Análise: Metal Gear Solid V: The Phantom Pain é o ápice da carreira de Hideo Kojima

Metal Gear Solid

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Nos últimos meses uma das coisas que mais noticiamos por aqui foi a suposta briga e rompimento entre Kojima e a Konami. Ainda sem esclarecimento sobre os fatos, os fãs começaram a ficar preocupados com o que seria de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain após o ambiente entre o Diretor e a desenvolvedora ficar tão instável. Estaria mesmo Hideo “Pai” Kojima deixando a empresa que trabalha há décadas? Este seria realmente o último Metal Gear que levaria a sua assinatura?

O Efeito Kojima

Pois bem, nem o nome do lendário diretor Metal Gear Solid V: The Phantom Pain traz. A desavença entre as duas partes (Kojima x Konami) pelo visto é tamanha, que nem o nome de Kojima saiu nas capas e caixinha do jogo, o que deixou os fãs ainda mais preocupados. Afinal, até onde isso poderia se refletir na qualidade final do game?

No entanto, o falatório foi tão grande que o fato de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain poder ser o último idealizado e produzido por Kojima, fez com que o título se tornasse um clássico imediato, tamanho o hype que ele criou. Hype que se deu pela qualidade apresentada nos jogos anteriores da série, sempre muito aclamados pela crítica e público, como também pelos últimos trailers apresentados, que demonstravam que Kojima e sua equipe estavam levando Metal Gear Solid para um novo patamar. Mas sem dúvida alguma o fato de Kojima estar envolvido com o jogo deixava tudo muito mais interessante, principalmente após ele ter feito um trabalho excelente com Del Toro em P.T. (O teaser jogável de Silent Hills) e o projeto ter sido cancelado.

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Graças a Zeus, a espera de 7 anos por um novo jogo da série Metal Gear Solid em um console de mesa valeu muito, muito a pena.

Metal Gear Ground Zeroes deixou uma forte ligação para o início de Phantom Pain

Da ação ao drama

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain faz parte do arco em que Big Boss é o foco da história. Diferente de Metal Gear, Metal Gear 2, Metal Gear Solid, Metal Gear Solid 2 e Metal Gear Solid 4, aqui não jogamos com Solid Snake, mas sim com Jack, “O” Big Boss. Me lembro muito bem do choque que foi em Metal Gear Solid 3, quando aguardava ansiosamente pelo anúncio do jogo, imaginando para onde Hideo “Pai” Kojima nos levaria. Após o final de Metal Gear Solid 2, onde ficamos sabendo de diversos detalhes sobre uma organização secreta que governava o mundo todo, eu só conseguia imaginar Solid Snake enfrentando diversos males aos moldes de 007, infiltrado em meio a tal organização. Porém, a surpresa foi tamanha quando, ao invés de Solid Snake, estávamos diante de Big Boss, grande vilão da época em que Metal Gear ainda não tinha Solid no nome. Isso sem dizer na máscara que Big Boss usava no começo do terceiro jogo que era extremamente parecido com Raiden.

Desde então Kojima abriu um novo mundo para os fãs de Metal Gear, que era entender o que aconteceu com aquele novo personagem para que ele se tornasse o vilão tão conhecido da saga antiga da série, ao ponto de ser o motivo de toda a guerra que acontecia nos jogos que foram lançados posteriormente. Mas a grande diferença é que os jogos que traziam Solid Snake no papel principal tinham como foco a ação constante misturada com a jogabilidade stealth clássica da série e referência para a indústria, enquanto que com Metal Gear Solid 3, Portable Ops e Peace Walker as coisas eram muito mais dramáticas, principalmente no 3, pois estávamos diante do maior herói que uma nação já teve e que posteriormente viria a ser o seu maior inimigo.

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Seja bem vindo mais uma vez, Big Boss.

Big Boss é um personagem muito interessante e não é por acaso que Kojima decidiu fazer dele o personagem principal da franquia Metal Gear, mais ainda que Solid Snake.

Novas mecânicas e um mundo aberto inédito

O novo Metal Gear Solid traz muitas novidades pra série, como o mundo aberto que nunca havia sido explorado neste tipo de jogo. Saímos dos corredores estreitos de Metal Gear Solid 2 e 4 ou da mata fechada de Metal Gear 3 para um ambiente totalmente navegável, onde as missões podem ser escolhidas e jogadas de forma separadas. Mas também podemos ir diretamente a elas pelo próprio mapa, basta entrar nos locais designados para cada tarefa, onde há um aviso indicando que ali existe uma missão principal ou paralela de forma muito ágil e de fácil percepção. O mundo do jogo possui muita vida, não tanto quanto em um Far Cry por exemplo, apesar de isso nem ser possível, pois o jogo se passa nos desertos do Afeganistão em 1984, nove anos depois dos acontecimentos de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes.

