Street Fighter 6 acerta em quase tudo e traz a redenção da franquia após os tropeços de SF5 – Análise | Review

Street Fighter 6

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Aprender com seus próprios erros e evoluir é uma das lições da vida. Também pode ser considerado um belo jeito de melhorar suas habilidades de luta. Mas nunca foi algo que encaixasse tão bem para um estúdio como encaixa para a Capcom. Com Street Fighter 5 a empresa viu seus fãs reclamando de tudo, desde o sistema de combate até o conteúdo oferecido no lançamento. No entanto agora com Street Fighter 6 o que vemos é a redenção. 

Eu gostei de Street Fighter 5 desde o começo. Mas hoje entendo que eu também estava errado. Novamente, a gente aprende com nossos erros.

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Com lançamento agendado para o dia 2 de junho para PS5, PS4, Xbox Series X|S e PC (infelizmente não chegará ao Xbox One), Street Fighter 6 vem repleto de conteúdo online, offline, acessibilidade e ótimas ideias. Mas existem alguns detalhes importantes que mostram que a Capcom pode estar olhando para a franquia de um jeito diferente da que você e eu olhamos.

Um jogo pensado para TODOS!

Se há algo que marca em Street Fighter 6 é a acessibilidade. É um jogo feito para quem tem habilidade em jogos de luta, com uma profundidade sensacional. Contudo, quem não entende de nada do gênero também terá diversas ferramentas que pegam pela mão, ensinam, mostram como tudo deve ser feito. Ou então simplesmente pode fazer tudo por você, como o controle dinâmico que só exige que você esteja apertando botões que as coisas vão acontecendo (apenas modo offline). Não podemos esquecer também de quem tem alguma deficiência, motora, visual ou de qualquer tipo. A Capcom pensou em todos nós, independente do que você precisa pra jogar o novo Street Fighter.

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O grande chamativo aqui é o controle Moderno e o Clássico. Particularmente prefiro o controle Clássico pois já tenho familiaridade com este tipo de gameplay. Contudo quem precisa ou opta por um jeito mais fácil, o controle moderno é um grande aliado. Acho até que a Capcom quer fazer desse tipo de controle o padrão do jogo. Ainda que eu não curta a ideia da maneira com a qual o controle moderno foi balanceado, por conter um dano muito robusto com pouco esforço, é inegável que a forma com a qual ele foi idealizado é incrível. Então se você tinha dúvidas se Street Fighter 6 é para você, saiba que o nível de customização aqui é altíssimo e haverá sempre um jeito de você jogar da forma mais confortável possível.

A história de Street Fighter 6 é contada em uma Volta ao Mundo com o modo World Tour

Street Fighter sempre foi sobre a busca do mais forte e para isso não haviam barreiras. Lutadores do Japão lutando contra americanos, que por sua vez lutavam contra africanos ou brasileiros. O conceito do que é o encontro destes lutadores foi evoluído para um modo de jogo robusto, longo e lotado de conteúdo. O Modo World Tour é praticamente um jogo a parte, uma espécie de Yakuza da Capcom com a verdadeira história do jogo. Embora os personagens clássicos praticamente não tenham importância alguma na lore, a medida que você joga e entende que o foco aqui é o “novo”, poderá se divertir bastante com a história. Ela não é incrível, não vai te marcar, mas pode trazer altas horas de diversão.

Porém o grande chamativo do modo World Tour é o fato de ele ser uma espécie de RPG de ação. Você cria seu personagem do seu jeito, compra roupas, comida, melhora seus equipamentos e sai pelo mundo em busca de novos mestres. Desta forma, além da história que o jogo quer contar, você também conhece diversas camadas de histórias relacionadas a cada um dos personagens do roster principal do game, composto por 18 lutadores. Será que cada um deles pode se tornar um Mestre de sua jornada?

Customizando seu próprio arsenal de habilidades 

Ainda no modo World Tour podemos customizar nosso personagem com golpes diferentes, sendo possível ter habilidades do Ken, Ryu, Blanka, Zangief, Guile, Marisa em um único personagem. O único limitador aqui é que se o comando tem o mesmo formato, entra em conflito com algum outro golpe. Uma meia lua pra frente e soco vai conflitar com uma meia lua pra frente e chute. Assim é necessário escolher bem que golpes você vai utilizar. Em cada estilo de Mestre que você conquista você pode criar um “setup” de habilidades. É o estilo do mestre que determina que tipos de golpes normais seu avatar terá.

