Ghost Recon: Breakpoint é um avanço de Wildlands, mas continua cansativo e repetitivo | Análise

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Ghost Recon: Wildlands trouxe a franquia de volta ao mundo dos games em 2017, após um longo período parada. Em 2019, um novo Ghost Recon está chegando para dar continuidade no que Wildlands construiu.

De acordo, com a Ubisoft, .Ghost Recon: Breakpoint será ainda maior e mais denso do que o título anterior. Ademais, o grande foco deste novo título será na IA dos inimigos, sobretudo com o senso de sobrevivência de nosso personagem.

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Por outro lado, Breakpoint promete uma narrativa mais atrativa sem deixar sua essência militarista. Um dos grandes nomes presentes neste, na nova narrativa do game, é Jon Bernthal, o Shane de The Walking Dead e o Frank Castle da série O Justiceiro. De fato, a presença deste grande ator somará e muito na trama do game.

Em suma, com tudo que Breakpoint tem a oferecer será que o novo game irá superar as falhas de Wildlands? Acompanhe-me nessa análise e descubra o que achamos.

E o enredo como sempre…

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Ghost Recon: Breakpoint se passa quatro anos após os eventos de Wildlands. Assim, nesta continuação assumimos um Ghost, Nomad, após uma queda de helicóptero durante um cumprimento de uma missão. Neste fatídico acontecimento, Nomad cai numa ilha, Auroa, e descobre que seus soldados e companheiros foram exterminados por um grupo conhecido por: Wolves.

Este grupo armamentista é liderado por um ex-Ghost, Cole D. Walker, e juntamente com uma empresa privada, Sentinel, invadem a ilha e tomam posse de uma empresa multibilionária, a Skell Technology, que é voltada para de criação de drones para aplicação comercial. Assim tanto os Wolves, quanto a Sentinel pretendem pôr as mãos na produção destes drones para aplicarem em seus viés ideológicos.

Dito isso, a trama de Breakpoint segue aquele clichê de narrativa militarista com super soldados, um traidor com seus motivos e flashbacks de eventos passados. Logo, não espere por momentos impactantes que te prenda na cadeira e não te faça piscar durante as animações. Seus diálogos são super rasos, assim como seus personagens.

No entanto, a presença de Jon Bernthal é o que salva e o que nos motiva a encarar esta narrativa. Sem dúvidas, os momentos em que vemos o ator em ação traz um tempero nessa trama tão insossa. Embora sempre positiva a presença do ator, suas aparições não são constantes. Isso se deve, novamente, pela as estruturas de missões do game. Suas missões são longas e acabam tirando todo o foco da narrativa, e quando temos algo do enredo não é o suficiente para nos prender.

Ghost Recon

Em resumo, não espere uma história cativante e densa. Neste caso, o blackground é chamativo, mas como ele é executado não convence.

Uma nova maneira de se jogar Ghost Recon

Se você jogou Wildlands, sua experiência em Breakpoint será totalmente diferente desde os seus primeiros minutos. No game anterior, o “fio da meada” se tratava de uma abordagem mais tática com ações sincronizadas, agora o feeling é outro. Desta vez, o título adotou um senso de sobrevivência nunca visto antes na franquia. Seus aspectos e sua curva de aprendizado são nitidamente semelhantes com as que foram apresentados na recente trilogia Tomb Raider (2013 – 2018).

Ghost Recon

Desta forma, o mundo de Ghost Recon: Breakpoint é gigantesco e hostil. Todo o arquipélago é habitado por drones e patrulhas inimigas que a cada 2 metros fazem suas respectivas rondas. Embora o game não pré-estabeleça uma forma de se jogar, todo o cenário te convence a optar por uma abordagem mais sorrateira. Falo isso, pois qualquer barulho que seja os inimigos já ficam em alerta, além, como já mencionado, das constantes patrulhas aéreas – com helicópteros e drones – e térreas.

