Estamos chegando na reta final da 8ª temporada de The Walking Dead. Definitivamente não parece que veremos um fim para o arco atual. Negan e Rick estão estranhamente desconectados da guerra que estão travando há tempos. O vilão traça um caminho de redenção, reforçado pela revelação de seu passado. Faltam mais dois episódios e as coisas devem esquentar ainda mais. Mas se há um fato, na minha opinião, a ser levado em conta é que a série melhorou muito.
No episódio 14 da 8ª temporada de The Walking Dead vimos diversos paralelos que a série construiu durante tantos anos. Carol indo contra algumas crenças que ela criou, o mesmo vale para Rick. Morgan, de longe um dos melhores personagens desta temporada, também amargura seu atual estado. Tudo por conta de Henry. O garoto parece que agora vai perder um pouco de importância. No entanto, já marcou neste 8º ano da série.
Pai e Mãe?
Morgan e Carol são quase como pai e mãe para Henry agora. Carol não acreditava mais que a humanidade do garoto pudesse prevalecer sobre sua ira. Após ele desaparecer, Morgan e Carol imaginavam que iam encontrar um cadáver. Ambos perderam seus filhos, e ver Henry morto seria demais para eles. Mas Carol é chacoalhada por Ezekiel, que diz que ela estava se acovardando. E diante dos fatos, uma coisa que Carol não é, é covarde.
Como desculpa, ela diz que vai acompanhar Morgan para ficar de olho nele. Totalmente maluco, o cara do bastão anda vendo pessoas mortas e até mesmo vivas, como se tivessem mortas. É o caso de Henry, que aparece na imaginação de Morgan como um morto vivo. Essa dúvida de como deve agir faz de Morgan um personagem que se encaixa perfeitamente na série. Ele diz que não morre, como que em um protesto por estar vivo, enquanto sua família toda já se foi. Ou fazendo alusão ao fato de que quem morre, se levanta.
Enquanto isso, Carol encontrava Henry e víamos o irmão da atriz que fazia Sofia, encontrar em Carol uma espécie de mãe. Como o mundo dá voltas.
Negan e a verdadeira história de Lucille
Um dos acontecimentos mais estranhos dos dois últimos episódios foi Negan e Jadis. Ela não existe nos quadrinhos, mas parece ser a ferramenta dos produtores para começar a redenção de Negan. O vilão já não parece tão mal assim. Simon é hoje alguém mais maligno que ele. Com uma conversinha aqui e ali, Negan convence a dona do Lixão que eles têm algo em comum. E assim, sai ileso de uma situação que poderia ter sido facilmente a sua morte.
Estranho também foi ver que Negan, amarrado, achou fotos, arma e um sinalizador. Uma saída fácil para um roteiro corrido. Mas passou. Porém, depois de todo o ocorrido, ele não perguntou nada para Jadis sobre o helicóptero que apareceu no local. Não é possível que ele não tenha ficado curioso.
E quem foi que Negan encontrou em seu caminho em direção a casa dos Salvadores? Tenho quase certeza que era a moça que escapou quando Dwight atacou seus próprios companheiros. Ela é a única que sabe do que ocorreu e que tem certeza que o cara queimada mudou de lado. Provavelmente Negan tenha uma boa dose de maldade guardada para ele e Simon agora.
Furious Rick, o mais perigoso personagem de The Walking Dead
Se há um cara que não mede esforços para matar, é Rick. Como um viciado, ele parece alguém que precisa liberar sua raiva. Sem ler ainda a carta que seu filho o deixou, parte em busca dos Salvadores que escaparam de Hilltop. Quando tudo parecia partir para o lado ameno, houve uma reviravolta e tanto. Rick não é quem costumava ser há tempos. Aquele Rick que enfiou um facão na cabeça de quem fazia mal para a sua família na prisão. Que matou tantos outros a sangue frio. Um cara implacável. Agora, com Carl morto, ele parece não temer a morte. A gente vê Rick como alguém do bem, mas ele é um cara que defende o dele. E só. E definitivamente parece que a morte do filho bateu forte no coração dele. Caiu a ficha.
Mesmo após prometer que poderia levar os Salvadores que estavam vivos para Hilltop, ele os matou. Confesso que não esperava por aquilo. Mas num ambiente onde há Rick e Morgan, só poderia haver sangue. Quando o ex-policial ler a carta de Carl, pode contar que ele vai desabar. Afinal, tudo que o filho pediu, ele fez o contrário.
Vale lembrar que nos quadrinhos Rick começa a ver que é hora de mudar por conta própria. Não é preciso ver alguém morrendo para isso. Ele já havia presenciado muitas mortes. Mas na série, Carl parece ser a forma mais acertada de forçar uma mudança no protagonista.
Oi Sumidos!
Com tantos personagens bons na mão, a produção da série parece estar se perdendo apenas em uma coisa: no tempo de tela de cada um. Maggie e Daryl aparecem de vez em quando. Maggie está grávida desde o começo da 8ª temporada e não sabemos ao certo quanto tempo se passou. Mas é fato que está faltando uma barriguinha ali. O contrato da atriz ainda não foi renovado. Então, é estranho que sua personagem não tenha aparecido mais vezes. Será que já estão pensando em tirá-la realmente da série?
Daryl é um cara muito importante para ficar encostado. Vez ou outra ele tem algum destaque. Mas essa história paralela que ele desenvolve com Tara já cansou. Há uma rivalidade dele com Dwight. Mas isso precisa ser evoluído para ter mais sentido. Ao menos, tudo indica que no próximo episódio ele vai ter mais tempo na tela.
Enfim, The Walking Dead parece trilhar um bom caminho. Vejo que a 8ª temporada vai ser finalizada com um clímax inesperado. Em uma série onde a audiência quase estava desistindo de ver, é um grande negócio. Resta saber para onde iremos depois da guerra contra os Salvadores. O que é aquele helicóptero e o que mais a série tem guardada.
