Yakuza: Like a Dragon é início de uma nova era para a franquia |Análise

Yakuza: Like a Dragon

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Uma quebra de paradigmas na franquia Yakuza

Nascida em meados dos anos 2000, mais precisamente em 2005, a franquia Yakuza nos ensinou mais da cultura japonesa, sobretudo dos ritos e dilemas da máfia Yakuza. Assim, ao longo dos anos, esse exclusivo de PlayStation se tornou uma das franquias mais adoradas no Japão e esse reconhecimento, naturalmente, atingiu o ocidente.

Deste modo, após 15 anos sendo um dos grandes exclusivos de PlayStation, a franquia Yakuza entra em uma nova Era. Assim, em 2020, um novo título da franquia chegou pela a primeira vez em outras plataformas. De fato, algo inédito dentro da franquia. Portanto, Yakuza: Like a Dragon chegou ao Xbox Series, Xbox One e PC, via Game Pass, e PS4 no dia 10 de Novembro de 2020. Lembrando que o game teve seu lançamento, primeiramente, no Japão em 10 de Janeiro de 2020 para PS4. Por fim, o título chegou no PS5 no dia 2 de março de 2021.

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Dito isso, a chegada de um novo Yakuza no ocidente, não apenas no console da Sony, mas no PC e no Xbox, foi de fato o início de uma nova fase para a franquia. Em adição, Like a Dragon é o primeiro título da série que fez jus às legendas e ao idioma em português do Brasil. Por esse motivo, nós do Combo Infinito decidimos analisar o game após a chegada desta localização em PT-Br dentro do game. 

Eu me chamo Jão, e se você quiser saber mais sobre Yakuza: Like a Dragon, se ele é ainda um game digno da série ou suas inovações – como combate por turno e um novo personagem – o distanciou do legado que a franquia deixou no mundo dos games, confira minha analise abaixo:

A Yakuza não é mais a mesma nos dias atuais

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Ao longo dos seis títulos anteriores, nos familiarizamos com toda a disciplina, os ritos e os dilemas da máfia da Yakuza. Assim, essa temida máfia ao longo dos seis games nos apresentaram uma visão intimidadora e de total respeito. Contudo, em Like a Dragon, essa visão deixa de existir com a entrada da globalização e por motivos internos dentro da organização.

Assim, como muitos trailers já mostraram, Ichiban Kasuga, o novo protagonista, foi preso e saiu após cumprir sua pena. Dito isso, após sua saída da prisão – por motivos que você mesmo terá que descobrir quando jogar – ele se encontra em uma Kamurocho dominada pela tecnologia e não mais pela Yakuza. Esse choque de realidade em Ichiban põe em jogo suas origens, suas crenças e tudo aquilo que ele um dia trouxe como dogma da respeitada máfia.

Portanto, Yakuza: Like a Dragon é uma quebra de tudo aquilo que a série nos ensinou ao longo de seus seis títulos. Assim, não só Ichiban, mas nós também, sentimos esse choque de realidade. Por fim, há também um choque cultural dentro do novo título, já que a jornada de Kasuga se inicia em Kamurocho e rapidamente nos leva a Yokohama. Em Yokohama, a Yakuza não fez morada, mas seu legado e sua atual situação é bastante comentada e às vezes contrariada pelas máfias locais. De todo modo, para quem acompanhou a jornada de Kazuma Kiryu e conheceu cada canto da badalada Kamurocho, Yokohama será uma experiência exploratória tão boa quanto foi em Kamurocho.

Inchiba Kasuga é o novo rosto da franquia Yakuza

Yakuza: Like a Dragon

Yakuza 6: Song of the Life pôs um fim na jornada de Kazuma Kiryu na franquia. Embora com seu “jeitão” de poucos sorrisos, Kiryu nos conquistou por sua lealdade e bondade sempre demonstrados aos longos da franquia. Pois bem, o novo game da série trouxe um novo protagonista cheio de carisma, engraçado e cheio de bondade em seu coração. Ichiban Kasuga era membro da Yakuza, cuja sua história é sinônimo de lealdade. Kasuga consegue nos conquistar dos primeiros minutos até o final de sua jornada.

