Fort Solis é arrastado e limitado – Análise | Review

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Imagine que no último dia de trabalho antes das suas férias, você recebe uma ligação para investigar um estado de “lockdown” na base de pesquisa em Marte chamada Solis. Contudo, ao chegar neste Forte, as coisas não parecem estar em ordem e você se vê obrigado a descobrir o que está acontecendo de estranho no local. É nesse cenário que Fort Solis se apresenta aos jogadores.

Desenvolvido pelo Fallen Leaf Studio, que aliás é o seu projeto de estreia, esse thriller narrativo conta com a presença de Troy Baker (The Last of Us), Roger Clark (Red Dead Redemption 2) e Julia Brown.

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Dito isso, estreando hoje (22) nas plataformas do PlayStation 5, PC e Mac, Fort Solis não conseguiu cumprir o que prometeu em entrevistas. Sua experiência é arrastada e limitada, desenvolvida em uma jogabilidade que dura apenas de 4 a 5 horas para o jogador.

O último dia de trabalho de Jack

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A aventura em Fort Solis se passa em Marte, onde a humanidade começa a explorar o Planeta Vermelho em diversas formas de vida enquanto a Terra nesta realidade já não é mais um lugar habitável. No controle de Jack (Roger Clark), um engenheiro, ele é chamado para investigar um estado de lockdown em Forte Solis. Sem nenhum conhecimento de quem esteja lá ou que levou a este estado de urgência, Jack estará diante de muito mistério.

A narrativa de Fort Solis, embora envolta em um ar misterioso, não consegue ser clara ao jogador em seu desfecho. Calma, não vou dar spoilers. Durante nossa exploração na base Solis, somos controlados por meio de textos, vídeos e áudios que recontam eventos que precederam o bloqueio.

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Mesmo esses elementos servindo como extensão da narrativa, o desenvolvimento da história no gameplay não conseguiu me deixar preso na trama. Em entrevistas, o estúdio revelou que optou por uma experiência de 4 a 5 horas para dar ao jogador uma sensação de assistir uma série da Netflix e da Amazon. Neste caso, uma série que não me fisgou.

Ademais, a limitação e a falta de nuances no enredo de Fort Solis só agrava em sua experiência curta. Não há escolhas de diálogo e nem ações que nos levem a eventos alternativos. Por exemplo: independente se você acertar ou errar os QTEs, o resultado será o mesmo para ambas as ações.

Embora seja uma escolha do estúdio manter uma história linear, sem ramificações, considere que oferecer ramificações nos eventos presentes no jogo, especialmente durante as cenas de combate, teria sido uma abordagem mais acertada. Em resumo, a trama de Fort Solis não conquista e nem mesmo a presença do elenco estelar consegue remediar essa questão.

Gameplay lento e arrastado

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Se a narrativa de Fort Solis não conseguiu me envolver, sua jogabilidade se revelou outro aspecto problemático dentro da proposta do jogo. Tive a oportunidade de jogar o primeiro capítulo por meio de uma prévia, e esse fator de progressão lenta foi uma das minhas críticas, embora pudesse estar relacionado ao início do jogo.

Ao retornar ao jogo para esta análise, a progressão lenta que eu experimentei no preview se manteve até o final da minha experiência. Essa progressão arrastada é uma das principais falhas para uma experiência narrativa que se concentra mais na história do que no gameplay.

Estúdios imponentes como a Quantic Dream e a Telltale, que são referências no gênero, compensam a cadência lenta do gameplay com diálogos e interações a todo momento. A Supermassive Games, responsável por títulos como Until Dawn e Antologia The Dark Pictures, inovou no gênero ao aumentar a velocidade de locomoção de seus personagens, permitindo que, mesmo em jogos com gameplay reduzido e lento, os jogadores possam se mover livremente, quebrando, de certa forma, a sensação de estagnação durante o gameplay.

De qualquer forma, Fort Solis não soube equilibrar sua proposta com a experiência do jogador. O resultado final se traduz em uma jogabilidade arrastada, tendenciosa para compensar sua brevíssima duração.

O uso da Unreal Engine 5 e o seu preço

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Apesar de suas várias falhas, Fort Solis consegue impressionar visualmente graças ao uso da Unreal Engine 5. As expressões faciais e as texturas das superfícies são particularmente notáveis. O estúdio afirmou que todos os elementos visuais em Fort Solis estão aproveitando as tecnologias da Unreal Engine 5.2, a versão mais recente do motor gráfico desenvolvido pela Epic Games.

É importante notar que o estúdio optou por usar o Nanite (uma tecnologia de renderização que permite detalhes em escala de pixels e objetos em alta contagem) em Fort Solis. Como resultado, é possível observar muitos objetos geométricos no ambiente, como rochas e pedregulhos, por exemplo.

Outro aspecto é a iluminação. O Lúmen (tecnologia de iluminação global da UE5) tem se mostrado uma ferramenta mais acessível e menos exigente do que o Ray Tracing, e em Fort Solis fica evidente a influência dessa iluminação global impressionante tanto em ambientes internos quanto externos do jogo.

No entanto, nem tudo são elogios. Minha experiência com Fort Solis foi em um PC equipado com Ryzen 7 e uma RTX 3060 Ti, com uso do DLSS. Mesmo assim, enfrentei sérios problemas de queda de FPS. Optei por configurar as opções gráficas para a configuração ‘Médio’, o que finalmente me adquiriu uma experiência estável com 60 fps.

Em resumo, Fort Solis possui uma apresentação visual excelente, embora seu desempenho técnico deixe a desejar.

Nem Troy Baker foi capaz de salvar a experiência de Fort Solis

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A presença de Troy Baker e Roger Clark em Fort Solis despertou o interesse de muitos jogadores, devido aos papéis exuberantes que fizeram em projetos anteriores de grande importância em suas carreiras como atores e dubladores.

Nesse sentido, é inegável o potencial desses dois atores ao longo de suas participações no jogo. Além disso, é importante destacar a atuação do elenco secundário que deu vida aos outros personagens presentes na base de Solis.

O elenco como um todo entrega o que foi proposto pelo roteiro, no entanto, o enredo em si não contribui muito. Mesmo com Troy Baker demonstrando sua habilidade camaleônica na arte da atuação e Roger Clark com sua voz marcante, esses elementos não foram suficientes para fornecer uma experiência narrativa convincente e envolvente.

Mas afinal, Fort Solis é tudo isso mesmo?

Fort Solis não é nada do que prometeu como experiência narrativa, muito menos em entreter o jogador. Sua progressão lenta somada às suas limitações, sem oferecer quaisquer eventos alternativos e seu pouquíssimo tempo de duração, o tornam um produto bastante abaixo do que já vimos anteriormente dentro do gênero.

Nota 6

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