Conforme você sobe de level no melhor estilo RPG, pode evoluir sua árvore de habilidades e aumentar a vida, força do soco, do chute ou qualquer outro aspecto de seu personagem. Street Fighter 6 realmente é sobre ser você mesmo enquanto busca o significado do motivo de ser forte. 

E o que dizer de Kuzu? Ahhh Kuzu será um personagem secreto de nossas vidas, para você ou para mim. Sua jornada poderá levá-lo até ele. Ou ele poderá levá-lo até sua jornada.

Faltou atenção com o que tornou Street Fighter uma franquia muito amada por todos

Embora o modo World Tour seja muito divertido, longevo e cheio de boas ideias, easter eggs e personagens, a Capcom vacilou feio em um aspecto: seus personagens mais clássicos. Ainda que cada um dos lutadores tenha cenas lindas de apresentação, as histórias contadas sobre eles são muito fracas. Toda a atenção em termos de história vai para nosso personagem e seu “rival”, Bosh. A história não é ruim, longe disso, mas simplesmente ignora a existência de vários personagens que são de suma importância para a saga. Cronologicamente o game se encaixa após o terceiro game, uma vez que Street Fighter 4 e 5 se passam antes do 3. No entanto não há nenhuma ligação com aquele mundo de Street Fighter 3, além de ligeiras menções.

Eu realmente fiquei decepcionado pelo rumo que a história estava tomando e como ela deixava nossos queridos personagens tão distantes de tudo que estava acontecendo. Quando eu finalmente entendi que não teria volta, a história era sobre a “nova geração”, mesmo que não faça uso total dessa nova geração, eu comecei a curtir mais a história. Porém o sabor amargo de que nossos queridos personagens foram deixados de lado permanece. Espero de verdade que em algum momento usando o próprio World Tour com missões novas, isso possa ser sanado. 

A realidade é que a Capcom tem um diamante na mão com esta nova ideia e nova forma de contar uma história de um game de luta. Mas precisa lapidá-lo melhor.

Mais modos offline 

Enquanto Street Fighter 5 trouxe um jogo voltado para o modo online, Street Fighter 6 muda tudo e agora entrega o que faltou em 2016. Todos os modos de jogo offline de SFV estão presentes no 6 com a adição do Batalha Extrema, que é uma grande ideia. Você poderá escolher entre jogar um versus CPU ou humano, partidas 1×1, partidas em equipe, Treino, Guias, Tutoriais desde o mais simples até altos combos e por fim o modo Arcade. Assim o modo Fighting Grounds é um dos lugares que os jogadores mais visitarão em sua jornada.

O modo Arcade me hypou bastante, pois diferente de Street Fighter 5 que precisou trazer esse modo enquanto o game já estava no mercado, Street Fighter 6 poderia entregar algo de grande valor no começo da vida do game. Imaginei então que teríamos muitos formatos de bônus, um chefe mirabolante e qualquer nova surpresa. Não é o que acontece e o modo Arcade é muito superficial. Infelizmente também me decepcionou bastante e não devo jogar muitas vezes mais neste modo. 

No geral os modos offline de Street Fighter 6 são mais do que suficientes para passarmos muitas horas. Só no modo World Tour eu levei mais de 20h para concluir com diversas missões paralelas por fazer e existem várias. O único escorregão é a falta de história dedicada aos velhos personagens e a lore da franquia.

Como se joga Street Fighter 6?

Falamos muito a respeito disso por diversas vezes, mas nunca é demais repetir. Street Fighter 6 apresenta um novo sistema de combate chamado Drive System. Com ele é possível usar muitas habilidades novas. Este novo sistema substitui o V-System de SFV e adiciona muitas camadas de estratégia e execução. Através de uma barra com 6 níveis, chamada barra de Drive, podemos executar ações como: Drive Impact, Drive Parry, Drive Rush, Drive Reversal e Overdrive. Este último permite amplificar um golpe especial sem precisar usar a barra de Critical Art. Então com isso podemos fazer combos inimagináveis em SFV, que consumia barra de Critical Art ao amplificar algum golpe. 