Em Breakpoint, assim como em Assassin’s Creed: Odyssey há um sistema de guia. Esta mecânica oferece ao jogador duas formas de progressão: o modo guiado e o exploração. Cada um dos modos [guiado e exploração] tem suas vantagens e particularidades. No modo guiado, temos a fórmula padrão de progressão com todos os objetivos marcados nos mapas, assim o jogador já sabe o que deve ser feito. Já no modo exploração, a experiência recomendada para Breakpoint, o jogador descobrirá o objetivo através de pistas encontradas no mapa. Logo, neste modo, a sobrevivência é permanente em todo sua experiência dentro do game o tornando mais imersivo.

Auroa é repleta de coisas pra se fazer, porém repetitivas.

Auroa é um imenso arquipélago onde toda a aventura do novo Ghost Recon se passa. Seu mapa é bem extenso e muito bem preenchido. Desta forma, se você achou o mapa de Wildlands vazio e com poucas atividades secundárias, em Breakpoint você será consumido por inúmeras atividades paralelas. As missões principais, por sua vez, são repetitivas e muito cansativas, sem falar de suas localizações muito distantes. Tudo se resume a: enfrentar uma estrutura altamente vigiada por inimigos e se não fosse o bastante ainda esta mesma missão nos leva a outros locais ainda mais distantes para enfim ser concluída.

Além dos objetivos principais, o mapa é composto por atividades secundárias que vão desde encontrar cavernas secretas a explorar locais em busca de colecionáveis. Além disso, há também as missões de facções que tem o intuito de cumprir objetivos para os sobreviventes da ilha. O que todas essas atividades secundárias têm em comum é que a partir delas novos objetivos são desbloqueados. Tais como: missões de investigação, missões de coleta de peças de armas e projetos de armas. Assim, todas essas atividades derivadas tornam o jogo mais longevo e despertam nosso instinto explorador.

Entretanto, o grande problema da estrutura de missões em Ghost Recon: Breakpoint é a repetição. Embora o objetivo seja variado, a forma como nos é apresentada será idêntica. Sempre estaremos diante de uma estrutura cheia de inimigos onde o objetivo é o mais simples possível. Mediante a esta grande falha, verdade seja dita: é prazeroso eliminar inimigos e invadir estes locais. Sobretudo, explorar a vastidão deste mapa caminhando a passos curtos sempre atento o que nos espera logo à frente é algo desafiador.

Ademais, temos os acampamentos (Bivaque). Nestes locais, onde nosso personagem tira tempo para descansar, é possível criar equipamentos, consumíveis,  ativar vantagens e escolher a hora que você pretende retornar a atividade. Além disso, não podia falta o flash travel. Enfim, tudo que vemos nos bivaques lembra muito a trilogia Tomb Raider e sem dúvidas esta mecânica somou em muito para o game.

Em Ghost Recon: Breakpoint, a Ubisoft se rendeu de vez ao RPG

Em 2016, com o lançamento de The Division, foi quando a Ubisoft decidiu trazer os elementos de RPG de uma forma mais concreta para seus games. The Division se apresentou com bastantes elementos de RPG bem definidos com níveis e tipos de raridades em seus equipamentos, e a saudosa customização de personagem.

Desde então, este estigma se tornou algo indispensável nos games da gigante francesa. Prova disso, foi o novo olhar que a Ubisoft deu para sua famigerada franquia Assassin’s Creed. Em 2017, Assassin’s Creed: Origins foi o primeiro da série a trazer elementos de RPG e esta aposta deu super certo. Prova é, que AC: Odyssey tornou estes elementos RPGlísticos, dentro da franquia, mais densos.

Em Breakpoint, toda a evolução do nosso personagem está atrelada em mecânicas de RPG desde a customização até as habilidades. Quanto à criação de nosso personagem, é ela bem limitada. Assim, como no game anterior temos a opção de rostos, cabelos, barba, cor dos olhos e marcas faciais. No entanto, suas variações são escassas frustrando, assim, quem quer ir além.

