Desde que foi prometido como um jogo de Day One no Game Pass, Scorn, da Ebb Software, carrega consigo uma grande responsabilidade: ser uma das bandeiras da plataforma este ano, considerando que é um dos únicos exclusivos do Xbox planejado para esses últimos meses.
Desde seu anúncio, Scorn sempre pareceu um jogo estranho. Muito vem da escolha artística baseada de H. R. Giger, que tem como um de seus trabalhos mais conhecidos a criatura do filme Alien. De fato, há aqui um universo medonho, cheio de formas estranhas e sombrias. No entanto, sempre foi difícil entender qual era a ideia por trás do jogo. Afinal, seria um survival horror, um FPS ou um jogo narrativo?
Pois bem, recebemos o game antecipadamente e, finalmente, temos a oportunidade de contar para vocês o motivo de Scorn ter me prendido tanto e, obviamente, se vale a pena jogá-lo. Porém, já adianto: Scorn não é um jogo para todo mundo.
Não há como saber o que ocorre em Scorn. Você precisará descobrir
Scorn coloca o jogador em uma situação estranha onde seu personagem não tem absolutamente nada. Seu corpo parece frágil, o ambiente inóspito e solitário. Assim, sem opção e sem guia, o jogador precisará entender sozinho o que fazer. Ou seja, não espere que Scorn te pegue pela mão. A experiência será difícil e árdua.
Sua única opção é explorar. Scorn não apresenta riscos reais no início da jornada, deixando muitas perguntas em nossas cabeças sobre o que estaria acontecendo ali. Então, após alguns puzzles, – alguns que inclusive lhe fazem questionar se suas escolhas são moralmente corretas – você entende que precisa sobreviver e sempre seguir em frente.
E, embora o jogo seja baseado em uma região bem grande, seus cenários são divididos em pequenas áreas que possuem seus próprios segredos e estilo narrativo. Dessa forma, diante deste mundo em ruínas com estruturas orgânicas misturadas com elementos mecânicos, é preciso superar os desafios e os grandes labirintos em busca de uma saída e, quem sabe, encontrar a verdade.
Scorn é lindo e horroroso ao mesmo tempo
Scorn é um jogo apenas da nova geração do Xbox e que também chegará ao PC. A versão que recebemos é a do Steam. O jogo não tem funções das placas GeForce, como RTX, DLSS e outros. Porém, pude jogar em 4K com o FidelityFX ligado. A GeForce RTX 3080Ti mostrou toda a sua força entregando um visual belíssimo, ainda que tudo no jogo se trate de coisas grotescas.
É como se todo o ambiente tivesse superfícies sujas e orgânicas, como peles em decomposição. Não há nenhuma explicação do motivo de você estar ali. Contudo, parece que você é uma das poucas criaturas vivas naquele ambiente, e assim o jogo segue por muito tempo. As coisas só começam a mudar quando você encontra outras criaturas. Algumas vivas, outras nem tanto e muitas delas perigosas. Por várias vezes você também será perigoso para criaturas que não lhe causaram mal algum. Estranho? Sim, mas espere para ver o quanto isso vai lhe incomodar.
Além disso, Scorn tem uma narrativa que precisa do ambiente que o game possui. Parece que estamos em um lugar que cheira a morte e que nosso personagem pode ser uma esperança – ou apenas um ser que vê de camarote o que restou de uma civilização. No ambiente, é possível ver a história ser contada através de estátuas e templos. No entanto, nada é explicitamente contado ao jogador.
Além disso, a câmera nunca sai dos olhos do “Scorn Guy”. O horror e a tentativa de sair vivo desse lugar estranho será visto por seus olhos e os dele.
Narrativa muito diferenciada
Levando em conta que o jogo não tem uma narrativa comum, será um baque para muitos jogadores entenderem Scorn. Não somente após finalizar o jogo, mas durante toda a jornada. Afinal, não se trata de um jogo de tiro e muito menos de terror. Scorn é um jogo onde sobreviver já não parece mais uma opção e, mesmo assim, você estará tentando.