Após um acidente quase fatal, Bog Boss acorda de um coma profundo que o deixou cheio de sequelas. Muitas pessoas o querem morto e ao mesmo tempo ele não tem forças para lutar por conta própria. Então, logo na primeira fase (ou no prólogo) do jogo, ocorre uma sequência de acontecimentos tão maluca, bem feita e cheia de ação, que você ficará de boca aberta. E tudo é apenas um aquecimento, já que o game realmente começa após Big Boss estar reabilitado.

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O início de The Phantom Pain traz personagens conhecidos e muitas suposições em cenas de muita ação!

Os inimigos possuem uma inteligência acima do normal e se você insistir em usar uma única estratégia vai acabar se dando muito mal. O jogo vai lendo de que forma você vem jogando e vai deixando os soldados mais espertos. Se você usa muito a arma de dardos que derruba os inimigos num sono profundo ao acertar a cabeça deles, pode contar que os próximos ambientes terão soldados de capacete, procurando evitar sua investida. Caso você seja visto, os campos tomados pelo exército da XOF e Cypher vão se comunicar, fazendo da sua vida algo muito mais difícil.

Metal Gear Solid: Peace Walker 2?

Mesmo com tantas novidades, quem jogou Metal Gear Solid: Peace Walker vai se sentir muito em casa jogando o novo Metal Gear. Temos novamente a Mother Base, uma base militar criada por Big Boss e seu exército no meio do oceano, já que eles são soldados sem país, procurando seguir seus sonhos e ideologias próprias. A partir deste local são centralizados todos os soldados capturados por Big Boss durante toda a aventura. Cada soldado possui uma aptidão que poderá ser explorada pelo bem da Mother Base, fazendo ela crescer em todos os sentidos. E não entenda mal o fato dos soldados serem levados para  base sem sua vontade. A maioria dos inimigos reconhecem o valor que Big Boss possui e é algo como uma religião pra eles acreditar nos ideais de Snake e seu exército. É algo como uma conversão que os soldados acabam passando por vontade própria.

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Cada soldado possui uma aptidão

Ao alcançar uma quantidade legal de soldados, basta designar tarefas para cada um deles, além de poder juntar times para mandar em missões especiais que trarão muitos pontos de experiência. Com esses pontos podemos investir em novos projetos de armas e tecnologia que farão das invasões uma tarefa mais simples ou ao menos, mais divertida.

A Mother Base praticamente está sempre em evolução, fazendo valer muito a pena voltar pra ela a cada nova missão realizada. Tudo isso já acontecia em Metal Gear Solid: Peace Walker, obviamente que de uma maneira mais simples, mas não menos complexa. Gerenciar o exército seguidor de Big Boss e fazer da Mother Base um local seguro e bem armado é uma de suas principais tarefas.

Companheiros e companheiras

Outra grande novidade para a franquia e que é de grande valia para a jogabilidade de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain são os “buddies”, ou companheiros. Começamos com apenas um, o cavalo branco de Big Boss (que não adianta, eu só o chamo de Carpeado. Se você jogou The Witcher 3 já tá manjando a razão). Adiante no jogo, podemos também ter a companhia de “DD“, um cachorrinho que você encontra num dos pontos do mapa que se torna um cachorrão treinado por Ocelot e pode lhe ajudar a reconhecer o campo inimigo, onde os soldados estão, enquanto DD vai marcando cada um deles no mapa. Isso por exemplo lhe faz ganhar um tempo danado numa invasão, porque você não precisa ficar parando pra usar o binóculo e encontrar os inimigos no mapa, DD já faz isso pra você.

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Aqui ele já virou quase um lobo, mas DD começa como um filhote quando você o encontra.

Existem outros companheiros nas missões, mas para não estragar a sua experiência e para não virar spoiler, deixarei para vocês descobrirem.

Veículos e o Fulton

Em um mapa tão grande como este de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, é necessário ter veículos para não percorrer todos os caminhos a pé. Apesar de termos o “Carpeado” nos acompanhando, quando escolhemos por outro companheiro para as missões ficamos totalmente a pé no deserto e aí que entram os veículos. No entanto, você não tem ainda carros em sua Mother Base, então precisará encontrar algum destes veículos deixados pelo exército inimigo. E existe uma variedade bem legal, que vai de carros, caminhões e até “pequenos Metal Gears” que surgem durante a história. Na própria Mother Base é necessário usar os carros para percorrer os galpões que a compõem, pois ela via ficando tão grande que não é viável ficar andando a pé.