Nosso personagem possui uma árvore de skills que pode ser desbloqueada conforme você aumenta de nível, mas, também com pontos de habilidades. Partido disso, temos quatro tipos de classes: Assalto, Atirador de Elite, Pantera e Engenheiro. Embora sejam quatro classes com atributos diferentes, as habilidades, vantagens e consumíveis podem ser adquiridos independente da classe escolhida.  Além disso, tanto as armas quanto as vestimentas possuem um nível e tipos de raridade, assim como em Destiny. Assim, cada um dos equipamentos independente de seu nível ou  tipo raridade influenciará no nível de seu personagem.

Ghost Recon

Por fim, um dos grandes atrativos de Breakpoint é sua customização de armas. Este sistema é bastante ambicioso e traz uma gama de variações para a mais simples arma que seja. Certamente, um playground para os amantes de zcustomização.

Breakpoint é vítima dos problemas técnicos

A ambientação de Ghost Recon: Breakpoint é paradisíaca e repleta de biomas. Esta beleza natural é muito bem representada com gráficos convincentes somados com o toque do HDR. Minha experiência gráfica em Breakpoint se fez em um PS4 Pro e o resultado é uma representação fiel e imersiva, porém não isenta de falhas. Em minha jogatina presenciei muitos delays de renderização tanto durante as animações, quanto no gameplay. Além disso, há uma grande presença de serrilhados nas representações das  sombras de inimigos e objetos. Por fim, o game demora muito para carregar seu cenário o que é curioso, visto que  seu loading é interminável. Após uma demorada tela de loading presenciamos o personagem empunhando a arma ainda sem ser renderizada, objetos do cenário ainda por carregar, entre outros. Certamente, são problemas que incomodam a experiência. Por mais simples que sejam, tiram o brilho da jogatina.

E esse Ghost War?

Ghost War é o segmento online de Breakpoint. Esta modalidade se baseia em um modo assimétrico de 3v3 onde ambras equipe devem cumprir objetivos, além, é claro, de eliminar seus alvos. Neste modo sua progressão é compartilhada com o do modo campanha, assim se você já tem um nível bem elevado no single-player, ele será mantido no modo online com armas e equipamentos atuais.

Nesta modalidade, o instinto de cooperação brilha em partida com três rodadas. O “fio da meada” está em cumprir os objetivos dentro de um prazo de tempo ou eliminar todos os inimigos. De certo modo, podemos até compará-lo com o modo Gunfight de Modern Warfare (2019). No entanto, neste caso, os confrontos são prolongados e requer mais paciência, ao invés de uma abordagem instantânea. Em suma, Ghost War é um chamativo modo e super divertido. No entanto, não será algo que perdure por muito tempo. Sobretudo, ter somente este modo no multiplayer não vai ser capaz de prolongar a vida útil  do modo online.

Afinal, devo jogar Ghost Recon: Breakpoint?

Ghost Recon: Breakpoint é uma significativa evolução de Wildlands, disso não tenha dúvidas. Sua composição no que tange o mapa e o feeling proposto foi entregue fielmente. No entanto, o novo título escorrega no mesmo erro do game anterior como missões cansativas e previsíveis, além de constantes problemas técnicos.

Em conclusão, se você gosta de games de tiro em terceira pessoa e curte toda essa vibe equipamentos e customização de armas, ele é uma ótima pedida. Sobretudo, se você já jogou ou ainda joga Wildlands, sem dúvidas você vai se maravilhar com Breakpoint. Por fim, se você é novato na franquia e quer dar uma chance, você não irá se arrepender. O game bebe da fonte de games como Tomb Raider e Metal Gear Solid V e se esbanja em elementos de RPG.

*Esta análise foi realizada através de um código de Ghost Recon: Breakpoint  enviado gentilmente pela a Ubisoft Brasil sem custo. A versão analisada foi do PS4.

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