The Pentiment é o exemplo de que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes – Análise/ Review

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The Pentiment é uma caixinha de surpresas

Sendo um projeto vindo da Obsidian Entertainment, The Pentiment, jogo narrativo criado por um pequeno grupo chefiado por Josh Sawyer, diretor de Fallout: New Vegas e Pillars of Eternity, gerou muita curiosidade devido sua estética diferenciada e, consequentemente, por ser uma produção de menor porte do estúdio desenvolvedor. 

Com um visual que representa fielmente as pinturas do século 16, o título traz uma proposta minimalista e simplista, mas que me cativou e conquistou minha atenção do início ao fim. O jogo estreia oficialmente em 15 de dezembro para Xbox Series, Windows 10 e Cloud, via Game Pass, e sem dúvidas, é a melhor experiência do gênero.

Era apenas para entregar uma obra…

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The Pentiment nos coloca na pele de Andreas Maler, um artista do século 16, que tem um prazo de entrega de uma determinada obra artística. No entanto, tudo muda quando Andreas presencia um misterioso assassinato na cidade onde mora, Tassing – uma pequena cidade formada em meio a ruínas romanas. Imediatamente, o artista acaba tendo que se tornar um detetive do dia para noite para descobrir o verdadeiro responsável pelo crime, o que transforma a vida do talentoso artista em uma conturbada investigação.

A partir disso, as decisões que o jogador tomar durante a investigação poderão ter impactos significativos na narrativa, também nas vidas (e mortes) dos moradores quanto da cidade – com repercussões que podem ser sentidas pelas décadas seguintes.

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A narrativa de The Pentiment e a forma que ela é apresentada ao jogador inicialmente transparece uma simplicidade de roteiro que, depois de algumas horas, se torna um excelente thriller investigativo. Explorar a cidade de Tassing abrirá portas para investigar diversos aspectos da vida e das questões centrais dos habitantes e da região. Isso torna a experiência uma viagem cuidadosa no século 16, detalhando a cultura deste período com diálogos e referências de grandes nomes que passamos a conhecer em aulas de história e de filosofia no colegial.

Em um modo geral, a narrativa de The Pentiment é rica e muito bem construída, sobretudo, profunda no que ela se propôs a apresentar. O clima de mistério e reviravoltas, com base nas suas escolhas, se torna o grande charme desta experiência simples – mas que acaba revestida de muitos detalhes históricos.

O peso de uma escolha

Diferente de outros jogos investigativos, The Pentiment é um point and click em que o jogador interage com NPCs e objetos na tela, em busca de informações, respostas ou pistas dos crimes cometidos em Tassing. No entanto, não faltam elementos de RPG, já que há detalhes específicos que os jogadores poderão escolher durante a criação do personagem e nas habilidades do mesmo. Por exemplo, dependendo do lugar e época em que Andreas estiver, ele pode ter fluência em diferentes línguas e conhecimentos culturais de determinadas regiões.

Obviamente, essas habilidades podem facilitar certos caminhos investigativos que o jogador decidir seguir. No entanto, outro ponto que pode ajudar ainda mais nessa busca é o tipo de familiaridade que você cria com certos NPCs dentro do jogo. Dependendo de seu diálogo com um NPC, o grau de afinidade pode aumentar ou diminuir, o que gera, consequentemente, respostas e pistas diferentes que podem facilitar (ou dificultar) dentro do jogo.

Não precisa ter áudio para cativar

The Pentiment não tem diálogos em áudio, apenas em texto — incluindo em português do Brasil. Sendo assim, os textos são escritos com as letras da época, que é uma opção a se escolher antes de começar o jogo. Inicialmente, esta escolha criativa parece arrastada e cansativa, porém conforme você vai se aprofundando e a trama vai demonstrando suas reais intenções, trazer esta experiência artística nos diálogos, com sons de uma lápis escrevendo em um papel, foi capaz de criar personagens carismáticos e transmitir todo um clima tenso e enigmático dentro de jogo.

Ademais, a expansão deste carisma por parte de seus personagens acontece também em momentos de refeições que Andreas deve fazer ao longo do dia, onde novas informações e assuntos locais são expostos e agregam ao escopo da trama principal. Nada em The Pentiment é por mero acaso. Todas suas interações, por mais simples que sejam, levam a um evento ou a uma descoberta adicional que irá influenciar na sua abordagem.

Um visual apaixonante

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Se tem algo que mais me cativou em The Pentiment é seu visual. A narrativa do jogo te transporta para livro escrito e desenhado à mão, e a equipe da Obsidian conseguiu criar uma estética fiel – e belíssima – às ilustrações medievais do século 16. Por exemplo, Tassing é tomada por camponeses e essa dominação territorial é muito bem retratada nos cenários e nas vestimentas dos NPCs. Além disso, o segmento representado pela igreja, na abadia, também tem seu toque muito bem atencioso com figurinos e decorações que entregam, de fato, as tradições desta época.

Embora você possa questionar: “Nossa, como um gráfico tão simples pode ser tão belo?”. The Pentiment me transportou para o século 16 com seu visual minimalista, porém cheio de detalhes. Não foi preciso oferecer gráficos hiper-realistas para me sentir imerso dentro de sua proposta e ambientação. Pelo contrário, sua simplicidade foi muito eficiente em me levar para um dos grandes conflitos do século 16 e me encher de referências e de conhecimento cultural e histórico.

Mas afinal, The Pentiment é tudo isso mesmo?

The Pentiment é detentor de uma narrativa surpreendente que vai prender sua atenção do início ao fim. O rito como toda sua trama se desenvolve é fascinante e te coloca em meio a temas controversos e assuntos que, até hoje, são debatidos na sociedade. A opção de um visual minimalista não me impediu de me aprofundar na história por completo.

Em suma, The Pentiment é um jogo indispensável para os amantes de storytelling. Caso não seja um adepto, sua experiência pode não ser tão satisfatória, mas ainda assim insisto – já que ele está no Game Pass –  a dar uma chance a esta grande viagem cultural e histórica dentro do século 16.

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