Crítica | O Mecanismo (Netflix) – Um Tropa de Elite da Lava Jato

Compartilhe

Antes de começar o texto é interessante ressaltar que não foi avaliado nenhuma questão política da série. Eu, redator do texto, procuro, por questões pessoais, não tratar de assuntos políticos. Portanto, não verás aqui qualquer crítica política. Mas sim critica a série.

Em meio a polêmicas políticas e agitações por todo o país por conta das corridas eleitorais, a Netflix lançou essa a série O Mecanismo que retrata as primeiras fases da Operação Lava Jato. Essa operação é considerada a maior investigação de corrupção da história do país. A série utiliza nomes fakes para retratar personagens da vida real. Além disso, ela também coloca alguns outros temas no enredo para que possa desenrolá-lo melhor. Isso é mostrado no início de cada episódio para que, além de distanciar-se de possíveis processos, possa brincar com a mente das pessoas que ficam entre o que é realidade e o que é ficção. Contudo, seria isso suficiente para atrair atenção do público? Vejamos logo abaixo.

Trama confusa e envolvente

- PUBLICIDADE -

Assim que a série se inicia, a primeira sensação é de que fomos jogados em uma piscina de água fria. Isso por quê a coisa já começa no meio de uma investigação. Investigação essa que acaba desaguando na Lava Jato. Marco Ruffo, delegado da Policia Federal, é um dos personagens principais da série e está junto de sua pupila, Verena Cardoni, atrás de um doleiro, Roberto Ibrahim. O policial conta com a ajuda do Ministério Público para que isso dê certo. Entretanto, acaba vendo das piores formas que seus planos não saem como ele imaginou, e acaba enlouquecendo nesse processo. Toda essa loucura dele acaba culminando em um dos melhores plot twists da série.

Toda essa trama pode muito bem ser comparada a Tropa de Elite. Isso não é nenhuma surpresa já que José Padilha, um dos responsáveis pelos dois filmes, é responsável pela série. A forma como os diálogos são desenvolvidos são quase as mesmas. Só que em determinados momentos, os atores falam exageradamente baixo. Isso me forçou a ouvir a série com um volume um pouco mais alto que o habitual.

“Em diversos momentos da série me vi forçado a, enquanto a história ia rolando, pesquisar determinado fato no celular para ficar a par do assunto. Isso prejudicou um pouco a minha experiência com ela.”

Outro ponto é a confusão que você vai tendo à medida que o roteiro avança. Conforme a história vai se desenrolando, você vai sentindo-se cada vez mais penetrado nela. Porém, o roteiro em nenhum momento lhe explicará detalhadamente aquilo que está acontecendo. Em diversos momentos da série me vi forçado a, enquanto a história ia rolando, pesquisar determinado fato no celular para ficar a par do assunto. Isso prejudicou um pouco a minha experiência com ela.

- PUBLICIDADE -

Qualquer semelhança…

A série é baseada em momentos que aconteceram na vida real. A Operação Lava Jato é uma das operações de maior influência da história da Policia Federal. Ela envolve diversas pessoas influentes do Brasil. A Netflix, para evitar qualquer tipo de processo ou algo do tipo, evita colocar os nomes reais das pessoas e empresas. Isso acaba gerando algumas variações um tanto engraçadas, como Petrobasil e Miller e Brecht – Petrobras e Odebrecht respectivamente -.

Porém, a série não falha em trazer a personalidade dos que estão sendo retratados. Logo, podemos associar os personagens como João Higino e Paulo Rigo as suas contra partes do mundo real – ex-presidente Lula e Juiz Sergio Moro. Apesar de terem papéis um pouco fora dos holofotes, é interessante ver que a construção dos dois personagens não se afasta muito do que já presenciamos na vida real.

A série tem uma quantidade gigantesca de personagens. Somando-se a quantidade de informações, você mais uma vez terá um motivo para se sentir perdido em meio a tanta coisa. É recomendado que antes de você assistir, ao menos ler um pouco sobre o assunto Lava Jato. E ainda assim, quando assistir, ficar com uma colinha sobre quem é quem na vida real. Irá lhe ajudar bastante.

Acabou na melhor parte?

Fique tranquilo, não vamos lhe contar o final. Mas não espere que as coisas se solucionaram e que haverá um “viveram felizes para sempre” no fim. Por tratar um evento que ainda está acontecendo atualmente, era óbvio que a série não teria um final que encerraria de vez tudo. Mas da forma como as coisas se desenrolaram, o final acabar de uma forma abrupta é um balde de água fria para todos os que ficaram eletrizados com o desenrolar da trama.

Um ponto interessante é que enquanto o “evento Lava Jato” está acontecendo, outras coisas estão se desenrolando debaixo dos panos. Em uma das cenas é possível ver um vice presidente insatisfeito com as atitudes de sua companheira de chapa e pensando em como tirá-la do poder. Isso não é o único fato que daria para amarrar com uma 2ª temporada de o Mecanismo. Há outras coisas que ficaram no ar, pois caso haja uma sequência, nada será prejudicado. Contudo, o final acaba deixando você com um gostinho amargo na boca de que aquela não era a hora de acabar.

Portanto, O Mecanismo é uma série que em meio a tanta confusão, seja pelo assunto, roteiro ou quantidade de informações consegue ser boa. A impressão é que assim como Tropa de Elite ou Batman O Cavaleiro das Trevas, é uma série que você tem que assistir mais de uma vez para entendê-la por completo. O fato de abordar um tema polêmico em uma época de corrida eleitoral não prejudica o material da série, que trata de não pender para nenhum dos lados, mas sim mostrar os fatos como ocorreram, em sua maioria.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LIVES

TODOS OS DIAS

O melhor conteúdo do mundos dos Games para você! São LIVES diárias com os melhores jogos de luta, Últimos Lançamentos, Notícias, Temporadas da “Guerra das Torres (Mortal Kombat)” e da “Guerra das Ruas (Street Fighter)” com os melhores players do momento e muito mais! É só colar e mandar aquele “Salve”