Este personagem, mesmo com suas brincadeiras, sempre traz uma lição de vida por trás de cada evento a qual se vê envolvido. Em adição, seu senso de justiça e empatia com o próximo é uma das grandes lições que aprendemos ao longo do jogo. Além disso, vivenciar seus conflitos pessoais e ideológicos é o suficiente para nos apegarmos ainda mais por índole como um membro da Yakuza. 

Por fim, além de Ichiban, temos sua trupe composta por: Nanba, Adachi e Saeko. Estes três coadjuvantes na jornada de Kasuga, só engrandecem o enredo e despertam nossa empatia com cada um dos respectivos, cada qual tem sua característica, temperamentos e sentimentos que quando juntos trazem momentos hilários e de muita ação. Em suma, Ichiban de forma natural e bem desenvolvida conseguiu se tornar o novo rosto nesta nova fase da franquia Yakuza. Por fim, o diretor da série garantiu que Like a Dragon é apenas a primeira das inúmeras aventuras que Ichiban Kasuga terá dentro da franquia. Sendo assim, podemos esperar uma jornada tão boa quanto Like a Dragon.

Como manter a qualidade e a constância de uma franquia sem torná-la desgastada? Yakuza: Like a Dragon mostra como.

Yakuza: Like a Dragon, embora com todas suas inovações – bem positivas, por sinal – não deixou de ter sua estrutura que conhecemos desde o primeiro título para PS2. Assim, os famosos diálogos in game com legendas – onde você dá continuidade a conversa apertando o botão “X” – permanecem neste novo título. Ademais, todas as alegorias que sempre estiveram nos títulos anteriores, como restaurantes, mini-games e afins, continuam com suas devidas funcionalidades.

Yakuza: Like a Dragon

Mas afinal, como Yakuza consegue manter sua qualidade trazendo os mesmos elementos que vimos ao longo dos 15 anos de franquia? A fórmula de sucesso e que torna a franquia renovável e reciclável ao longo de tanto tempo é de nos surpreender em aspectos que previamente achamos previsíveis. Além de trazer uma nova história envolvente e bem desenvolvida, Like a Dragon traz uma direção de câmera, de fotografia, roteiro, dublagem e atuações impecáveis que nos imerge e nos deixa profundamente conectados com cada uma das histórias contadas tanto nas missões principais, quanto nas secundárias. Dito isso, é incrível presenciar eventos secundários tão bons e profundos que vão desde um “mijão”, que vem poluindo as águas de Yokohama, até um dono de uma loja de penhores que sofre com a perda de sua amada esposa.

Portanto, presenciar essa criatividade sem fim da SEGA é a certeza que sempre nos surpreenderemos a cada novo título da franquia Yakuza.

Uma nova era para a franquia Yakuza

Não há como negar que Like a Dragon é o início de uma nova Era para a franquia. Primeiramente, temos que evidenciar que este novo título é o primeiro a chegar em outras plataformas, além do PlayStation. Assim, termos a possibilidade de jogar um novo Yakuza no  Xbox (Series ou One) e no PC é uma quebra de paradigma – e quem só tem a ganhar com isso são os jogadores. Em adição, os seis títulos anteriores da franquia chegaram também aos consoles Xbox e ao PC, via Game Pass. De fato, essa emancipação só tem a beneficiar a série com uma maior propagação e visibilidade que apenas o Game Pass é capaz de fazer.

Por fim, também pela primeira vez, jogamos um Yakuza com idioma e legendas em Portugues do Brasil. Vale destacar que a série não era tão conhecida aqui no Brasil por falta do nosso idioma em seus títulos. Porém, Yakuza: Like a Dragon é o início de uma popularização desta série em nosso território.

