um dos personagens mais queridos da cultura pop é um grande desafio que beira dois caminhos: o sucesso ou de mais uma fracasso.

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Em suma, Maneater promete uma experiência atípica de qualquer outra já criado nos games. Lançado em 22 de Maio para PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch, será que veremos mais um simulador genérico e desinteressante? Me acompanhe nesta análise e veja que achamos.

Muito mais do que apenas um simulador

Há quem diga que Maneater não é um shark simulator. No entanto, o título não nos coloca apenas na pele de um tubarão saindo para garantir a refeição diária. Maneater vai muito mais além de um mero simulador de tubarão. A priori, Maneater é um reality show que retrata o dia a dia dos caçadores de tubarões de uma localidade fictícia dividida em baias.

Maneater, Tubarão

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Pois bem, o game nos coloca no controle de um filhote de uma mãe tubarão que é violentamente assassinada por um caçador de tubarões. Ao invés de matar o filhote, o caçador poupa-lhe visando um embate futuro. E assim, começa nossa jornada em Maneater. Nossa motivação no título é nada mais do que a busca por vingança deste filhote de tubarão-cabeça-chata. Entretanto, há todo um contexto por trás desta jornada de vingança. Assim, nós jogadores somos levados a uma aula de cadeia alimentar no mais profundo ecossistema marinho evoluindo para chegar ao topo da cadeia alimentar e, enfim, alcançar nossa vingança.

Ademais, todo este contexto vem regado em forma de documentário ao melhor estilo Discovery Channel. Toda nossa jornada é narrada pelo o apresentador do reality onde o mesmo sempre deixa escapar um comentário para qualquer ação que façamos dentro do jogo. Em adição, juntamente com o locutor, a dublagem em Português do Brasil foi muito bem localizada representando fielmente o sotaque caipira do Texas e as famigeradas vozes forçadas das dublagens dos documentários das TVs fechadas. Em resumo, o modo história de Maneater vai te proporcionar uma ótima dose de conhecido e diversão.

Alcance o topo da Cadeia Alimentar e tenha sua vingança

Maneater, Tubarão

Se a profundidade na narrativa me surpreendeu, o gameplay foi além. Maneater é o que podemos chamar de RPG aquático repleto de objetivos secundários, além do principal, e um sistema de personalização simples e variado. Apresentado um mundo aberto bem modesto, divididos em regiões, cada local está recheado por objetivos que vão de pontos de interesses, espalhados pelo mapa, até confrontos com outras feras marítimas. Tanto os objetivos principais, quantos os secundários nos rendem minérios que serão responsáveis pela a evolução das partes do tubarão que poderemos customizar ao longo da jogatina.

Em paralelo, nossa jornada por vingança tem pela a frente uma lista de 10 caçadores líderes que devem ser eliminados conforme nosso nível e infâmia aumenta. Para isso, devemos devorar humanos e destruir barcos o que chamará a atenção dos caçadores de tubarões locais. Assim, quanto mais terror  você causar seu nível de infâmia aumentará e atingirá o nivel de infamia que cada Líder possui . Em termos comparativos, é basicamente o nível de reputação de Need for Speed: Most Wanted (2005) que voce deveria ter para alcançar os 14 membros da Blacklist.

Após cada confronto, com cada um dos caçadores líderes, você ganha uma recompensa para equipar em cada uma das partes de seu tubarão. Cada um destes equipamentos possuem níveis de evolução representados por cores e graus ao melhor estilo Destiny. Portanto, todo este aspecto de RPG torna o título denso e profundo proporcionando uma experiência diferenciada para cada jogador. Caso você queria um tubarão mais veloz, o evolua com partes que o tornem mais ágil. Mas se quiser uma fera mais robusta e que sofra menos dano, customize a fera com partes que o blinde.

Em suma, Maneater não deixa de ser um simulador de tubarões, mas a forma com que ele nos permite jogar é profunda e diversificada.

Uma experiência agridoce no fundo do mar

Maneater me surpreendeu em seu aspecto narrativo; na postura que se moldou aos aspectos de RPG; sobretudo, na ambientação do fundo do mar. Apresentando, um estilo gráfico Cel Shading, bastante voltado para o cartoon, o fundo do mar e a vida que permeia essa realidade alternativa da vida terrestre é muito bem representada. Cada local possui uma fauna e flora específica tornando o fundo do mar uma palco de diversidades de espécies de peixes desempenhando seu papel natural.

Em contrapartida, com todos estes pontos positivos, Maneater apresenta uma experiência agridoce. Sabe algo que é bom e ao mesmo tempo é ruim, isso é ser agridoce. O título nos surpreende em muitos aspectos os quais citei acima, porém há falhas que colocam à prova todos estes acertos. O título sofre com inúmeras quedas nas taxas de quadros, principalmente, quando estamos confrontando os pescadores. Outro detalhe lamentável é a câmera. Novamente, durante os confrontos a câmera não fixa nos inimigos e também não consegue acompanhar os movimentos que o tubarão faz ao se esquivar. Assim, a experiência que se baseia em confrontos é prejudicado por estes dois fatores.

Em suma, Maneater tirou o coelho da cartola e surpreendeu por sua proposta atípica e longe dos famigerados simuladores. No entanto, os problemas relacionados a câmera e a instabilidade nas taxas de quadros foi seu calcanhar de Aquiles. Mesmo assim, o título não deixar de ser, na minha opinião, as surpresas de 2020.

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