Silent Hill: The Short Message – Review

A franquia Silent Hill passou por inúmeras mudanças ao longo dos anos. Inicialmente concebida como uma cidade amaldiçoada que materializava os maiores medos de seus habitantes, esse conceito foi gradualmente abandonado com jogos que se desviaram da ambientação original.

A partir do 4º título da série, Silent Hill 4: The Room, o conceito da cidade amaldiçoada ficou mais em segundo plano, enquanto novas localidades fictícias foram introduzidas e novos personagens ganharam destaque.

Mas e se Silent Hill fosse reinventado com um novo conceito? Em Silent Hill: The Short Message, a Konami transformou a franquia em uma representação de uma doença psicológica.

Após um retorno morno com a controversa experiência interativa em Silent Hill: Ascension, The Short Message marca um retorno bem-sucedido da franquia após mais de uma década. Apesar de sua curta duração, o jogo oferece uma experiência impactante.

Uma experiência diferenciada

Com um lançamento surpresa para PS5 durante o State of Play em 31 de janeiro, a Konami finalmente trouxe à tona um novo jogo da franquia, que há muito tempo era objeto de vazamentos e rumores na internet.

A história começa quando Anita, a protagonista, é convocada por Maya para investigar um prédio abandonado. Conforme ela adentra o local, eventos estranhos começam a ocorrer, revelando detalhes sobre a trama e a origem do edifício. Assim, conforme Anita continua em sua busca irresoluta por Maya, detalhes do passado começam a ganhar forma e revelam sobre que este novo Silent Hill se trata.

Explorando temas como depressão, suicídio e busca por validação, The Short Message é corajoso em sua abordagem, contextualizando esses temas na era digital.

Temas sensíveis e ambientes medonhos

O uso frequente do smartphone por Maya, enquanto procura por sua amiga e tenta resolver seus próprios dilemas com Amélia, traz uma autenticidade contemporânea à franquia, que até então havia se mantido alheia aos avanços tecnológicos.

Mas calma, ainda é Silent Hill. Todo o conceito de tornar tangíveis todos seus medos estão presentes neste jogo à medida que o mistério que rodeia Anita, Maya e Amélia assume o protagonismo nesta história de encontrar a si mesmo.

Em resumo, a narrativa de The Short Message é envolvente e carrega consigo uma mensagem profunda, oferecendo uma nova interpretação para o significado da franquia.

Enfrente seus pesadelos

Enquanto sua narrativa pesada se desenrola, o ambiente serve como uma alegoria para dar vida aos temas que a história quer entregar. Por se passar em um ambiente fechado e limitado, The Short Message se beneficia de uma excelente iluminação e uso de reflexos, como também de um esmero em dar detalhes a locais bagunçados e cômodos específicos, como quartos, salas e banheiros, por exemplo.

Ademais, uso de FMV (Full Motion Video) aparece para dar mais detalhes a narrativa e potencializar a atmosfera tensa que o título quer oferecer. Contudo, há umas ressalvas quanto às expressões faciais de Anita em momentos que exigem um alto nível de credibilidade – e não presenciamos isso.

Nos momentos de perseguição, a atmosfera atinge seu ápice, com corredores que se tornam cada vez mais bizarros e assustadores, relembrando a essência aterrorizante que consagrou a franquia Silent Hill ao longo dos anos.

Mas afinal, Silent Hill: The Short Message é tudo isso mesmo?

Silent Hill: The Short Message é uma grata surpresa para os fãs da franquia, que há mais de uma década aguardam por um novo jogo decente. Ao apostar em novos temas e explorar elementos digitais, este mais recente título da série traz autenticidade e muita personalidade à franquia.

Por fim, ao adotar uma abordagem que mergulha no aspecto psicológico, assim como Silent Hill 2, The Short Message se torna indispensável, especialmente por estar disponível gratuitamente para todos os proprietários de PS5.