Pela primeira vez desde que lançou Mortal Kombat 9, a Netherealm levou mais de 2 anos para lançar um novo jogo, e desta vez com Mortal Kombat 1 em uma nova era. Após os eventos de Mortal Kombat 11, tudo era um pouco nebuloso sobre para onde a história iria – eolha que estamos falando de história em um jogo de luta. Afinal, a Netherealm foi pioneira em contar uma narrativa neste gênero de jogo, e com maestria.
No entanto, após tantos anos, o estúdio achou que é hora de dar novas origens para os personagens da franquia e reiniciar a linha do tempo. Ao menos é o que o novo jogo promete fazer, utilizando os poderes do deus do fogo, Liu Kang. Mas afinal, Mortal Kombat 1 é tudo isso mesmo?
Uma nova era? Quase isso…
Liu Kang refez os universos e resetou a linha do tempo em Mortal Kombat 1. O jogo começa com um grande Big Bang e o próprio Liu Kang explicando tudo que ele fez até chegar aqui. Segundo ele, seus poderes permitiram criar e preencher de vida cada um dos universos, mas o que cada um desses seres vão fazer para manter a paz e a harmonia só dependem deles. Assim, claramente Mortal Kombat 1 dá sequência aos eventos pós vitória de Liu Kang em Mortal Kombat 11 e determina que agora, na nova era, todo mundo tem uma nova chance.
A história de Mortal Kombat 1 é boa, entrega o formato habitual da Netherealm de contar histórias e nos apresenta uma nova era de personagens já conhecidos no universo de Mortal. Contudo, como toda história de linha do tempo, nem tudo que a gente vê faz sentido e, em um determinado momento, a história (na minha opinião), se perde demais. Não há como descrever os motivos sem dar spoilers, então não vou detalhar o motivo de eu achar que a história é apenas boa, quando poderia ter sido incrível.
No entanto, fica a sensação de que MK1 foi uma oportunidade perdida pela Netherealm e que ainda poderá servir de alicerce para uma nova era. Talvez um DLC como o Aftermath de MK11 esteja a caminho. Saberemos em breve.
Gráfico, som e muito sangue!
Mortal Kombat 1 é um jogo lindo, principalmente se compararmos os cenários do novo jogo com os de Mortal Kombat 11. Embora os personagens talvez sejam mais simples que antes, artisticamente falando é um salto muito grande em comparação com qualquer jogo de luta. Existem muitos efeitos e claro, muito sangue. Talvez esse seja o jogo que tem os fatalities mais pesados e que até mesmo geram um repúdio, algo que em MK11 não existia dado ao estilo artístico. Mesmo assim é Mortal Kombat e é isso que a galera quer ver, saaaaangue!
Os cenários são os grandes destaques, com variação de horário e ambientes muito profundos, com diversas coisas acontecendo. Mortal Kombat 1 brilha em sua tela por conta dos cenários e espero, de verdade, que possamos receber mais deles durante o tempo de vida do game. Além disso, a trilha sonora e os efeitos de som são impecáveis, um dos melhores trabalhos do gênero.
É fato que a Netherealm realmente teve um cuidado especial aqui. No Brasil, a dublagem é do mesmo time de Mortal Kombat 11 e traz, inclusive, os mesmos atores – e o resultado é excelente!
Modos de jogo, o grande problema de Mortal Kombat 1
Mortal Kombat 1 traz de volta o modo história, como mencionamos acima, mas também traz o substituto da Krypta, o modo Invasão. Neste modo, o jogador entra numa espécie de jogo de tabuleiro e enfrenta os perigos de uma força invasora. Na primeira temporada é Scorpion o grande inimigo. No entanto, neste modo a história não é canônica, ou seja, não tem ligação real com a linha do tempo que o jogo se passa.
O gameplay do modo é bem repetitivo. Você vai passando por cada um dos pontos do tabuleiro enfrentando adversários controlados pela CPU. Porém, as partidas são cheias de modificadores que atrapalham seu gameplay e transformam tudo em algo muito randômico. Já o adversário pode ter armor de repente, também trazendo uma sensação de que é meio chato. O modo invasão poderia ter inimigos mais inteligentes e mais desafiantes, ao invés de tudo isso. Contudo, o modo invasão tem uma certa profundidade, com locais difíceis de acessar que dependem de o jogador encontrar a tarefa que precisa ser concluída. Então, muita gente pode gostar e se dedicar a ele.
Por sua vez, o modo online traz a adorada Kombat League, um dos maiores acertos de um jogo de luta que já vi. A temporada agora dura mais tempo, assim como é mais difícil de evoluir do que era antes. As lutas agora são FT3, o que faz com que os Kombates sejam bem mais longos do que antes, além de não permitir que os jogadores alterem suas seleções de personagens durante as partidas. A única coisa que você poderá mudar é o Kameo. No mais, os demais modos são todos voltados para jogar Vs com amigos offline e treinamento.
Gameplay é onde Mortal Kombat 1 realmente brilha
Há cada novo jogo, a Netherealm evolui de forma consistente o seu jeito de jogar um jogo de luta e ainda permanece com seu DNA, o que é muito positivo. Mortal Kombat 1 traz uma mistura de muitas coisas que deram certo durante a história do estúdio, com uma sentimento de Mortal Kombat 9, algumas coisas do X, como o Breaker (que usa o Kameo como aliado) e bloqueio perfeito do 11. Contudo, é fácil perceber diversas coisas vindas diretamente de Injustice 2. Mesmo assim, existem tantas coisas especificamente de Mortal Kombat 1 que podemos ver tudo como uma bela evolução.
Agora, você tem que ter muito cuidado com a maneira que você se movimenta, pensar duas vezes antes de pular e muito mais. Os demais jogos da NRS também tinham isso, mas em doses menores. Mortal Kombat 1 é um jogo que favorece quem pensa, embora ainda ajude bastante quem aperta botões sem pensar.
Não apenas isso, mas os Kameos são a grande novidade e entregam um gameplay inédito na franquia. Agora você pode começar um combo e aumentá-lo usando a ajuda dos Lutadores de Parceria, os “parças” como eu venho chamando há um tempo. Assim, escolher bem seu Kameo é um dos primeiros passos para as vitórias. Como o jogo traz 23 personagens selecionáveis e 15 Kameos, existem muitas formas de se jogar MK1. Balancear tudo isso será um grande desafio para a NRS e espero ver o jogo com bastante tempo de suporte.
Conclusão
Mortal Kombat 1 poderia ser um jogo melhor se pensarmos no pacote que a Netherealm entregou. O modo história é o de sempre, com momentos realmente excelentes e outros nem tanto assim. O modo invasão vai cansar a maior parte dos jogadores bem rápido, a não ser que tenha grandes novidades ou recompensas nas próximas temporadas. Contudo, é no modo online e no gameplay que o jogo se sustenta e deve durar bastante tempo.
Embora tenha levado 4 anos para ficar pronto, algo atípico na história da Netherealm, o resultado final é mais sobre qualidade que chegou do que sobre a falta do que não veio. Mesmo assim, o gameplay é excelente e, se bem balanceado nos próximos meses, poderá agradar demais os jogadores mais exigentes e ser uma boa entrada para novos gamers que pensam em jogar jogos de luta ou da franquia. Assim, diante de tudo isso, Mortal Kombat 1 é Nota 8.