As primeiras três horas de jogo são bem “vazias”. Ou seja, não temos inimigos para valer. Seu inimigo é o cenário, que tenta esconder de você sua saída. Então, em uma espécie de “Escape Room” gigante, você precisa entender os mecanismos do local e usar tudo ao seu redor a seu favor. Mesmo que para isso você tenha que ser brutal.
Então, após um determinado fato que ocorre na história do jogo, tudo muda. Sua luta passa a ser diferente e a sobrevivência contará mais do que encontrar uma mera saída. Mesmo com armas alienígenas, seus recursos são muito escassos e ficar sem vida ou balas é mais do que normal. Gerenciamento é tudo em Scorn.
Qual é a jogabilidade de Scorn?
Scorn vai do Walking Similator para Doom em pouco espaço de tempo. De repente, estamos diante de quebra-cabeças absurdamente complexos, mas que não tão difíceis como pareciam (ao menos eu consegui me virar bem e não travei em nenhum). Basta observar o que está ao seu redor e trazer de experiência outros jogos que você vai conseguir. Assim, os quebra-cabeças serão parte muito importante da sua jornada em Scorn. Todos são muito inteligentes e usam muito bem os cenários.
Contudo, após algumas horas e um fato horripilante que ocorre na história, passamos a ter acesso à armas. A partir daí, o jogo muda outra vez. Um fato interessante é que, embora as armas sejam alienígenas, elas se parecem com as mesmas armas que já jogamos em outros games. Porém, a forma de se conseguir balas e até mesmo utilizar as armas é bem original.
Mas nem tudo é perfeito. Como Scorn não tem tutoriais ou qualquer tipo de indicação sobre o que o jogador deve fazer, nem todo mundo vai entender como devemos usar as armas. Eu mesmo demorei muito para entender que eu tinha balas para a minha primeira arma. Afinal, nada é como estamos acostumados aqui e você entenderá apenas quando jogar. Dessa forma, vejo que faltou em alguns momentos um indicativo mínimo do que estava acontecendo na tela.
Agora, se a ideia dos produtores era realmente deixar o jogador à deriva e descobrir tudo sozinho, inclusive o que cada coisa significava, então conseguiram.
O som de Scorn é tenso e inquietante
Uma das coisas mais importantes em jogos que tentam criar uma atmosfera diferenciada é o som. Seja em músicas ou efeitos. Scorn acerta muito neste aspecto. Embora existam músicas durante a jornada, elas são raras. O game aposta em sons do cenário, de criaturas ou até mesmo do personagem principal para deixar o jogador tenso. Ao mesmo tempo, o som passa a sensação de vazio, de que aquele lugar não tem vida. De fato, é muito bem feito.
As criaturas, ainda que não sejam muito bem feitas, – graficamente falando e até mesmo em design – possuem sons esquisitos que nos deixam inquietos. É fácil perceber que tipo de criatura você vai enfrentar apenas pelo som. As armas também são interessantes neste aspecto, além de um elemento que não quero, de forma alguma, explicar para vocês para não entregar spoiler.
Conclusão – Scorn vale a pena?
Scorn não é apenas mais um jogo chegando no Game Pass. Scorn é um jogo que traz uma experiência atípica, medonha, questionável e muito bizarra. Se vale a pena narrativamente falando ou não, vai depender de como você entenderá o final do jogo. Eu achei que valeu, mesmo não tendo todas as respostas que eu gostaria. Contudo a jornada foi interessantíssima.
Definitivamente não é um jogo imperdível, mas traz um sabor de algo diferente e bem construído. Fiquei extremamente curioso para entender mais deste universo e o que se passa na cabeça dos produtores. Eu ficaria mais tempo explorando os grotescos cenários, mas as 8-9h de jogo foram bem aproveitadas.
Então, se você tem coragem de se jogar em um novo universo, mesmo que ele não seja lá muito convidativo, Scorn poderá ser seu jogo. No entanto, tenho certeza que Scorn não é para todo mundo, principalmente por incomodar demais em muitos aspectos.
Scorn chega em 21 de outubro de 2022 para Xbox Series X|S e PC.
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Uma resposta
JOGO MUITO DIFICIL DESISTI DEPOIS DE 15 MIN TENTANDO