Além disso, é possível capturar estes veículos usando o Fulton, mas pra isso é necessário investir no desenvolvimento do apetrecho. O Fulton é uma espécie de balão que leva, inicialmente, soldados ou pessoas que Big Boss precisa resgatar diretamente para a Mother Base. O sistema foi implantado inicialmente nos jogos do PSP onde o sistema de equipes gerenciáveis foi inciada. Desde então faz parte da jogabilidade da série e pelo visto, veio pra ficar.

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Além dos soldados, também é possível levar armamentos, carros e até animais com o Fulton.

Com o Fulton você também pode capturar armas inimigas de todo o tipo e implantá-las em sua Mother Base a fim de defendê-la dos inimigos. Então, tudo que você vê no cenário pode lhe servir e investir no Fulton para que ele tenha capacidade de levar materiais mais pesados é algo imprescindível. E apesar de parecer cômico, o Fulton se torna um dos elementos mais divertidos e importantes da jogabilidade de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain.

Poderia ser um recomeço, mas tudo indica que é o fim

O novo Metal Gear é tão completo que é difícil apontar defeitos. O tempo de desenvolvimento foi tão grande que o estúdio conseguiu fazer deste um jogo praticamente perfeito em todos os aspectos. The Phantom Pain consegue ser uma renovação da franquia Metal Gear Solid, que já está viva há muitos anos e precisava se adaptar às novas formas de se jogar, ao desempenho da nova geração e às ideias malucas que Kojima sempre tem e que a tecnologia ia barrando. Agora, com tanto poder disponível, foi possível ver até onde a cabeça do Diretor pode chegar.

Uma pena que mesmo com tantas novidades, esse pode ser o fim para a franquia Metal Gear. Como toda série, ainda sobram perguntas não respondidas, mesmo com a história mirabolante desenvolvida até aqui e com The Phantom Pain servindo de link para as história de Big Boss e Solid Snake. Mesmo se a saída de Kojima realmente se definir, é provável que a Konami dê continuidade no universo, resta saber até onde eles podem chegar sem o Kojima se tudo será tão impactante como todos os jogos lançados até aqui.

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Nós é que agradecemos!

Obrigado Boss

Fato é que, mesmo que muitas pessoas não gostem de “endeusar” uma única pessoa durante o desenvolvimento de um jogo ou franquia, Kojima tem muito crédito no sucesso de Metal Gear durante os 28 anos que esteve a frente da série. A Konami e nós jogadores só temos a agradecer pelas ideias malucas que o diretor japonês colocou em seus jogos, movendo a indústria como fez em Metal Gear Solid para PSOne. Era sempre uma notícia triste quando ele dizia que determinado novo jogo da franquia era seu último Metal Gear, e isso nunca foi tão certo como é agora. Fato é que se dependesse dele, ele nunca deixaria Metal Gear, pois é sua criação, seu xodó. No entanto, as coisas mudam, a vida muda e ideais se separam.

Se esse realmente for o último Metal Gear do Mestre Hideo “Pai” Kojima, que seja. Tudo que vivenciamos até hoje, a história que nos acompanha há anos e a qualidade que seus jogos tiveram não serão apagados da história e, apesar de sempre queremos mais, já tivemos o suficiente para guardarmos com carinho todos os momentos vividos com a série Metal Gear. Mesmo se a Konami continuar a franquia, pelo bem ou pelo mal, só temos a agradecer ao verdadeiro Big Boss por todas as horas de diversão e teorias geradas com Metal Gear e Metal Gear Solid durante esses 28 anos.

Obrigado Boss!


Galeria de imagens: Metal Gear Solid: The Phantom Pain

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7 respostas

      1. Salve salve!
        Adorei sua análise cara… Você fala com tanto carinho do jogo e da série em si e é tipo isso que eu sinto… Porque acompanho a série desde sempre também… Só não completei os do PSP porque o meu portátil queimou a placa mãe e meio que deixei de lado… 🙁

        E cara, o Kojima é um gênio… Quando joguei o prólogo na parte do hospital e toda aquela tensão e todas aquelas cenas foderosas… Até minha esposa que estava comigo vendo o jogo ficou agoniada RS. É um jogo realmente MUITO BEM FEITO. Obra prima.

        Destaque para o “Carpeado” porque é assim que eu chamo o cavalo também hahaha
        Ainda estou no começo, mas já to curtindo muito…

        Parabéns pela análise.
        Grande abraço.

        1. Como sempre, muito obrigado pelos elogios Ricardo! Isso que nos move!

          Sim cara, Kojima é um cara que sabe o que faz, sem dúvida alguma. Ele sair da Konami talvez seja até algo bom, pra ele ficar livre pra fazer o que quiser. O que pode faltar é a grana pra projetos tão grandes como esse último MGS.

          Obrigado pela sua audiência, abraços!

  1. Nunca joguei nenhum metal gear. To pensando em pegar esse, mas o medo de me arrepender tá grande.

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