Além disso, Like a Dragon trouxe pela primeira vez o combate em turnos. Tal atitude gerou muito ceticismo dos fãs de longa data, acostumados com combate de ação em tempo real. Particularmente, confesso que também tive receio. Porém, ao jogar e experimentar a fluidez e todo o senso estratégico, – característico dentro deste sistema de combate – constatei que este estilo chegou para ficar. Tudo no novo Yakuza tem um contexto, e com o combate não é diferente. Não havia outra maneira de controlar quatro personagens se não fosse em turnos. Além do mais, Like a Dragon é o título mais RPG de todos da franquia, e como falei anteriormente, seu escopo é inspirado em um personagem que lida com a vida como um RPG.

Um game falando de games

Uma das coisas que Like a Dragon sabe fazer de melhor é quebrar a quarta parede. Assim, a aventura de Ichiban e sua trupe é totalmente inspirada em um game de RPG, que por sinal é Dragon Quest. Dragon Quest é um dos games que Ichiban é apaixonado e ele sempre faz questão de externar sua forma de encarar a vida como um verdadeiro RPG. Sendo assim, esta perspectiva vista apenas pelos olhos de Kasuga é compartilhada com o jogador. Isso nos leva ao combate em turnos – que foi totalmente pensado para esta quebra de quarta parede. 

Vamos lá! Yakuza: Like a Dragon é um game, isso é fato. Pois bem, a magia de Like a Dragon é dar vida ao videogame dentro do próprio jogo eletrônico. Assim, os combates que trazem todo um misticismo e fantasia nos golpes, que vemos em Final Fantasy, é fruto da imaginação de Kasuga, a qual nós também compactuamos. Em adição, em alguns diálogos e no próprio ambiente virtual, vemos o game fazer questão de tornar os videogames algo relevante e real.

Yakuza: Like a Dragon é uma homenagem aos games, pois ele traz uma jornada que é inspirada em famoso jogo japonês de RPG e faz questão de evidenciar a relevância e o alcance que os videogames tem atualmente no mundo.

Ressalvas…

Yakuza: Like a Dragon tem mais acertos do que falhas. Dito isso, o que temos de falhas vem de seu desempenho técnico nos consoles da geração passada, PS4 e Xbox One. Nesta análise, joguei o título na versão do PS4 Pro. Mesmo  assim, presenciei alguns pop-in de NPC’s durantes diálogos. Em adição, o game apresenta inúmeros e constantes travamentos sempre que passamos do gameplay para uma animação e vice-versa.

Contudo, estes problemas técnicos em nenhum momento prejudicaram a minha experiência no jogo. Sobretudo, os mesmos apenas imprimem o reflexo da limitação dos consoles da geração passada. Prova disso, é que nós do Combo Infinito fizemos lives, em nossa página oficial no Facebook, jogando o título no Xbox Series X, e não presenciamos quaisquer dos problemas citados.

Mas afinal, Yakuza: Like a Dragon vale mesmo a pena? 

Em conclusão, Yakuza: Like a Dragon, sem sombra de dúvidas, dá continuidade ao legado da franquia mesmo apresentando ideias diferentes das quais estávamos acostumados. Jogar Like a Dragon é uma homenagem aos games, em principal ao gênero de RPG, que a todo instante é enfatizado. Por fim, a SEGA é uma fonte inesgotável de criatividade que soube transferir muito bem essa fórmula na história, em seus personagens e em todas as estruturas que compõem o gameplay.

Sendo assim, não há como negar: Yakuza: Like a Dragon, vale SIM muito a pena. Em principal, para nós brasileiros, há um gostinho especial. Pois temos pela primeira vez na série o idioma e legendas em português. Assim, Like a Dragon pode ser o primeiro game da franquia para muitos jogadores, e quem se dispuser de se aventurar não irá se arrepender.

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