O novo sistema é muito mais justo que o V-System de SFV, uma grande novidade para Street Fighter 6 em comparação com seus concorrentes e uma nova forma de se jogar um game de luta. Porém é preciso ficar ligado no uso dessa barra de Drive, pois se ela acabar o lutador entra em burnout, ou seja, fica esgotado. Até que a barra se recupere leva muito tempo. Tempo o suficiente para que uma luta seja decidida.

Gameplay e Game design impecáveis!

Street Fighter 6

Street Fighter 6 é praticamente tudo que um fã de Street Fighter pediu para um jogo da franquia em termos de gameplay. Existe toda a profundidade que um jogo da saga precisa ter, com espaçamento, footsies, execução e muitas possibilidades diferentes de se jogar. Todos os personagens são incríveis, desde os mais conhecidos e menos modificados, como Ryu, até os mais novos e totalmente surpreendentes como Jamie e Kimberly. A sinergia que existe entre o Gameplay oferecido pelo novo sistema de combate e o Game Design de cada personagem, aliado ao Game Design geral do título é surpreendente. 

Tudo isso, junto ao poder dos videogames de nova geração e PC (não pudemos testar a versão PS4 ainda), entregam uma experiência rápida, imersiva e viciante. Até mesmo jogar contra o CPU é um desafio excelente pela maneira que a máquina se comporta. Com o novo formato de ranking online, onde cada personagem terá um ranking separado, a Capcom incentiva que os jogadores experimentem mais e entendam mais de cada um dos personagens. E aviso: cada um deles tem suas próprias formas de jogar e todas são excelentes e divertidas de aprender.

Online maravilhoso e um exemplo para o mercado

Street Fighter 6

Street Fighter 6 acerta demais no modo online com rollback netcode, o melhor sistema de comunicação para jogos de luta que existe no momento. Assim, todas as partidas são muito fluidas, mesmo com jogadores muito distantes. Joguei contra americanos e europeus enquanto revisava o game e a experiência foi perfeita. O modo online de Street Fighter 6 rompe barreiras e torço para que a Capcom consiga manter essa qualidade durante todo o tempo de vida do jogo.

Podemos jogar online via Battle Hub, que também traz dentro dele mesmo outros games clássicos da Capcom e o Batalha Extrema online. Mas o grande “tchã” está no sistema de fliperamas, que não é novidade e já vimos em jogos da Arc System Works. No entanto, em Street Fighter 6 é melhor, mais intuitivo e realmente funciona.

Infelizmente não pude testar o modo online via Fighting Grounds, que se assemelha muito ao sistema de Street Fighter 5 e outros games, puramente pela falta de jogadores, uma vez que o servidor foi aberto apenas para quem estava avaliando o game. Então lembrem-se que esse review é sobre a experiência que eu tive durante esse pré-lançamento e todas as vezes que pude jogar SF6.

Street Fighter 6 por pouco não é nota 10

Street Fighter 6 é perfeito quando o assunto é jogo de luta. Talvez seja o mais bem elaborado jogo do gênero e o posiciona muito bem para a nova leva de grandes produções, como MK1 e Tekken 8 que também estão chegando. No entanto erra em uma parte que para muitos não fará muita diferença, mas para mim fez: sua história. Ela é boa, mas não é marcante, ou não é o que Street Fighter 6 merecia ou poderia ser. Com tantos personagens icônicos e tantas histórias para contar, eu realmente não entendo o motivo de terem direcionado a lore para outra direção, que ainda é legal, mas não é memorável. Talvez no futuro com conteúdos extras possa se tornar algo assim.

No mais, Street Fighter 6  é sinérgico, viciante e lindo! A trilha sonora é empolgante em todos os aspectos e o roster inicial é cheio de atitude e personagens que serão a via de muitas horas de diversão para cada jogador que decidir se dedicar ao jogo. Como grande fã da franquia, eu não poderia estar mais feliz e ansioso para ver as cortinas (servidores) se abrirem no dia 2 de junho.

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NOTA 9

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