Cidade Perdida é um típico filme ‘Sessão da Tarde’ engraçado, mas despretensioso | Crítica

A Cidade Perdida

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As comédias românticas atingiram o seu auge nos anos 90 e 2000 com grandes musas do cinema encantando audiências. Grandes clássicos, como ‘Uma Linda Mulher’ (1990), ‘A Verdade Nua e Crua’ (2009), ‘Como Perder um Homem em Dez Dias’ (2003) e ‘A Casa do Lago’ (2006) trouxeram histórias divertidas que fizeram o público se apaixonar por suas estrelas, como Julia Roberts, Kate Hudson, Katherine Heigl e Sandra Bullock. 

Porém, os clichês começaram a cansar o público, e as comédias românticas foram desaparecendo lentamente dos cinemas e as poucas que eram realizadas estrearam direto no streaming e repetiam fórmulas já conhecidas e ultrapassadas. Eis então, somente em 2022, que Sandra Bullock retorna às telas para provar que os filmes do gênero ainda vivem e podem encontrar seu público e fazer sucesso. 

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Dirigido por Ada Nee e Aaron Nee a partir de um roteiro que eles co-escreveram com Oren Uziel e Dana Fox, Cidade Perdida, protagonizado por Bullock e Channing Tatum, lança a proposta de ser uma comédia romântica misturada com ação e aventura, relembrando aqueles clássicos filmes que outrora assistíamos na Sessão da Tarde, como a ‘A Múmia’ (1999) ou ‘Indiana Jones’.

Entendendo a história…

A Cidade Perdida

Cidade Perdida segue a autora de romances best-seller Loretta Sage (Bullock), uma viúva que está tentando o seu melhor para terminar seu último livro a tempo de uma turnê que sua gerente, Beth (Da’Vine Joy Randolph), organizou. Contudo, após a primeira parada da turnê, Loretta é sequestrada por um bilionário excêntrico, Abigail Fairfax (Daniel Radcliffe), que está em busca da ‘Coroa de Fogo’ um artefato apresentado originalmente em seu último livro.

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Para provar que é possível ser um herói na vida real, não somente nas páginas de seus livros, Alan (Channing Tatum) parte para resgatá-la em uma missão suicida. Assim, forçados a viver uma aventura épica na selva, o par improvável precisa trabalhar junto para sobreviver e encontrar o antigo tesouro, antes que seja perdido para sempre.

 Uma dupla incomum, mas que funciona

A Cidade Perdida

A Cidade Perdida tem muito a oferecer: um elenco encantador, momentos genuinamente engraçados e uma aventura cheia de adrenalina. Como equipe, Bullock e Tatum trabalham bem e são o destaque do filme em geral, com seu timing cômico sendo especialmente digno de nota. A energia frustrada de Bullock é fabulosa e o personagem hilário e amável de Tatum conquista a audiência facilmente.

Enquanto isso, Daniel Radcliffe mostra seus dotes de atuação como um vilão maquiavélico e charmoso, provando ser um ator multifacetado. Porém, seu contraste com a frequente necessidade de se mostrar ser superior a todos os outros cria um vilão, às vezes, raso demais; deixando aquela sensação de ver um antagonista mais intimidador. Porém, existem participações especiais de qualidade, incluindo Brad Pitt como o cara durão Jack Trainer, que promete entregar uma das cenas mais divertidas do filme. 

Sobre questões técnicas, a fotografia do longa se sobressai ressaltando os ambientes naturais (a selva dominicana) e as cidades culturais absurdamente bem exploradas. Por sua vez, a trilha sonora não surpreende, mas consegue criar um ambiente mediano para combinar com todo o resto.

Cidade Perdida consegue surpreender, apesar dos clichês

A Cidade Perdida

O filme se solidifica por sua diversão despretensiosa, típica abordagem que assistiríamos numa tarde sem problemas. É uma diversão inofensiva, que envolve em grande parte os dois protagonistas tentando sobreviver em florestas perigosas; evitando mercenários e, claro, se aproximando à medida que a história avança. Ainda é um clichê de certa maneira, e você vai prever quase todas as cenas antes que elas cheguem de fato. Mas apesar disso, a fórmula funciona.

No geral, Cidade Perdida é um filme divertido. Aaron e Adam Nee criaram um filme que nunca é entediante, mantendo a fórmula de comédia e ação por toda parte. É raro os filmes de hoje em dia misturar um pouco de romance com as emoções de uma aventura sem desmoronar sob seu próprio peso – ou falta de charme. No entanto, aqui temos um daqueles filmes deliciosos que nos fazem sair do cinema com um sorriso no rosto e de bom humor.

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